quinta-feira, 3 de abril de 2014

Fazer o obvio é buscar o Estado de Direito

De forma bem simplificada poderíamos dizer que política pode ser definida como o “como nos relacionamos com o entorno”. Tudo é política, até o fato de dizer-se não político. Mas como o ponto é a política na política, falemos sobre ela.
Relendo o bom e velho Maquiavel, entendo que ser político é simplesmente ser óbvio no trato das coisas e com as pessoas. Nosso problema é não entender que basta fazer o obvio. Mário Covas, aquele do PSDB, já dizia que as vezes, para se fazer a coisa certa, é preciso desagradar muita gente – sem entrar no mérito do que é certo para ele. Situação obvia, pois nunca agradaremos a todos. Daí os ensinamentos do Maquiavel, ser temido, mas justo.
Sempre falo que a maneira mais fácil de resolver qualquer situação, está na Ditadura. Basta a sua vontade e, quem não concordar vira carta fora do baralho. A democracia é difícil, dá trabalho, tem que engolir sapo, estar sorrindo e outras “coisitas”. Mas acredito ser a melhor maneira de se resolver e co-dirigir um governo, uma associação, etc. Um verdadeiro Estado de Direito, deve ser pautado na cooperação e no respeito entre os que estão no aparelho e os que mantêm este aparelho e/ou dependem dele.
Não podemos abrir mão da participação popular e devemos sempre provocar a mesma. A burocratização e o afastamento das bases, podem nos levar no máximo a sermos bons síndicos. Mas bons síndicos só administram bem o que já está estabelecido. Se nosso objetivo é transformar, devemos sempre trabalhar com um pé para além das fronteiras estabelecidas. Nosso dever é levar a fronteira para onde o pé está e, não manter o pé dentro da ordem. Manter o pé dentro é a mesma coisa de mudar para deixar como está.

Nosso governo hoje está sendo um ótimo síndico, mas acredito que a distribuição da renda deva ir além da distribuição pela distribuição. Corremos o risco de aumentar o voto da burguesia, uma vez que os que hoje estão ascendendo estão agradecidos, mas sonhando em fazer parte de uma classe superior e, para tal irão reproduzir o pensamento da mesma – tiro no pé. Por tanto, precisamos avançar para além da ordem estabelecida, vamos ganhar os corações como estamos fazendo, mas não podemos abrir mão das mentes. Como disse, democracia é difícil, mas sem ela nunca teremos um estado de “direito”, participativo.

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