sábado, 8 de outubro de 2022

31 MILHÕES DE VOTOS NO LIMBO

 

Do Brexit a Bolsonaro – para não esquecermos.

 

Antes de concentrar esforços em uma competição, se esforce na avaliação dos riscos e do “prêmio”. Se certifique se valerá a pena o investimento de energia antes de desperdiçá-la em maior quantidade depois...

Lívia Pinheiro 

Confirmado o segundo turno das eleições, não vejo, como tenho ouvido, que os Institutos de Pesquisa tenham errado, mas... também não sou especialista e estudioso sobre o assunto. No “frigir dos ovos”, margem de erro para lá ou para cá... os números não foram discrepantes. Tínhamos, para variar, aquela força que nos move sempre, a esperança. Mas esperançamos, como nos ensinou Paulo Freire ou esperamos?

Em Maricá, no 4º mandato de governo do PT, sofremos a 2ª derrota consecutiva para o Bolsonaro. E o que vi e ouvi de justificativas durante as eleições, não me convenceu da “não” campanha para o Lula, até a metade processo eleitoral. O PT, por inteiro, minimizou o Lula a partir da visão de quem puxava voto em Maricá era o Prefeito Fabiano Horta, com justiça, bem avaliado pela população. O convencimento foi geral. Por algum motivo, na segunda metade da campanha, Lula e o Freixo, este ainda que timidamente, estiveram presentes nas falas e bandeiras. Ouvia como justificativa, que nas pesquisas, o Lula ganhava em Maricá.

Mas veio a “não surpresa”, a virada que inviabiliza a vitória no primeiro turno, que nos coloca mais incerteza ainda na sanidade de muitos brasileiros. Parece que esquecemos o que aconteceu no mundo e no Brasil, com as eleições do Dória em São Paulo e o Coiso no Brasil, ali mesmo na esquina, em 2018. Os Fakes e a inoperância das Instituições que deveriam garantir a transparência e as Leis.

Neste segundo turno, vejo a repetição do que foi 2018, em relação ao PT. Esquecemos a existências das Cambridge Analytica (devem existir outras empresas minerando dados) e o trabalho executado nos Brexit na Inglaterra, na eleição do Trump nos EUA e do Dória e do Bolsonaro no Brasil.

Falo que esquecemos porque estamos discutindo a transferência dos votos “antipetistas” que não foram para o Boso no 1º turno, da dita 3º Via, que são ínfimos se comparado aos 31 milhões de eleitores que se abstiveram de votar, fora os votos nulos e brancos (na casa dos 5,5 milhões). Continuamos trabalhando com o universo de votantes válidos, como se as abstenções fossem mantidas no mesmo patamar.

A Cambridge trabalhou no universo de 3 milhões de votantes que declaram que iriam se abster de votar no plebiscito do Brexit. Dirigiu suas Fakes para este universo e venceram o plebiscito. Nos EUA, como sabiam que os negros não votariam no Trump, dirigiram suas Fakes com os vacilos da Hilary sobre a questão do racismo. Muitos negros se abstiveram porque foram convencidos que não havia diferença entre Trump e Hilary, farinhas do mesmo saco – Trump vence. No Brasil, para os que haviam esquecidos e foram lembrados, em especial no último debate: as mamadeiras de pirocas e outras besteiras reapareceram, além da novidade de um padre misterioso, e estão aí para nos atormentar.

A sorte está lançada.


Sérgio Mesquita
DM Maricá-PT