O FIO
CONDUTOR
“Estamos vivendo
um período pré-insurrecional onde a população
está
extremamente insatisfeita e a extrema-direita
tem maior
facilidade de conversar com o povo do que a esquerda.
Precisamos
prestar muita atenção neste momento,
pois estamos
definindo o país que teremos nos próximos 40 ou 50 anos”
Márcio Pochmann
No mundo espírita, diz-se que quando o projetor sai de seu corpo físico,
ele mantém uma ligação com o mesmo através de um cordão de prata. Dependendo da
distância entre o projetor e seu corpo físico, este cordão pode não ser
percebido, quando distante; ou ser bem visível, quanto mais próximo do corpo físico.
Espíritos à parte, podemos dizer que nas ações políticas existem dois cordões
que, por coincidência ou não, são mais fortes ou fracos de acordo com a
proximidade do “corpo físico”, neste caso, as populações alvo destas ações e as
próprias ações. Chamemos estes cordões de Fios Condutores.
Um dos Fios, liga a ação diretamente à sua população fim. No caso, a
medida não é a distância física, e sim a qualidade da participação da população
na discussão, no desenho e, finalmente, na materialização da ação pelo governo.
O nome dado a este tipo de estratégia de execução é a participação popular.
Quanto maior a participação, maior o sentimento de pertencimento e maior será a
defesa que esta mesma população, fará por esta ação. Pois também será fruto de
seu trabalho.
O outro Fio, salvo pequenas nuances, segue a mesma linha, só que, sua
condução se dá entre ações. A medida está no quanto uma determinada ação
dialoga com uma ou mais ações do governo. Neste caso, mesmo que bem-sucedida a
ação, se não houver diálogo com outras ações, seu fio condutor não será
percebido. Seu resultado será isolado, não complementará ou provocará outros
resultados. Será uma ação eficiente, não eficaz. Ações são eficazes quando além
de sua eficiência, fazer certo as coisas, também faz as coisas certas. Não nos
basta e nem basta à população, a conquista de seus corações, temos que
conquistar também suas mentes, no sentido de abri-las a novos pensares e
fazeres. A transformarem informação em conhecimento.
Não adianta alfabetizar, dar diplomas de Ensino Fundamental e Médio,
bolsas de estudo, transporte e muitas outras ações, se não existirem estes dois
fios condutores. Como exemplo, não nos adianta incentivar o consumo inconsciente e depois querer discutir os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável. Faltará a liga, os fios condutores.
Precisamos mudar hábitos, no seio do governo e junto à população. Como? Só
conversando.
Há braços.
Sérgio Mesquita
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