terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Foi-se a 1ª Década. Que Venha a Próxima.

É verdade que falta um ano para o final da primeira década do século XXI. Há pouco tempo, quase ontem, virávamos o Século XX. “Bug do Milênio”, final dos tempos e outras pérolas foram anunciadas e rogadas.
Quando chegou o primeiro dia do século seguinte, fora a ressaca que pode ter sido mais forte ou fraca, nada mudou. Mais um dia de um novo ano como qualquer outro. Nada de calamidades anunciadas e o “bug do milênio” rendeu bastante para os programadores de computador e, só.
No entanto, esta atual década ainda não findada, mostrou que muita coisa aconteceu e está por acontecer. Logo em seu início é derrubado o “Golias” americano. Os EUA sofrem atentado dentro de suas fronteiras (as torres do World Trade). O mito do país indestrutível, da economia forte e exército imbatível (mesmo após o Vietname), literalmente começam a desabar junto com as Torres.
O centro do poder desloca-se da América do Norte para a Europa, com sua nova moeda e ainda incipiente União e, continua a migrar para novas organizações e grupamentos governamentais, que buscam respeito e poder de decisão nas instâncias criadas no século passado, muitas desrespeitadas por seus próprios fundadores. Está aí a ONU que não nos deixa mentir.
Surge o G20 no finalzinho do século XX, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) começam a despontar como futuras economias. Lula é apontado como personalidade do ano de 2009 (Le Monde) e não o Obama.
O clima começa a incomodar e ser usado como moeda de troca e barganha política. Questões como a fome e a SIDA, tratadas pontualmente no século passado, não foram resolvidas. Permanecem os problemas e soma-se a questão do meio ambiente que, devido as suas especificidades, não possui fronteiras para confinamento. Não adianta tentar isolar o clima, transferir as industrias poluentes para outras áreas, consumir ou poluir a água ou florestas alheias. A água, como as florestas derrubadas aqui ou acolá, irão impactar no mundo como um todo e não somente em algumas de suas áreas.
A situação está tão latente que a conferência de Copenhague quase militarizou-se. As ONGs que lá estavam foram expulsas, acordo por baixo dos panos denunciados, a presidente da entidade renuncia e um resultado pífio, imposto pelos grandes do século passado, é o seu relatório final. Nenhum compromisso sério, de impacto é assinado. Ficou como positivo a boa vontade de alguns países como o Brasil em vias de sancionar a Lei de Política Nacional de Mudanças Climáticas.
Falando no Brasil, experimentamos algumas mudanças por aqui também. Sentimos mais orgulho, não nos colocamos subservientes nos grandes encontros governamentais e passamos a exigir nossa parcela de dignidade e respeito.
A crise financeira que preocupou e ainda preocupa o mundo, acabou confirmando-se aqui não passar de uma “marola”. A política econômica, independente de sua “matiz política” tem garantido o mercado interno e mantido o dólar em níveis aceitáveis. A procura de novos parceiros para nossas exportações possibilitaram a manutenção de uma Balança Comercial favorável.
Temos problemas e não são poucos. Mas estamos conhecendo uma nova Polícia Federal e um novo Ministério Público que, apesar de todas as diversidades, se não conseguem tirar de circulação certos políticos e personalidades, deixam bem claro para a população quem são estes cidadãos sórdidos e em que estão envolvidos. A corrupção não está maior nem menor neste final de década, mas com certeza está mais exposta, divulgada e combatida.
Não conquistamos os direitos de sediarmos uma Copa do Mundo e uma Olimpíadas de graça. Como colocou Lula no Prêmio Brasil Olímpico, “foi fruto de muito trabalho sério”. Trabalho este, “facilitado” por toda uma política e postura governamental de respeito ao próximo, respeito ao povo brasileiro. Respeito este que fazemos por merecer a cada novo dia de luta e trabalho.
Otimismo exacerbado? Inocente? Petista? Não! Apenas acredito que nós, “homo sapiens”, não devemos ser tão ruins para com os outros e para com o planeta, como fazemos questão de demonstrar.
Que venha a próxima década!
Te abraço.