Não sei por
desesperança ou muita esperança, mas me impressiona como a esquerda, que sempre
denunciou a falta da memória de nosso povo, esquece com muita facilidade, o
quem é quem?
A
quantidade de viúvas do Bolsonaro só cresce, e cada novo “comunista” que surge,
segundo os seguidores do fascista alojado em BSB, aplaudimos e os adotamos como
paladinos da Justiça e da inclusão social. Não é que seja contra alguém mudar
de opinião, não se trata disso. Eu já mudei de opinião também, mas não mudo de princípio
e nem a minha ética, combinação que sempre deve nortear nossas ações.
Abraçamos,
passamos a seguir nas redes, número de seguidores passou a definir a
importância do da pessoa, não a sua linha de pensamento. Não ficaria surpreso
se alguns não fossem indicados como candidatos da esquerda, em detrimento dos
nossos e de outros das forças próximas. Se quer perguntamos se hoje, ainda
acreditam que destruímos o país? Se somos os criadores da corrupção? Se
acreditam na distribuição de renda? Nem como maneira de sobrevivência daqueles
que nos servem com mão de obra aviltada ou como forma de transformação e melhora
da qualidade de vida? Não! Simplesmente abraçamos e ignoramos o quanto fomos
chamados de ladrões, assassinos, comedores de criancinha e outros tantos
adjetivos.
Alguém
parou para pensar que, alguns sim se arrependeram do Boso, como ouve
arrependimento em relação ao Collor. Outros, por serem “liberais”, acabaram
perdendo seus empregos... Nada contra, se eu fosse liberal ou conservador,
algumas das atitudes do governo me incomodariam também, e acabaria por somar às
fileiras de viúvas do Bolsonaro.
Alguém acredita que os Mainards, Vilas, Olavos (peguei pesado – como em
tribunal - peço para os leitores ignorarem este exemplo), Netos, os globais e
outros, votariam em nosso retorno a BSB? São de direita e continuarão sendo com
ou sem Bolsonaro. Não defenderão o imposto para os mais ricos e a distribuição
de renda (salvo para manter viva a mão de obra). Votarão na Marina, no Ciro no
PSDB, no queridinho da Globo ou outro qualquer que esteja alinhado com o
sistema. Mas não votarão no candidato/os da esquerda. Neste momento vale parafrasear
Churchill, nos aliemos ao demônio, mas daí a colocá-lo dentro da nossa casa....
E as instituições? STF, Câmara, Polícias, Promotorias e outras... Agora
vai... agora o STF vai tirá-lo... Vai é substituir por outro mais palatável.
STF e STE se fossem justos, não tinha mentirão, Dilma terminaria o mandato e
Lula estaria em BSB, mas como priorizamos o pragmatismo eleitoral e abandonamos
as ruas e a sociedade civil... O problema agora é como resgatar este trabalho,
utilizando a tecnologia que está aí, para o bem comum e não pessoal.
Devemos sim sermos republicanos e trabalhar uma frente contra o fascismo
e o neoliberalismo. Mas daí a declarar amor nas redes sociais? Lembrem-se do “i
love you” do Boso para o Trump.
Sérgio Mesquita
Secretário de Ciência, Tecnologia e Comunicações de Maricá-RJ
Diretório Municipal do PT-Maricá
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