Vou tentar simplificar um pouco a questão da neutralidade da
rede e tentar explicar àqueles que adoram reproduzir os discursos de nossa “democrática”
mídia que vive da publicidade das teles e dos favores políticos. Por outro
lado, nossas teles precisam de um mercado mais “livre” para ganhar mais. Então,
junta-se as teles, os “comentaristas” de plantão de nossa mídia e a fome do
PMDB e....pronto. O Marco Civil da Internet vira tentativa de censura do PT.
Não acham estranho?
O Marco está muito além da neutralidade, mas porque a
neutralidade é tão combatida? O bravo e valoroso Eduardo Cunha: “Não é que o projeto provoque prejuízo às Teles.
O que está em jogo ai é que o projeto provoca uma necessidade de investimento
maior para manter o nível de serviço igualitário, que acarretará, ao fim, no
aumento do custo para o usuário”.
Mentira deslavada. O que
está em jogo é a exclusão de uma parcela grande da população, com a melhora do
serviço para aqueles 10% que concentram 90% da renda. Isto feito, as teles vão
ganhar mais, sem precisar investir, nossos políticos não precisarão se
preocupar tanto com as redes sociais e, nossa amada mídia, poderá mentir mais tranquilamente,
sem medo das mídias alternativas da rede, que não terão dinheiro para se
manter. Este é o viés político da manobra.
Ou seja... mudar para
deixar tudo como está!
O que é a neutralidade....
By eu mesmo...rsrs
Minha vizinha maravilhosa
tem uma conexão de 10MB. Eu, não tão maravilhoso e com menos dinheiro, tenho
uma conexão de 2MB.
Ambos querem “baixar” o
mesmo filme lá da China para nossos computadores. De acordo com a neutralidade
que existe hoje – que querem acabar – nossos filmes chegarão juntos à portaria
de nosso prédio. Como nossa conexão possuem velocidades diferentes (chamada de”
última milha”), o filme chegará mais rápido no computador de minha maravilhosa
vizinha. O meu irá demorar um pouco mais.
O que querem as teles...
cobrar prioridades na rede. Ou seja... durante o percurso da China até nossa
porta, por algum milagre, eu poder pagar por essa prioridade, meu filme chegará
primeiro na portaria. Eu paguei mais caro tenho prioridade. Lembram do Eduardo
Cunha... “(...)uma necessidade de investimento maior para manter o nível de serviço
igualitário”(...). O termo “igualitário” dá urticária neles.
Qual a consequência do fim
da neutralidade? Os 10% mais ricos, além de uma melhor “última milha”, terão
toda a estrada a seu favor. A maioria dos 90% restantes não poderão desfrutar
da estrada, pois não possuem “dindim” para tal. As teles vão ganhar mais
dinheiro – para apoiarem o PMDB – sem qualquer investimento físico na rede. As
teles mais ricas, os ricos mais felizes e que se dane o resto da população.
O pior problema é a
consequência política. Os donos das mídias voltarão a ser os maiorais e a
verdade será mais manipulada do que é hoje.
Te abraço.