Proposta para uma nova Linha de Ação
1. Introdução
Apresentar ao PT, uma linha de pensamento e ações que
possa resgatar a participação de seus militantes e sociedade civil.
2.
Objetivos
A partir de uma breve análise conjuntural do mundo, do
Brasil, apresentar linhas de ações políticas e de pensamento a serem difundidas
nos espaços de governo e sociedade civil. Abrir canais de comunicação e
incentivo junto aos seus militantes, bem como junto à população, de maneira a
incentivar suas participações nos espaços que já existem, internos e externos,
como seus Núcleos, os Conselhos
Municipais, e nos espaços a serem criados, sazonais ou estruturais de acordo
com a política partidária.
3.
Diagnóstico
Mundo: O governo dos EUA, a serviço das grandes corporações,
vem de forma acintosa e inequívoca, a partir de incentivos a derrubadas de
governo, a se colocar como um grande império no mundo. Mesmo que para tal reaviva
a Guerra Fria e a ameaça de uma nova guerra mundial, essa de caráter nuclear,
onde todos perdem – insanidade.
A fome pelo lucro imediato
das grandes corporações ignora as consequências que advirão do total descaso
com a vida humana (dos mais empobrecidos em especial), bem como a vida do
próprio planeta, em consequência direta da exploração desenfreada de seus
recursos naturais. A fome e a miséria crescem no mundo indistintamente. Países
como o próprio EUA, Alemanha, França e Inglaterra, experimentam internamente os
problemas causados por suas políticas econômicas, que visam somente o bem estar
da classe dominante e de suas corporações. Os atuais problemas causados pela
interferência americana e francesa na Síria e Líbia, bem como a americana na
Ucrânia, demonstram bem esse problema. Hoje o governo americano, arma e
financia grupos jihadistas para preparar o terreno para as corporações, no
Oriente Médio e atacam os interesses da Rússia através de intervenções como as realizadas
na Ucrânia. O fazem mesmo ciente que esses mesmos grupos, no futuro o estarão
atacando. O descaso e despropósito com a vida humana e do planeta é tanto, que
nos leva a pensar de que se trata de pessoas doentes mentalmente. Pessoas que
ignoram estudos e conselhos e mantém a exploração humana e do planeta em níveis
cada vez mais perigosos, como se já existissem os “Elysiuns” para recebê-los.
Como se não bastasse, já vivemos em um
Estado de exceção, apesar da Globo e cumplices tentarem esconder, ainda temos a
sinuca de bico das eleições americanas. Quem seria pior para o Brasil? O maluco
do Donald Trump ou a cínica da Hillary Clinton.
Historicamente, os hipócritas religiosos
do Partido Republicano - Bush filho foi aconselhado por Deus a invadir o Iraque
e o Afeganistão, fizeram menos mal ao Brasil do que os Democratas. O Golpe de
64 teve início e total apoio do presidente democrata, John Kenedy, que falou ao
então embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, “Tirem Goulard do
Brasil”, segundo fitas gravadas na Casa Branca e exibidas no documentário “O
Dia que Durou 21 Anos” do diretor, Camilo Galli Tavares.
Obama, que recebeu o Nobel da Paz em
2009, ultrapassou o Bush em mais do que o dobro em número de mortes através dos
ataques de “drones”. A al-Qa’ida e suas “franchisings” terroristas, além do
Boko Haran, do Da’ish (Estado islâmico) e outros grupos, nunca receberam tantos
dólares e armas dos EUA, França e Inglaterra, via Turquia, como nos dias do
governo democrata do Obama, que por sinal, não se manifesta quanto ao golpe no
Brasil.
Hillary, a nova candidata dos democratas
à presidência e Secretária de Estado de Obama, foi grande incentivadora dos
ataques à Síria e Líbano. As corporações armamentistas e do petróleo agradecem
e muito os esforços dos EUA em levar a democracia aos quatro cantos do mundo.
