De forma bem simplificada poderíamos dizer que política pode
ser definida como o “como nos relacionamos com o entorno”. Tudo é política, até
o fato de dizer-se não político. Mas como o ponto é a política na política, falemos
sobre ela.
Relendo o bom e velho Maquiavel, entendo que ser político é
simplesmente ser óbvio no trato das coisas e com as pessoas. Nosso problema é
não entender que basta fazer o obvio. Mário Covas, aquele do PSDB, já dizia que
as vezes, para se fazer a coisa certa, é preciso desagradar muita gente – sem entrar
no mérito do que é certo para ele. Situação obvia, pois nunca agradaremos a
todos. Daí os ensinamentos do Maquiavel, ser temido, mas justo.
Sempre falo que a maneira mais fácil de resolver qualquer
situação, está na Ditadura. Basta a sua vontade e, quem não concordar vira
carta fora do baralho. A democracia é difícil, dá trabalho, tem que engolir
sapo, estar sorrindo e outras “coisitas”. Mas acredito ser a melhor maneira de
se resolver e co-dirigir um governo, uma associação, etc. Um verdadeiro Estado
de Direito, deve ser pautado na cooperação e no respeito entre os que estão no
aparelho e os que mantêm este aparelho e/ou dependem dele.
Não podemos abrir mão da participação popular e devemos
sempre provocar a mesma. A burocratização e o afastamento das bases, podem nos
levar no máximo a sermos bons síndicos. Mas bons síndicos só administram bem o
que já está estabelecido. Se nosso objetivo é transformar, devemos sempre
trabalhar com um pé para além das fronteiras estabelecidas. Nosso dever é levar
a fronteira para onde o pé está e, não manter o pé dentro da ordem. Manter o pé
dentro é a mesma coisa de mudar para deixar como está.
Nosso governo hoje está sendo um ótimo síndico, mas acredito
que a distribuição da renda deva ir além da distribuição pela distribuição.
Corremos o risco de aumentar o voto da burguesia, uma vez que os que hoje estão
ascendendo estão agradecidos, mas sonhando em fazer parte de uma classe
superior e, para tal irão reproduzir o pensamento da mesma – tiro no pé. Por
tanto, precisamos avançar para além da ordem estabelecida, vamos ganhar os
corações como estamos fazendo, mas não podemos abrir mão das mentes. Como
disse, democracia é difícil, mas sem ela nunca teremos um estado de “direito”,
participativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário