domingo, 26 de julho de 2009

BRINCANDO EM CIMA DAQUILO (24/07/2009)

Calma! Apesar do título, o assunto é sério e dentro dos padrões morais da sociedade ocidental. Aquele que normalmente é exposto da porta para fora. Porque para dentro ou, como ouvi muito no movimento sindical – até a página cinco tudo bem, depois vale tudo. Mas, vamos ao texto.
Quantas vezes ouvimos de nossos pais e avós a recomendação: “menino olhe onde brinca”.
Mais novos e mesmo adolescentes, éramos todos super-homens, não sentíamos fome nem frio e mesmo quando algo dava errado, o prejuízo era só seu. Uns pontos aqui, alguns membros engessados e muitos sustos e aporrinhações para os pais e avós. Depois, só risadas e histórias repetidas ao longo dos anos. Conheço um adolescente que quando novinho, tinha o apelido de “Faz Merdinha da Estrela”. Dá para imaginar a encrenca né!
O problema é você como adulto, continuar a brincar. Brinca com a vida, o dinheiro e a esperança dos outros.
Você exerce uma profissão de maneira irresponsável ou pior, transforma em profissão o que deveria ser próximo da doação (nada de “franciscanismo”). Você vira político profissional, “ongueiro” ou milita no movimento estudantil durante anos e, pior ainda, tá cheio de cabelos brancos e continua estudante organizando a “juventude”. Hoje até pode aparecer na televisão e no jornal com “N” cursos incompletos, e você lá representando a estudantada.
Cara! Você não representa nada! Deixou de ser estudante há muito tempo. Não passa de um mero político que participa de uma eleição mais barata em busca de seus 15 minutos de fama. A institucionalização e a sede do poder é tanta, que a razão principal deixou de ser o povo, a causa estudantil ou qualquer outra. Dane-se que analfabeto esteja sendo aprovado no vestibular. “Luto por uma causa maior... estou inserido na discussão conjuntural nacional... luto pela solução do grande para resolver a causa menor”. “Balela”, nem o inglês vai ver! Estão brincando de representação – tudo “café com leite”. Mais ou menos como um senador que conseguiu nas urnas algo próximo dos 5% de votos, no estado do Amazonas, quando tentou ser governador e em Brasília brinca de representante do povo.
Não esqueci a ideia do Projeto de Lei de Iniciativa Popular “regulamentando” a profissão de político. Quer brincar de político profissional? Aposentadoria pelo INSS, não exercer o mesmo cargo eletivo por mais de duas vezes a qualquer tempo e/ou “zona” leitoral,... por aí vai. O problema está em achar um político que ajude no projeto: “Ehr... o quê? Desculpas, minha “tátara-tátara-vó” acabou de sofrer um acidente dirigindo na Linha Amarela...” É bom brincar. Também gosto. Só não vale com o povo.
Continuo com minha crença no ser humano inabalada. Segundo meu gerente, como Líder eu estou mais para avó (sem conotação sexual e de idade) do que para chefe. Mas existem momentos em que quase deixo-me levar. Quase concordo quando escuto que Brasília deve ser implodida. Porque se explodir... espalha e a cosia pode piorar.
Só para constar. A questão da explosão/implosão é maneira de se expressar somente - brincadeirinha. Vai que algum desavisado comece a me chamar de terrorista e o EUA invadam Maricá brincando de paladinos da liberdade? “Vixe”! Voltaremos a dançar “For all” e não Forró.
Encerrando, dia 20.07, foi comemorado o “dia do amigo”. E, amigo de verdade, que não brinca, é aquele que além dos tapinhas nas costas, também pisa no calo para que você se lembre sempre que existe o outro lado da moeda. Xingue o “desgraçado” pela lembrança da dor, mas depois agradeça e trate de tomar cuidado onde pisa.
Te abraço