Assistindo recentemente ao filme de animação brasileiro “Uma
História de Amor e Fúria”, lembrei-me da fala de um garoto de Maricá, de 18
anos, já um monstro em sabedoria, Bernardo Farias, filho do professor de
história e filosofia, e amigo, Marcos De Dios.
Antes um porquê da citação da animação. Trata-se de um filme
que narra vários casos de amor ao longo da história do Brasil. Desde o
descobrimento até um futuro próximo que me inspirou o texto. A história
acontece em um Rio de Janeiro com prédios de centenas de andares, Trens
suspensos em vários níveis e naves de transportes como nos desenhos dos
Jetsons. O que chamou a atenção foi o problema da água. O personagem principal,
que está presente em todas as histórias de amor e fúria, comenta que meio copo
de água custa mais caro que uma garrafa de whisky. Uma observação, os enredos
das várias histórias temporais da animação passa pela luta contra a injustiça.
Daí a questão da corrupção fazer parte do título do texto.
Lendo nas mídias alternativas as notícias sobre a operação
“Lava a Jato”, da polícia Federal, e a recente e esperada prisão, pela primeira
vez, dos corruptores envolvidos com negócios públicos, com o dinheiro público,
também senti aquela leve sensação de alívio. Claro, sem deixar de atentar para
a prática da nossa “democrática” mídia e da nossa direita que deseja mais um golpe
contra a democracia. Como já fizeram em 54, 64 e outras datas, quando deturpam
e criam notícias de acordo com seus interesses.
O que um garoto de dezoito anos falou para seu pai: “Não
perceberam o que está por trás das prisões dos empresários? Trata-se de luta
entre segmentos da classe dominante”. E explicou o por quê. O que tento
traduzir a seguir.
As empreiteiras brasileiras, a exemplo da Petrobras, estão
se ramificando, realizando negócios para além das fronteiras brasileiras. Estão
ganhando mercado internacional em consequência direta da política externa do
governo do PT. A Petrobras hoje é a quarta empresa em tamanho no mundo e uma
das que mais investem em pesquisa. Nossas empreiteiras estão com obras
espalhadas pela América Latina e África. Ganhando cada vez mais mercado. E isso
incomoda as empresas estrangeiras, os governos das metrópoles e a nossa direita,
que deseja a volta do Brasil Colônia e seus status de senhores feudais.
Senhores aqui e vassalos das metrópoles. Desejam a volta do Brasil como exportador
de matéria prima.
- A partir daí, vamos à teoria da conspiração:
- A água, em breve, será mais valiosa do que o petróleo ou qualquer outra coisa;
- As enormes reservas do pré-sal em nossas águas territoriais;
- A Amazônia como a maior reserva de água;
- A suspeita queda do avião do Eduardo Campos – caixa preta não grava nada;
- Jornalista americano denuncia a CIA como envolvida na queda do avião do Eduardo Campos;
- Os presidentes do Uruguai e Venezuela denunciam documentos que colocam a Marina como projeto dos EUA para a presidência do Brasil;
- O Brasil investe, na medida do possível, na indústria bélica para defesa do pré-sal e da Amazônia (para piorar... os caças comprados não foram americanos);
- Os diretores das empresas denunciadas na operação Lava Jato foram presos;
- Os diretores das empresas estrangeiras envolvidas no “trensalão paulista”, que confessaram o esquema com o PSDB, estão soltos e não são incomodados, bem como os dirigentes do PSDB.
Deixo claro que os diretores presos merecem a prisão, e só
foram presos por conta da mudança política pela qual o Brasil passou com Lula e
Dilma. Se nada tivesse mudado, o governo fosse do PSDB, só Deus, coitado, é
quem saberia.
Mas como, historicamente, o Brasil sempre sofreu influência
maldita das metrópoles, primeiro Inglaterra e depois os EUA, que além de financiarem
políticos aqui, planejaram e executaram o golpe civil militar de 64, nada é
impossível na lógica capitalista. Por que o que interessa para eles é que
voltemos a ser colônia.
Agora, durmam com esse barulho.
Sérgio Mesquita