Aliás, os EUA tenta tomar conta da Síria desde o final da década de 40, mas
como não ganhou mais nenhuma guerra depois da II Guerra Mundial... só faz
piorar a situação do povo onde eles tentam levar a “democracia”. Ou já se
esqueceram do menino Aylan Kurdi que apareceu afogado em uma praia da Turquia?
O problema aqui no nosso terreninho, é
que os cucarachas fingem acreditar na máxima do Juracy Magalhães (ARENA) que
dizia “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. Quando na verdade, nada do
que é bom para os EUA, necessariamente é bom para o Brasil. Mas nosso atual
governo, que é golpista sim, e aquele bando de pessoas que saíram de amarelo às
ruas, ainda acreditam na máxima e sonham em serem humilhados em Miami. Sonham
em morarem em guetos de luxo. Cuidado, se der Trunmp a vida pode ficar ruim
lá... ou seria se der Hillary? Na realidade, nenhum deles será bom para nós.
Vão continuar querendo nosso óleo, nossa água e minérios.
Brasil: Depois da decisão do governo Lula, em 2005 e 2006,
deixar claro para o mundo que a exploração do óleo no Pré Sal, necessariamente
deveria passar pela Petrobras, passamos a sofrer o mesmo processo de
intervenção, por que passaram o Egito, Tunísia, Síria, Líbia, Iêmen e Barein,
durante a Primavera Árabe e a Ucrânia. As fórmulas de intervenção variam de
acordo com a situação de cada país. No Brasil, optou-se por um golpe
jurídico-parlamentar, não sem antes tentarem uma Primavera em junho de 2013.
A partir do segundo mandato do presidente Lula, a
mídia e uma parcela significante das classes política e jurídica, passam a
atacar o governo e seus aliados, na busca de inviabilizar e derrubar o mesmo. Relegam
a democracia e a Constituição Federal a um segundo ou terceiro plano. Mesmo que
para isso, seja necessário devolver 40 milhões de brasileiros ao estado de
miséria e fome.
Tudo para agradar as corporações do petróleo e financeiras,
que não admitem qualquer projeto de distribuição de renda, que não seja para
eles próprios, como os incentivos fiscais, por exemplo.
Por outro lado, o governo nacional erra em duas
frentes capitais. A primeira, em não levar à população o porquê da existência
de um Bolsa Família, um Luz para Todos, um Minha Casa Minha Vida, entre outros.
Erra em não trazer para dentro das esferas de decisão essa mesma população. Ao
contrário, afasta-se do povo, esvazia a participação da sociedade civil
organizada e, em vez de politizar a população, prefere tutelá-la. A segunda foi
a covardia em não brigar pela implantação das Reformas de Base, há muito
necessárias para a sobrevivência e manutenção do projeto de governo. Pois sem
as reformas, as manutenções desses projetos correriam risco de não continuidade.
Esses dois pontos, somados à crise financeira mundial
iniciada em 2008 e ainda em curso, a ação parlamentar e eleitoral terem sido
dominadas pelo pragmatismo político, pela manutenção dos espaços de poder e não
pela busca de um projeto político-ideológico, facilitou o projeto golpista em
atender os interesses das corporações estrangeiras, e os seus próprios. Mesmo
que para isso, essa mesma classe venha a ter medo de sair às ruas por conta da
miséria que tomará conta do país. Contentar-se-ão a estarem no fim da fila,
para prestarem serviços à classe dominante em seus “Elysiuns” ainda
inexistentes.
