O que pensar de um processo e de sua representante legal, quando ao
final do embate, antes mesmo do resultado final – que todos já sabiam qual,
Janaína, a advogada de acusação nega os louros ainda vindouros?
Talvez a certeza da grande farsa que foi o processo, aliada a grande
atuação da presidenta, então como ré no mesmo.
Acredito que todos esperavam aquela Dilma insegura, sem muita
coordenação ao falar. Mas assistimos uma presidenta tranquila, focada e firme
em suas respostas. Mesmo quando atacada em sua honra, exigia o respeito
merecido e derrubava as argumentações, uma a uma. Ao final de horas de
depoimento, nas alegações finais – como nos filmes, assistimos sim, uma
advogada de acusação, de novo perder o prumo e a misturar justiça e religião.
Tenta tirar o foco dela ao introduzir Deus como o verdadeiro responsável pelo
processo de impeachment. Quer dizer que Deus se mobilizou para salvar Cunha,
Temer, Aécio e todos os demais deputados e senadores envolvidos na Lava Jato?
Salvar Temer de um processo de impeachment e outros de corrupção? Ao final das
dezenas de milhares páginas de processo, páginas da lava Jato, Deus se levanta
de seu trono, e silenciosamente sem trovões e estardalhaços, sussurra na
orelhinha da Janaína...”diz que fui eu”. E assim se fez. Deus foi quem permitiu
a existência do processo de impeachment, e não aqueles que após quatro derrotas consecutivas,
tentam retomar o governo. Deus é o “cabra da peste” (no sentido pejorativo) que
cansou das “bondades” sociais experimentadas no Brasil desde 2002. “Que se faça
o processo”, disse Ele. A emenda pior que o soneto.
É fato, que o coitado do Deus, vem ao longo dos séculos e, muito antes
dos séculos (os XXI reconhecidos) recebendo a culpa de tudo que aconteceu e
acontece no mundo. Esquecemos nós, que somos nós, os humanos, que temos o tal do
livre arbítrio e, em vez de assumi-lo, colocamos a culpa de nossos atos em Deus,
quando sabemos sê-los de nossa responsabilidade. Janaína na realidade foi mais
uma covarde entre tantos outros e outras que desfilam por esse mundo.
E pelo exposto acima, é que prefiro a explicação de Machado de Assis
quanto às atitudes de Deus: “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o
amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento”.
Mas notem... mesmo Machado, ciente da força de
sua sentença, perdoa nossa humanidade ao culpar o Diabo. Mesmo Machado, finge
ignorar o livre arbítrio.
Não Janaína, você
recebeu R$ 45 mil do partido do CANDIDATO DERROTADO para iniciar a farsa. Assuma
suas responsabilidades. Não cobre do golpista o que você já recebeu de paga.
Sérgio Mesquita
Secretário de
Formação do PT-Maricá