Existe no
mundo, desde a Companhia das Índias Orientais no século XVII, um grupo de
corporações que dominam a economia mundial. Estas corporações não
personificadas, diluídas na mentira da falsa existência de um cidadão de nome
Mercado, um ilustre desconhecido, atuam abaixo e acima da linha do Equador.
Ocupam o planeta como se fosse brinquedo de uma criança mimada, cercada por
suas babás e demais criadagem.
Aqui no Brasil
assistimos, mais uma vez, estas corporações mudando a vida de uma população que
já sofre há 500 anos. Por causa dessas corporações fomos o último país a abolir
a escravidão; atacamos o Paraguai, sofremos Golpes, ditaduras e outras mazelas.
Sempre subservientes aos interesses estrangeiros, nossos senhores, verdadeiras
baratas (cucarachas, de acordo com os gringos), venderam e continuam a vender
suas almas aos interesses de além mar. Não se preocupam com o povo e não
possuem nenhum sentimento de nacionalidade, justiça e/ou solidariedade.
Reproduzem aqui, de forma mais pernóstica, o que acreditam seja bom para as
corporações.
No atual Golpe,
na minha opinião, iniciado em 2003, formatado pela mídia a partir de 2005, foi executado
em 2012 com as prisões do “mentirão”, capitaneado pelo juizinho Barbosa. De lá
para cá, assistimos quase que passivamente o avanço do Golpe, hoje por conta de
outra “mentirona”, a operação lava jato (minúscula mesmo). Operação que visa
varrer da política nacional qualquer possibilidade de crescimento econômico e
social, hoje personificada no Lula e amanhã, em qualquer outro, inclusive em você
que está lendo, e tente trilhar caminhos na mesma direção.
Reproduzo o fragmento
da letra de uma música composta para o musical Hair em 1967 (Aquarius/Let the
Sunshine in), que cabe bem neste momento por que passa o Brasil e outros países
acima e abaixo do Equador:
“Nós
olhamos esfomeados um para outro sem fôlego
Andando orgulhosos
em nossos casacos de inverno
Vestindo cheiros de laboratório
Encarando uma nação que morre
De uma estória escrita que é real
Ouvindo as novas mentiras contadas
Com supremas visões de músicas solitárias”
Vestindo cheiros de laboratório
Encarando uma nação que morre
De uma estória escrita que é real
Ouvindo as novas mentiras contadas
Com supremas visões de músicas solitárias”
Sabemos da
manipulação na mídia, sabemos o quanto são bandidos muitos que estão em
Brasília e país a fora. Ainda que saibamos disso, quando saímos às ruas em
manifestações massivas; estamos lá por festas ou para ser usados como em 2013, sequer
chegamos perto das manifestações políticas que pipocam por esse mundão, especialmente
as que ocorreram e ocorrem na nossa América Latina.
A verdade é
que nós, brasileiros, nunca conquistamos nada com o sangue derramado, apesar de
a nossa história estar marcada por fraturas expostas e sangrias desatadas. Todas nossas conquistas foram
negociadas de acordo com os interesses das corporações. Abolição, Fico, Independência,
República e as “reconquistas” da democracia nos foram concedidas como, também,
foi a Anistia.
Hoje,
aguardamos pela “sentença de uma condenação anunciada” (apropriando-me de
Garcia Marques), no dia 24.01 em Porto Alegre (estarei lá). Vamos como se
fossemos a mais uma grande festa; chamamentos em todo o país; promessas de luta
até o último homem e discussões sobre se os ônibus alugados possuem ar-condicionado
ou não. Temos de tudo.
É certo que
teremos lutas, possivelmente, físicas,
por causa dos provocadores de plantão. É certo que muitos que estarão lá, será
por terem justas preocupações com o futuro do país.
É certo, também,
que o exército, as polícias e milícias estarão lá para defender a manutenção do
Golpe. Então, qual será nosso papel? Vamos oferecer flores para os soldados “...perdidos com armas na mão”, isolando o perímetro (na linguagem deles)? Palavras
de ordem? Ou vamos enfrentar o gás, os cassetetes e bombas para tomar conta do
TRF4?
Lembro aqui
de uma história do Vladimir Palmeira em algumas das passeatas dos anos de
chumbo. Ao saírem do Centro Acadêmico Candido de Oliveira – CACO, alguém sugeriu
que fosse por outro caminho. Saíram em passeata pela contramão e paralisaram o
Centro por conta do engarrafamento. Nem a polícia conseguiu chegar neles. No
dia seguinte a mesma mídia democrática de hoje acusava os estudantes de
utilizarem de técnicas de guerrilhas, assessorados por comunistas de Moscou. Alguém
pensou em algo parecido? Ocupar a cidade e não o TRF4? Com certeza daríamos
mais trabalho.
O fato é
que estes merdas, esses juizinhos e outro “inhos”, não chegaram até aqui para
entregar o que tomaram e desfazer o que fizeram. Muito menos as petrolíferas
que já provocaram guerras e, possivelmente, patrocinaram muitos assassinatos, vão
devolver o petróleo que nos tomaram.
Estamos
indo para Porto Alegre para mais uma negociação ou na busca de fatos que possam,
realmente, barrar o Golpe? Alguém acredita em reviravolta? Adoraria uma nova
Constituinte com suas regras discutidas em Plenárias Populares. Que tal?
Encerro com
mais um trecho da música:
“Harmonia e entendimento
Solidariedade e abundante confiança
Nada mais de falsidades ou menosprezos
Vidas de sonhos dourados de visões
Revelação mística de cristal
E a libertação verdadeira da mente”
Vamos à luta por que ela não termina.
Há braços,
Sérgio Mesquita
PT-Maricá-RJ
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