Encerrando esse ponto, apresentamos o pensamento de
alguns intelectuais de fora e daqui, que ajudam no aprofundamento do que foi
colocado acima:
Mas aí está
precisamente o problema. O ideal da soberania do mercado não é um complemento à
democracia liberal, e sim uma alternativa a ela. É, na verdade, uma alternativa
a todos os tipos de política, pois nega a necessidade de decisões políticas,
que são justamente aquelas relativas aos interesses comuns ou grupais que se
distinguem da soma das escolhas, racionais ou não, dos indivíduos que buscam
suas preferências pessoais. (...) A política, por conseguinte, continuará. Como
continuaremos a viver em um mundo populista, em que os governos têm de levar em
conta “o povo”, e o povo não pode viver sem os governos, as eleições
democráticas também continuarão. Hoje
existe um reconhecimento praticamente universal de que elas dão legitimidade e
proporcionam aos governos, paralelamente, um modo convincente de consultar “o
povo” sem necessariamente assumir qualquer compromisso mais completo.
Eric
Hosbsbawm - As perspectivas da democracia
Um dos dramas
de nosso tempo é que há um poder – o único poder que existe no mundo, que é o
financeiro – que não é democrático! E as pessoas não reparam nisto, apesar de
estarem sempre a falar de democracia. Tanto mais que sabemos que os governos,
indireta ou diretamente, estão ali para executar políticas que não são suas.
Fernando
Gómes Aguillera – Palavras de Saramago
Falamos muito
de democracia, mas o que é a democracia. Para os políticos, a democracia são as
instituições, o parlamento, os partidos, os tribunais, coisa que funcionam com
eleições e votos. Mas não nos damos conta de que no mesmo instante que coloca
seu voto na urna o cidadão está realizando um ato de renúncia ao seu direito e
ao seu dever de participar, delegando o seu poder a outras pessoas, que as
vezes nem sabem quem são. A democracia pode ser apenas uma fachada sem nada por
trás. Por isso, o cidadão deve fazer de sua participação uma obrigação. Não
diria que a democracia não é o menos pior dos sistemas políticos, mas digo,
sim, que não é o melhor. É preciso inventar alguma coisa melhor, e não nos
contentarmos com isso.
Fernando
Gómes Aguillera – Palavras de Saramago
Os Estados Unidos não são "o" império, como muitos pensam. É
apenas o soldado do imperador, a interface do poder, a máscara com a qual é
encenado o teatro farsesco da democracia e da liberdade. É também a espada de
que nos alertava John Adams, com a qual é imposta a vontade absoluta dos reis a
todos os países.
Márcio Valley – Os EUA por trás dos golpes: as garras da águia
Os Estados Unidos, como braço armado dos imperadores, submete a economia
mundial à vontade do poder de quatro modos distintos: (a) corrompendo os
governos nacionais, (b) mediante a concessão de empréstimos condicionados a
exigências futuras virtualmente impossíveis de cumprir, concedidos por
instituições como Banco Mundial e FMI, (c) assassinando políticos de países
estrangeiros que incomodem ou (d) pelo velho, tradicional e eficaz método de
invasão armada.
Márcio Valley – Os EUA por trás dos golpes: as garras da águia
Em qualquer
agrupamento animal do tipo "cada um por si" é natural que os
indivíduos menos favorecidos ataquem a caça dos mais favorecidos. Portanto, a
opção por essa espécie de sociedade importa a ciência prévia de que haverá um
certo incremento nos assaltos à propriedade privada.
Márcio
Valley – Entre a prisão e o ócio remunerado, que sociedade desejamos
4.
Argumentação:
Iniciamos esse ponto, a partir do segundo texto do
Saramago: “Não diria que a democracia não
é o menos pior dos sistemas políticos, mas digo, sim, que não é o melhor. É
preciso inventar alguma coisa melhor, e não nos contentarmos com isso.” Saramago
escreveu esse texto em novembro de 1994. Muito, mas muito antes dos eventos de
junho de 2013, vinte e dois anos antes. Até hoje, nos debates políticos, as
manifestações de 2013 são lembradas como um alerta. Mas o que de fato foi
realizado ou pensado, para que alguma coisa fosse mudada a partir do
aprendizado de 2013? Arriscamos afirmar que, na realidade não houve
aprendizado. Nem se ousou repetir Lampedusa, mudar para deixar tudo como está.
