domingo, 17 de novembro de 2019

Para tentar entender um pouco da encrenca... ou, mais trevas na luz


O texto a seguir é pensado a partir do livro “Quem Manda no Mundo”, escrito por Noam Chomsky, em sua 3ª edição de 2018. Que confirma uma prática iniciada ainda na década de 60 (Sec. XX), em plena “Guerra Fria”, quando os EUA começam a exportar “religiosos” pelo mundo, em especial, aqui em nossa América Latina, para evitar o “perigo comunista” e implantar o neoliberalismo, colocado em experiência no Chile, pelo ditador Pinochet.

Com certeza não esperavam o sucesso alcançado, pois duvido que sequer pensaram em aplicar em suas fronteiras o que exigiam nos países “amigos”. Não esperavam por cidades fantasmas como Detroit, os sem tetos, desempregos e outras. A Globalização também os atinge, e não se dão conta que, as corporações e os grandes conglomerados são os verdadeiros donos do mundo. São os que ditam as regras, deixando ao governo dos EUA o mero papel de exército mercenário das Corporações.

Hoje, sentem na pele o mesmo que passamos aqui, onde todos foram colocados em um mesmo saco: - política é coisa de bandido e só Deus salva.

O trecho abaixo, colocado pelo Chomsky, nos traz esta preocupação, pois passa a impressão que tanto aqui, como lá, a política perde a razão de existir, em nome de uma fé que nos levará de volta a Idade Média, com a Terra plana e outras idiotices. A Fera do obscurantismo está solta, e quem irá colocar a coleira nela?

Cap. XXII: O relógio do Juízo final, página 287

“Os partidos Republicano e Democrata deram uma guinada à direita durante o período neoliberal da geração passada. Os democratas do mainstream são agora o que costumávamos chamar de republicanos moderados. Enquanto isso, o Partido Republicano desgarrou-se do espectro, tornando-se o que os respeitáveis analistas políticos conservadores Thomas Mann e Norman Ornstein chamam de uma insurgência radical que praticamente abandonou a política parlamentar normal. Com a guinada à direita, a dedicação do Partido Republicano à riqueza e ao privilégio tornou-se tão extremada que suas efetivas políticas não foram capazes de atrair eleitores, de modo que agora tem de buscar uma nova base popular, mobilizada em outros setores: cristãos evangélicos aguardando a Segunda Vinda de Jesus, nativista que temem que eles estejam roubando de nós o nosso país, racistas estagnados, pessoas com queixas reais que confundem suas causas e outros que, como eles, são presas fáceis de demagogos que podem tornar-se uma insurgência radical.

Em anos recentes, o establishment estava expressando considerável desalento e desespero diante de sua incapacidade de fazê-lo, à medida que a base republicana e suas escolhas saíam do controle.

Os políticos republicanos eleitos e os presidenciáveis da campanha de 2016 expressaram desprezo franco pelas deliberações de Paris, recusando-se inclusive a comparecer nos trabalhos. Os três candidatos que à época lideravam a pesquisa eleitorais – Donald Trump, Ted Cruz e Bem Carson – adotaram posição de base amplamente evangélica: os seres humanos não exercem nenhum impacto sobre o aquecimento global, se é que está mesmo acontecendo um.”

O fato, é que o terraplanismo chegou lá também. O tiro também saiu pela culatra.

Não adianta filmes, séries e livros como Elysium, The Handmaid`s Tale, 1984, Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451 e etc. O que interessa é a Segunda Vinda de Jesus. Até lá, contentemo-nos com as fakes news, mamadeiras de pirocas, a facada no Bolsonaro e idiotices. Mas, que o Queiroz continue em paz.

Sérgio Mesquita
PT-Maricá