Muito se discute sobre a Agenda
2030 da ONU, mas poucos sabem do que se trata e o porquê da escolha do ano como
referência. Criada em 2015, a agenda é composta por 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável a serem implementados pelos governos, em especial
pelos municípios. Cada Objetivo é acompanhado por suas metas que somam 169 no
total (https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/).
A
agenda tem, entre suas finalidades, equilibrar o desenvolvimento econômico com
a sustentabilidade e a justiça social, através de uma governança baseada na
transparência e participação democrática. Cabe aos municípios se organizarem
e adaptarem suas políticas públicas e projetos de maneira a se enquadrar nos
Objetivos e suas metas.
Por que o ano de 2030? No começo
do Século XX, John Maynard Keynes, economista britânico, apresenta uma série de
ideias que visavam a recuperação da economia mundial que sofria por conta da
crise de 1929 (EUA). A partir da política econômica apresentada por ele, Keynes
fez a seguinte previsão: “a humanidade, dali a 100 anos, iria enfrentar seu
problema permanente: como usar a liberdade de preocupações econômicas
prementes, como ocupar o lazer que a ciência e os ganhos econômicos lhe trariam
para viver bem, sábia e agradavelmente? “
Nos basta um pouco de fosfato no
cérebro, para chegarmos à conclusão de que se não louco, suas ideias foram
ignoradas ou aplicadas em partes, em especial no pós Segunda Guerra. Porém,
ainda no final dos anos 60 e início de 70, o mundo caiu na graça do
neoliberalismo e as ideias de Keynes foram abandonadas e o mundo é o que é
hoje. O oposto às previsões de Keynes. Por isso o simbolismo do ano 2030, o ano
que estaríamos preocupados em como gastar nosso dinheiro e aproveitar o tempo
livre em consequência dos avanços da Ciência e da Tecnologia. Curiosamente, a
Ciência e Tecnologia avançaram o suficiente para nos permitir tempo e saúde
para aproveitar a nossa vida com mais tranquilidade.
O que aconteceu, uma vez que
temos mais intranquilidades que tranquilidades?
A resposta está no uso que o
homem dá aos avanços tecnológicos. A sede por lucro e acumulação de bens, acaba
por transformar os avanços tecnológicos em inimigo do bem estar e do viver.
Alguns poucos encastelados, a partir do uso privado das forças armadas dos EUA,
nos impõem o desemprego e a fome.
A partir deste entendimento, a
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Comunicações de Maricá, tem seu trabalho
calcado em três simples perguntas: Para quê? Para quem? Como?
Outro ponto importante de nossa
linha de trabalho, está no entendimento da importância do desenvolvimento
científico e da pesquisa entre nossas crianças e jovens. Uma população só será
independente e soberana se detiver o conhecimento do como fazer e como usar
seus saberes na busca da autodeterminação e qualidade de vida.
Por isso iniciamos este começo de
governo em Maricá, investindo no aguçar de nossos jovens na iniciação
científica a partir da pesquisa, com a instituição do Prêmio Novos
Pesquisadores. No reconhecimento dos saberes locais, através do projeto Maricá
de todos os Saberes, bem como no reconhecimento sensorial da cidade, de seus
cheiros e sabores, através do projeto Maricá de todos os Sabores. Outro ponto
importante, está no conhecer cada canto de nossas terras e nossa população,
através da implantação do Cadastro Técnico Multifinalitário e um censo socioeconômico
e cultural.
Em paralelo e de importância
igual a “reconhecer-se” como cidadão de um determinado espaço físico, também trabalhamos
na busca do desenvolvimento sustentável a partir das tecnologias já existentes
e das ainda por vir. Como um dos exemplos, a implantação de um Parque
Tecnológico inteligente, onde pretende-se realizar experimentações que serão
disponibilizadas para o conjunto da população.
Encerrando, trabalhar em conjunto
com as demais secretarias de governo, inicialmente na busca do resgate dos
ideais de Keynes, para em seguida nos transformar em uma sociedade justa e
igualitária. Que venha 2030!
Há braços
Sérgio Mesquita
Secretário de Ciência, Tecnologia e Comunicações de
Maricá-RJ
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