Assistimos, pelo contrário, uma onda conservadora que,
com certeza, vai além do que a própria direita imaginou para se manter o
sistema. Arriscamos que uma parcela da classe dominante, que quer a manutenção
do sistema, também está preocupada com tantas loucuras e desatinos. Democracia
e respeito às Leis e ao cidadão em queda livre, mais pela manutenção dos
desvios de conduta do que pela manutenção da atual política neoliberal. “É preciso inventar alguma coisa melhor, e
não nos contentarmos com isso.”, nos colocou Saramago. É nessa conjuntura
que devemos repensar o PT. É a partir desse ponto, que acreditamos que o PT
deve começar a se repensar.
O multi-artista, Délcio Teobaldo, de Maricá, quando
fala do futuro, utiliza-se da metáfora da “atiradeira”, do estilingue. Nos fala
que, quanto maior a pressão no elástico, quanto mais para trás ele for
tensionado, mais conhecimento dos antepassados você obterá e mais impulso para
frente você conseguirá. Acreditamos que essa deve ser a nova linha que devemos
tomar para o PT. Não somente resgatar o “passado” de nossa história, enquanto
PT, nas administrações por que já passamos. Mas sim, a partir de nosso
conhecimento e aprendizado, pensar o “novo”, e não se acomodar com o atual.
Qual a mensagem a juventude nos mandou em 2013? Acreditamos que, diferente de
Lampedusa, devemos mudar o que está aí, mas não para deixar como está, como
temos feito.
Como iremos tratar nossos aliados diretos? Como
traremos a sociedade civil, organizada e desorganizada, para discutir com todos
o que iremos inventar? Como será nossa relação com o Congresso, a partir do que
já sabemos? Vamos manter o pragmatismo ou vamos, com eles, tentar mudar tudo?
Repito a metáfora do Délcio, a partir de nosso elástico tensionado. É preciso
procurar o novo, inventá-lo.
É capital, que esse “novo” PT implante no Brasil a
participação popular em todos os espaços em que for possível. E onde não for,
que pelo menos tentemos que seja. A partir desse resgate, poderemos pensar o
novo, sem medo do erro. Pois esse erro será fruto de uma tentativa em comum, do
governo e de sua população, que não só irá entender como se empenhará na
correção e superação do problema. A população enxergará que as ações não foram
frutos de “iluminados”.
Tarefa árdua que terá pela frente muita resistência,
em especial daqueles que só se preocupam com seus umbigos, os “idiotas” segundo
os gregos. O novo PT deverá fazer com que essas ações, as executadas e as por
vir, façam com que o povo se sinta responsável por elas também. O paradigma foi
“quebrado” nos últimos quinze anos, mas com ferramentas que hoje não nos servem
mais - recado da juventude. O que devemos fazer é “criar” novas ferramentas que
nos permitirão a manutenção e ampliação do que já existe, e do que existirá.
5.
Linhas de ação:
Nesse ponto, apresentamos duas linhas de ações. A
primeira, talvez a mais importante, seria a definição de um fio condutor, uma
estrela guia para todos os projetos de governo petista. A segunda linha de ação
está na transparência e no incentivo à participação popular nos espaços
existentes e por existir, do governo ou da sociedade civil.
Fio
condutor: Podemos afirmar que o
projeto de implantação capitalista existe há pelo menos 500 anos. Durante esse
tempo, provocou várias crises econômicas e dependeu de guerras, fome,
derrubadas de governo, assassinatos e processos golpistas, como o que acontece
hoje no Brasil, para continuar sobrevivendo. Perpassou por três grandes fases,
uma comercial, a segunda industrial e a terceira, em andamento, financeira. Independente
da fase identificam-se duas características em comum, o caráter
intervencionista e a incompatibilidade com a democracia.
