quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Abandonando algumas redes...

 Bom dia a todxs.

Ontem, enquanto com paciência para a mecânica do compartilhamento, repassei mensagem recebida sobre a estreia do documentário “O Dilema das Redes” na NetFlix. Reafirmo aqui a excelência do documentário. Muitos com certeza já leram ou ouviram falar sobre a manipulação que sofremos por conta do “vício” em estar conectado. Mas mesmo para os que acreditam ou desconfiam, vale muito a pena. Para aqueles crédulos (cachorros – entenderam o porque ao lerem o texto que segue ao final) com certeza sairão abalados em suas crenças.

Como já vinha matutando sobre o assunto, abandonar as redes sociais. Manterei o mínimo necessário por conta de trabalho, cursos e etc. Tomei a decisão de abandonar o Face e filiais (talvez não o Skype – apesar do pouco ou quase nenhum uso – decidindo). São mais de 3300 “amigos” que perderei...na realidade não conseguimos monitorar 150... Priorizarei o Telegram e manterei alguns grupos do whatsapp e os contatos individuais.

Meu prazo é no final de setembro...

Texto retirado do livro “Dez argumentos para você deletar AGORA suas Redes Sociais” de Jaron Lanier.

Introdução (com gatos)

Vamos começar com gatos.

Os gatos estão por toda parte na internet. Estão nos memes mais difundidos e nos vídeos mais fofinhos.

Por que mais os gatos do que os cachorros?

Os cachorros não foram até os humanos antigos implorando para viver conosco; nós os domesticamos. Eles foram criados para serem obedientes. Aceitam ser treinados, são previsíveis e trabalham para nós. Isso não é nenhum demérito para os cachorros. É ótimo que sejam leais e confiáveis.

Os gatos são diferentes. Eles apareceram e, em parte, domesticaram a si próprios. Não são previsíveis. Os vídeos populares de cachorros costumam mostrar treinamentos, ao passo que a maioria dos vídeos absurdamente populares de gatos são aqueles que expõem comportamentos estranhos e surpreendentes.

Embora inteligentes, os gatos não são uma boa escolha para quem quer um animal que aceite o treinamento de maneira confiável. Basta assistir a um vídeo de circo de gatos na internet: o mais comovente é que fica claro que os animais estão decidindo se colocam em prática o truque que aprenderam, não fazem nada ou saem andando em direção à plateia.

Os gatos fizeram o que parecia impossível: se integraram ao mundo moderno, de alta tecnologia, sem se entregarem. Eles ainda estão no controle. Você não precisa se preocupar que algum meme furtivo produzido por algoritmos, pago por um oligarca sinistro e oculto, passe a dominar seu gato. Ninguém domina seu bichano; nem você, nem ninguém.

Ah, como gostaríamos de ter essa segurança não apenas em relação a nossos gatos, mas a nós mesmos! Os gatos na internet representam nossas esperanças e sonhos para o futuro das pessoas na grande rede.

Ao mesmo tempo, ainda que a gente adore os cachorros, não queremos ser como eles, pelo menos no que se refere à relação de poder com as pessoas. Tememos, porém, que o Facebook e redes afins estejam nos transformando em cachorros. Quando do nada fazemos alguma coisa desagradável na internet, podemos considerar isso uma resposta a um “apito de cachorro”,

daquele tipo que só pode ser ouvido por eles. Temos medo de ficar sob algum tipo de controle obscuro.

Este livro é sobre como ser um gato, à luz das seguintes perguntas: como permanecer independente em um mundo onde você está sob vigilância contínua e é constantemente estimulado por algoritmos operados por algumas das corporações mais ricas da história, cuja única forma de ganhar dinheiro é manipulando o seu comportamento? Como ser um gato, apesar disso tudo?

O título não mente: este livro apresenta dez argumentos para você deletar todas as suas contas nas redes sociais. Espero que ajude. E mesmo que você concorde com todo o meu raciocínio, pode ser que ainda queira manter algumas contas. Enquanto gato, você está no seu direito.

Ao apresentar os dez argumentos, discutirei algumas maneiras pelas quais você pode pensar sobre sua situação para decidir o que é melhor para a sua vida. Mas só você é capaz de saber.

Há Braços

Transformar em imperdoável o que hoje é aceitável