quinta-feira, 18 de junho de 2009

0x0 ou 1x1 (19.06.2009)

Ainda na linha do relacionamento humano, vou falar de uma situação que “surfa” desde as negociações políticas e sindicais até nosso dia a dia dentro de nossa casa. Até onde podemos e devemos ceder e, até onde devemos “esticar a corda”?

Nas questões sindicais e políticas precisamos trabalhar no limite da corda se quisermos tirar algum benefício para a classe trabalhadora ou para a população. O empresariado em geral, bem como a maioria de nossa classe política, está mais preocupado com seus bolsos e menos com o povo e a classe trabalhadora.

Neste caso para podermos obter algum benefício comum, temos que ter a população ou os trabalhadores como aliados e trabalharmos no limite do radicalismo. É imprescindível a aliança e o posicionamento firme para que demonstremos ter “garrafas para vender” na hora da negociação. Caso contrário, seremos engolidos pela avareza e egoísmo daqueles que em nosso nome locupletam-se e enriquecem.

Já em nossa casa, a coisa muda um pouco. Temos de ter consciência da total perda e ataque ao “seu” espaço, ao individualismo – vale para ambas as partes, quando da opção de uma vida em comum.

Neste caso, não devemos esticar a corda. Pelo contrário. A situação é a mesma para os dois. Comecemos cedendo espaço aqui para buscar outro acolá. Pois na pior das situações, se existe a possibilidade de negociação é por que existe a possibilidade de continuar juntos.

Se você gosta de cinema e ela de futebol (por que não?), qual o problema dela jogar sua peladinha e você curtir um drama no cinema? Já imaginou se nenhum e nem outro? Vai dar problema. Você vai acabar indo ao cinema escondido e ela chutando o pau da barraca (de chuteira) e indo para o futebol e, se tiver a cervejinha depois “se tá lascado”.

Não seria melhor você ir ao cinema, com ou sem ela e, ela ir para o futebol, com ou sem você e todos ficarem bem quando chegarem em casa? Ela contando as jogadas – você fingindo que ouve e, você falando da fotografia do filme – ela fingindo que ouve. Cabeça de um no colo do outro, sorrisos e uma boa chance de rolar uma saliência. Perfeito!

Como bem coloca Djavan em sua música “Se”: ela quer zero a zero eu quero um a um. Não nos anulemos, empate só é ruim quando zero a zero. Um a um ou dois a dois tá de bom tamanho mas, não exageremos. Placar como cinco a cinco ou seis a seis só demonstram que a vida a dois é mera conveniência para ambos.

Te abraço.