O capitalismo nunca conseguiu superar suas crises,
sempre as contornou. Brinca de Lampedusa, se reinventa para deixar tudo como
está. E qual a razão de, quando tudo está por ruir, a população continua a
apoiar e a defender suas politicas?
A grande sacada capitalista está na manutenção de uma
política Cultural de anulação do indivíduo enquanto ser social, solidário.
Trabalha na exaltação do indivíduo via o egoísmo. O egoísmo em detrimento da
solidariedade. A Cultura do consumo, do se dar bem, da meritocracia, são
algumas das facetas dessa dominação cultural. Hollywood e Rede Globo são alguns
exemplos de ferramentas de disseminação dessa politica.
Enquanto os governos, e as ainda resistentes forças
politicas de esquerda, não tomarem consciência dessa estratégia, vamos
continuar a perder espaços na política. Faz-se necessária uma contra hegemonia
cultural. Já não nos bastam bons projetos, distribuição e renda e outros
benefícios. Os recentes resultados eleitorais e o Golpe em Brasília estão aí
para confirmar. Então, como agir na busca de uma nova hegemonia?
A partir dos governos do PT foi criada a “figura” do
Trabalho Social, embutida nos projetos a serem executados. Esse Trabalho tem
por objetivo envolver a comunidade a ser atingida pelo projeto e o seu entorno.
Busca o sentimento de “pertencimento” da comunidade para com os projetos. Minimamente,
este Trabalho se resume em uma atuação do governo mais próxima das comunidades,
são reuniões preparatórias, criações de comissões, cursos e outras ações, que
levem o conhecimento e possibilidade de novos horizontes para as comunidades. O
que fizemos em parte nos condomínios Carlos Marighella e Carlos Soares, e na
Praça do CEU, aqui em Maricá, mas precisamos melhorar. Esse Trabalho é pensado
a partir do projeto a ser executado. O que propomos é a construção de um
Trabalho Social para todo o Brasil, para toda a sua população. O projeto é o Brasil.
Um Trabalho que seja complementado pelos Trabalhos Sociais de cada projeto
específico, seja municipal ou estadual a ser desenvolvido.
Propomos que o governo, a partir de seu posicionamento
político-ideológico, defina a linha de um grande Trabalho Social, que foque o país
como um todo. Esse Trabalho envolveria ações de formação e entretenimento em
todo o país. Resgatar ações como os Centros Populares de Teatro, trabalhar a
exibição de filmes com debates pós-exibições, cursos de Formação voltados para
a população, Palestras, shows temáticos – como a Cultura, em Maricá, já fez com
o projeto Sala Cult, e muitos outros eventos. Seria a nossa contra hegemonia.
Levar à população o porquê da realização de cada projeto, e onde ele e a
comunidade se inserem politicamente.
Nessa linha, podemos trabalhar a importância do
funcionamento dos Conselhos Municipais, as criações de Fóruns temáticos, a
importância das Audiências Públicas, sempre com uma visão de esquerda e
democrática.
Participação
popular: Não vamos aqui repetir as
várias avaliações que tentam explicar o porquê do PT estar passando pelo o que passa,
e sua influência em nossos governos. Todas levam a um denominador em comum, o
afastamento das comunidades e das organizações civis. Podemos tentar reinventar
o partido, pensar um novo, o que der na cabeça. Mas a única certeza que temos é
que, o modelo atual de se fazer política está esgotado (recado da juventude), e
devemos trazer para o partido e nossos governos, para dentro de suas instâncias
de decisão, as orelhas e bocas das comunidades e das organizações civis, da
população. Regatar o SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO, há muito esquecido por nossos
políticos e governantes.
Na realidade propomos que seja incluído em todo e
qualquer projeto, a obrigatoriedade do Trabalho Social, onde envolver ações nas
comunidades. Vamos construir uma escola? Que a comunidade da área seja reunida
antes, que se discutam as suas necessidades, o que esperar da escola, seu
envolvimento futuro para com a comunidade e mais.
