Uma barbárie que não teve a devida repercussão na mídia
ocidental. Quarenta e três estudantes assassinados por ordem do Prefeito e sua
mulher na cidade de Iguala, no México.
O que fazer agora? Devem estar se perguntando as autoridades
mexicanas e o mundo capitalista. Como reagir ou tentar retomar a vida, quando
países ocidentais começam a incluir em seus PIBs, a receita advinda das drogas
e da prostituição? Assim procedeu a Itália, e estuda seguir o exemplo, a
Inglaterra, entre outros. O que fazer com a população mais carente, quando o
Estado assume esse papel? A legalização às avessas.
Como reagir no México, país mais que exaltado por FHC e os seus
como um dos exemplos a serem seguidos, se hoje ele apresenta todos os seus índices
sociais abaixo da marca de há 20 anos? País que assinou o NAFTA, a ALCA e mais
de trinta acordos bilaterais, chegar ao ponto em que chegou! O que fazer,
quando os cartéis das drogas se apossam da Polícia, Justiça e do Parlamento? Como
chegamos a esse ponto?
Chico Alencar, há muito tempo, falou sobre a guerra das
drogas no Rio. Recusava a denominação dada pela mídia de guerra civil. Dizia
ele que era uma guerra por mercado, uma guerra capitalista. Loucura? Claro que
não. Primeiro a Inglaterra, quando, ainda Império, as drogas foram de suma
importância para sua dominação na China. Os EUA as usou para “alimentar” seus
soldados no Vietnã, e depois para financiar as guerrilhas de direita na América
Latina, África e outros recantos. No Brasil, é ou será diferente?
A milícia, o tráfego e os comandos controlam áreas e
decidem, após acordo, quais candidatos podem ou não fazer campanha eleitoral
ali. E depois de eleitos? Serão cobrados na hora de votar em projetos de
segurança ou de combate ao tráfego?
Já foi notícia que o crime organizado investe na formação de
advogados, juízes e policiais. Quais as contramedidas por parte do Estado?
Vamos esperar o que aconteceu no México? Pior. E depois que acontecer? Manda os
tanques? Joga-se napalm? Qual será o resultado para além do surgimento de um
novo “Beira Mar”, um novo comandante? E povo da “favela”? Baixa de guerra?
Aumento da repressão apenas, não resolveu e não resolverá.
Baixar a maioridade e prender menores, não deu resultado onde foi aplicada. A
Alemanha voltou atrás em sua Lei. E agora? O que fazer se chegamos aonde
chegamos?
Agora mais do que nunca, lembrando uma propaganda da FIAT, “está
na hora de rever seus conceitos”. Para tal, que elejamos um Congresso
Constituinte e reformemos a Política, a Justiça, a Polícia e regulamentemos a
mídia. Caso contrário, entraremos em guerra, e nosso inimigo comum, receberá
apoio das “forças democráticas” ocidentais, como recebeu a Ucrânia, e nos tornearemos
oficialmente fascistas. Já existem alguns brasileiros que, segundo Leonardo
Boff, não moram no Brasil, moram no Leblon, Ipanema, Jardins e outros, e
desejam essa ajuda ardentemente, quase que “trincados”.
Sérgio Mesquita