Dia agitado esse 03.10.2015 no
MCMV Carlos Marighella em Itaipuaçu. Foi o dia em que os condôminos aprovaram
seu Regimento Interno e elegeram seus síndicos, sub-síndicos e conselheiros
fiscais, em cada um dos cinco setores do Condomínio. O dia começou às 7:30h
para a equipe da Prefeitura composta pelo Secretário de Direitos Humanos, Mauro
Alemão e a Coordenadora do MCMV Lene Oliveira. Ambos com suas equipes,
divididas entre os condomínios Carlos Marighela e Carlos Alberto Soares, em
Inoã, em pleno processo de mudança de seus moradores. Também estiveram
presentes no apoio, as equipes do Centro de Defesa dos Bairros, William Campos,
Carolina Farias, Iracema Miranda e Elias Gerner (Samu) e a equipe da Secretaria
de Habitação composta por Marcos de Dios, Rogério Almenteiro e eu.
O evento começou às 10:00h com a
discussão do Regimento Interno, encerrando-se por volta das 21:30h, quando foi
anunciado o resultado das eleições, que ocorreram em paralelo, na parte da
tarde, no horário das 14 às 18h.
Momentos de tensão e
descontração ocorreram durante as discussões dos artigos do Regimento. Propostas
foram aprovadas por aclamações e outras, mais acaloradas, como o pró-labore do
Síndico e/ou equipe, animais no condomínio, a utilização dos Centros
Comunitários, horário de silêncio e outras, tão pertinentes quanto às expostas.
No fim, regimento aprovado e comemoração dos eleitos.
Uma coisa ficou evidente, com
todos os problemas que aconteceram na ocupação do condomínio por seus
moradores, alguns pertinentes ao processo de construção, outros não. O certo é
que emociona o brilho nos olhos de seus moradores, em especial da criançada
que, segundo muitos pais, nunca tiveram tanto espaço para brincar e correr.
Por mais que alguns, que nunca
souberam o que é privação e são influenciados pela mídia, que faz questão de só
ver um lado do processo, não consigam enxergar a beleza e a importância do
projeto MCMV para vida dos que foram beneficiados. Não possuem a menor ideia do
que é não morar dignamente, como me contou uma senhora que pagava anteriormente
R$450,00 de aluguel. No Carlos Marighella, irá pagar para CEF a mensalidade de
R$30,00 e com a diferença do valor do antigo aluguel, iria pagar sua água, luz
e comida, sem a necessidade de mexer no resto de sua aposentadoria. É claro que,
para aquele que gasta em uma noite R$450,00, não vai entender e ainda se
colocará contra o empreendimento. A verdade, é que aquele “troquinho” que
sobrou da aposentadoria daquela senhora, vai aquecer o pequeno comércio em
torno do empreendimento, gerando renda e emprego e aquecendo a economia.
O projeto vai além de um simples
teto para se morar dignamente. Só não enxergam aqueles que acreditam que,
investir no papel (ciranda financeira) é melhor do que se ter projetos como o
MCMV, o Bolsa Família, a Moeda Mumbuca ou ônibus com tarifa zero. Esses só
querem saber de acumular com o lucro de seus “investimentos”, mesmo que, no “frigir
dos ovos”, tenham que se contentar em viver atrás das grades de seus
condomínios, seus “Elysium” terrestres (com medo de que seus filhos vejam e
entendam de onde vêm seus luxos). Parabéns para os que pensam projetos como o
MCMV e, em especial, para os moradores do Carlos Marighella, que mesmo sem
saber, exercitaram um direito pelo qual Marighella lutou e morreu, para que
esse e outros direitos fossem garantidos nos dias de hoje. Parabéns as equipes
envolvidas e ao governo de Maricá.
Te abraço,
Sérgio Mesquita
Sec. Formação do PT-Maricá