“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” - Secundaristas de SP praticam Vandré.
Não
importa se de direita ou esquerda, nosso modelo de gestão política está
superado e não responde mais às necessidades da população. Esse esgotamento é
mais prejudicial no lado da esquerda, uma vez que a direita se serve muito bem
do modelo. Em especial no sistema Capitalista, que ignora a população e se
reinventa a cada crise há mais de 400 anos, nunca as solucionando sempre as
contornando, “empurrando com a barriga”.
Se
quisermos mesmo transformar o mundo em um lugar melhor para se viver e amar,
devemos abandonar nossas atuais práticas e, a exemplo de 64, aprendermos com os
estudantes, com a juventude que cria e transformas atitudes e está sempre
incomodada com as mesmices.
Hoje,
no meio de mais uma das crises do capitalismo, não conseguimos dar respostas à
população. Não por não sabermos o que fazer, mas sim o como fazer e/ou como
recuperar as práticas de democracia interna. Uma vez que hoje reproduzimos o
patrimonialismo da classe dominante em detrimento da iniciativa e criatividade,
característica do povo brasileiro e da esquerda.
A estudantada de São Paulo nos mostrou que nem tudo está perdido ou entregue, como querem nos convencer a mídia da classe dominante. Um grupo de meninas propõe durante uma assembleia, uma vez que esgotadas as várias iniciativas de diálogo com Alckmin, que as escolas sejam ocupadas. Mesmo sem saberem muito como, foram adiante e 200 escolas são ocupadas no estado de São Paulo. Fizeram com que Alckmin recuasse em seu projeto de privatização do ensino e aceitasse a demissão de seu Secretário de Educação.
A estudantada de São Paulo nos mostrou que nem tudo está perdido ou entregue, como querem nos convencer a mídia da classe dominante. Um grupo de meninas propõe durante uma assembleia, uma vez que esgotadas as várias iniciativas de diálogo com Alckmin, que as escolas sejam ocupadas. Mesmo sem saberem muito como, foram adiante e 200 escolas são ocupadas no estado de São Paulo. Fizeram com que Alckmin recuasse em seu projeto de privatização do ensino e aceitasse a demissão de seu Secretário de Educação.
Qual
a diferença desse movimento estudantil para os demais movimentos? Ele foi
decidido e organizado de forma horizontal e amplamente democrática. Não existiu
chefe ou cacique. Os chefes e caciques que lá apareceram para apoiar e dar força
ao movimento tiveram que se enquadrar à sua lógica e não o contrário, como
estamos há algum tempo sendo “acostumados”.
Como
colocado no excelente documentário de Carlos Pronzato, “Acabou a paz! Isto aqui
vai virar o Chile”, os estudantes não aceitaram a visão “messiânica” da
esquerda, de alcançar um futuro melhor. O futuro era aquele dia, é o hoje, como
bem representou Vandré em sua música, retratada no subtítulo desse texto –
“quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Nós,
velhos que nascemos nos movimentos verticalizados, mas ainda com alguma
democracia interna, hoje não sabemos mais como exercer essa democracia e
reproduzimos o cotidiano, mas o cotidiano não é mais resposta e nem solução. Ou
olhamos para os mais jovens para beber (não “vampirizar”) de suas energias e
olhar diferenciado de mundo, ou vamos “morrer” enquanto agentes que querem
transformar o mundo em um mundo mais justo e digno de se viver. Um mundo que vá
para além dos 20% da população, suficientes para manter a roda do capitalismo girando.
Parabéns
aos estudantes secundaristas de São Paulo, por nos permitir conhecer um pouco
de suas sabedorias através do documentário que vocês fizeram. Pronzato foi só a
ferramenta de divulgação. Aliás, sendo justo, uma excelente ferramenta.
Sérgio
Mesquita
Sec. de Formação do PT-Maricá
Sec. de Formação do PT-Maricá
https://www.youtube.com/watch?v=LK9Ri2prfNw