O PT e seus governos possuem entre seus quadros,
pessoas que já passaram pela experiência de aplicar o Trabalho Social e/ou
fizeram o curso disponível no sítio do Ministério das Cidades (gratuito e à
distância). A Prefeitura e o Partido, cada um em sua área, podem inscrever
turmas que possam fazer juntas, em um mesmo espaço, trocando ideias, o curso de
Trabalho Social.
O treinamento de seus quadros e à aplicação do aprendizado
nos projetos, não só irá qualificar a implantação dos mesmos, como trará para
dentro do governo e do partido, uma gama, se não de militantes, de apoiadores
do partido e do governo. A hegemonia sendo disputada.
Para encerrar, um último ponto que diz respeito aos
detentores de cargos eletivos do PT.
Conselho Político:
Consideramos crucial para o exercício
de um bom mandato, que seja instituído um Conselho Político, nomeado pelo parlamentar.
Composto por pessoas de sua inteira confiança, amigas. Pessoas de áreas
distintas, que poderão em suas reuniões, com a mão no ombro do parlamentar,
dizer-lhe “fez merda”, “vai dar merda” ou “vamos para o abraço”, sem o risco de
ameaças e reprimendas.
Um Conselho de caráter consultivo, que permitirá ao parlamentar,
ouvir outras opiniões, divergentes ou não, daquelas de seus assessores diretos
(bajuladores em especial). Sem a influência do “querer agradar ao parlamentar”. Lula tinha o seu, como bem colocou
o economista João Sicsú, em reunião no bairro do Retiro, aqui em Maricá, “podia até não seguir os conselhos, mas você
podia falar”.
6.
Conclusão:
Certo, é que a classe dominante não nos quer mais,
pois ocupamos espaços que foram criados por eles, pelas Leis feitas por eles,
para usufruto deles. Somos intrusos! E só deixaremos de sê-lo, se trouxermos
para esses mesmos espaços, a população, a sociedade civil e muita inovação.
Fizemos o trabalho pela metade, quando atingimos o coração da população, mas
esquecemos de suas mentes.
O trabalho no Brasil deverá ter como fim, o que
aconteceu em Belém quando Edmilson foi Prefeito. O repórter fala a um morador,
“O Prefeito construiu essa ponte”, e escuta como resposta, “Não, fomos nós
através da discussão do orçamento”.
O PT, em seus inícios de governos, assim trabalhou.
Depois esqueceu. Precisamos aprender com a História como colocou Marx. Que não
repitamos os erros do passado, primeiro como farsa, depois como tragédia.
Inovar significa o resgate de práticas exitosas e suas soma a novas práticas.
Até a vitória!
Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro,
um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as
suas espécies.
Machado de Assis
Sobre
que bases se fará a Refundação do Brasil? Souza Lima nos diz que é sobre aquilo
que de mais fecundo e original que temos: a cultura nacional tomada no seu
sentido mais amplo que envolve o econômico, o politico e o especificamente
cultural: ”É através de nossa cultura que o povo brasileiro passará a ver suas
infinitas possibilidades históricas. É como se a cultura, impulsionada por um
poderoso fluxo criativo, tivesse se constituído o suficiente para escapar dos
constrangimentos estruturais da dependência, da subordinação e dos limites
acanhados da estrutura socioeconômica e política da empresa Brasil e do Estado
que ela criou só para si. A cultura brasileira então escapa da mediocridade da
condição periférica e se propõe a si mesma com pari dignidade
em relação a todas as culturas, apresentando ao mundo seus conteúdos e suas
valências universais”.
Leonardo Boff - https://leonardoboff.wordpress.com/2016/11/11/os-estudantes-querem-um-outro-brasil-e-um-outro-tipo-de-politica/
Marcos de Dios Coelho
Rogério Antônio Almenteiro Gomes
Sérgio Luiz de Oliveira Mesquita
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