domingo, 23 de agosto de 2009

COM QUE ROUPA EU VOU? (14/08/2009)

Ao estilo – com muita presunção - do então deputado pelo PT, Chico Alencar, inspirado na letra do samba de Noel, escreveu carta ao Lula à época da cassação da candidatura de Vladimir Palmeiras ao Estado (1998), escreverei esta coluna com uma pequena nuance. Na realidade o título deveria ser “Com que roupa eu fico – oposição ou situação?”.
Esta dúvida está na cabeça de muitos de meus amigos e amigas por causa desta coluna, escrita em um jornal com perfil atual de oposição. Portanto, quero deixar claro aqui o meu posicionamento: Não mudei em nada, sou petista, apoio o governo por convicção e acredito na pessoa do Prefeito e sua índole. Foram uns 18 anos de luta (no meu caso) para chegarmos até aqui e, tenho a certeza, que serão necessários mais alguns para transformarmos nossa Maricá.
Hoje, temos completo um semestre de governo, com um Orçamento que já acreditávamos fictício e que a realidade se mostrou pior ainda. Mesmo assim, cobram-se resultados de anos em meses.
É fato que existem problemas, já ouvi muita reclamação. Entendo que na maioria das vezes, são coisas de súdito querendo ser mais rei que a própria realeza e outras, conflitos oriundos da própria coligação, o que acontece em qualquer eleição com qualquer Partido. Não é privilégio nosso.
O problema é que quando fui convidado para aqui escrever, o perfil deste jornal era também o de divulgação do governo com isenção, ou seja, elogiar e criticar quando assim achasse necessário e, sempre de maneira construtiva. Prática esta que nunca foi problema para mim e muito menos para o Quaquá, pois temos um belo histórico de debates.
Hoje, no meu entender, as críticas aqui apresentadas não estão lá tão construtivas o que me levou a iniciar uma conversa com o Diretor do Jornal, quanto a possibilidade do mesmo vir a virar panfleto ou não. Conversa esta que daremos continuidade, pois também sou amigo e tenho apreço pelo Ricardo Vieira, que é o Diretor.
Esta coluna, em especial será curta e grossa, pois estou atrasado com a mesma, são exatas 18:30 do dia 13.08 e o jornal tem que estar na rua amanhã e não tive disponibilidade para trabalhá-la melhor. Ricardo já me ligou e não quero deixar furo.
Te abraço e peço desculpas.

O QUE ADIANTA VIVER NA MAIOR DEMOCRACIA DO MUNDO SE TODOS LEEM A MESMA COISA” (07/08/2009)

O QUE ADIANTA VIVER NA MAIOR DEMOCRACIA DO MUNDO SE TODOS LEEM A MESMA COISA”
Oliver Stone
É a segunda vez que cito a frase acima. A primeira foi quando um jornal de Maricá escreveu que o Outras Palavras era do PT. Respondemos que não. O Outras Palavras foi idealizado, escrito e diagramado por petista e não pelo PT. Muito pelo contrário, por várias vezes fomos criticados nas reuniões do Diretório pelo espaço que cedíamos para munícipes de outras linhas políticas. É verdade que ao lado de cada texto ou informe publicitário, escrevíamos a “Opinião do Conselho Editorial” que, podia concordar ou não com o teor ali disponibilizado. Mas o espaço era garantido.
Voltando ao cineasta norte-americano, Oliver Stone estava preocupado com a “pasteurização” da imprensa no geral. Todos os grandes meios de comunicação noticiam as mesmas matérias, obtidas nas mesmas fontes e com as mesmas fotos. E, como apenas cinco empresas praticamente dominam a maioria dos órgãos de comunicação do planeta, fica impossível dizer que a mídia não é direcionada (matéria publicada na Revista Atenção, de onde foi retirada a frase de Oliver Stone). A título de curiosidade, duas destas empresas são a GE e WestingHouse, as demais: Sony, Warner e Disney.
É por essas e outras que dificilmente assistimos na televisão ou lemos nos jornais, as reais razões das campanhas escondidas atrás das notícias em destaques. Como exemplo, temos duas campanhas hoje no “ar”, ambas envolvendo diretamente a Petrobras. A CPI e o Conselho de Ética contra Sarney (não vou aqui defender Sarney e muito menos se temos ou não motivos para CPI e, deixo claro que não confio em políticos que passaram pela Arena, PDS e PSDB). O “pano de fundo” de ambas as campanhas, está na questão da liberação ou não do petróleo localizado na área do “Pré-Sal”. Sarney defende a exploração somente pela Petrobras, como exposto pelo jornalista e palestrante Oswaldo Maneschi, no Fórum de Comunicação Social promovido pela Prefeitura de Maricá. Na mesma linha, temos o responsável pela comunicação e patrocínio cultural da Petrobras, Wilson Santarosa, citado na CPI. Em entrevista na revista Carta Capital (05.08), afirma que o interesse escondido na CPI é a desestabilização da empresa para facilitar a exploração do petróleo no “Pré-Sal” pelas “multis”. Alguém em sã consciência acha isso impossível? Alguém em sã consciência acha que as bases americanas a serem instaladas na Colômbia são por conta do narcotráfico e ação humanitária?
Em Maricá, dentro de nossas proporções, acontece a mesma coisa quando jornais passam a atuar como panfletos e não como meio de distribuição da informação, a favor ou contra - não interessa. Se panfleto, não existe preocupação com a veracidade da informação e a discussão sobre a mesma.
Tem-se que ter cuidado com as fontes de pesquisa. Textos livres na internet como no sítio da “Wikpedia” podem ser pesquisados, mas com a confirmação do que lá está disponibilizado através de outras referências. Se não, você pode colocar uma informação (assinada ou não, copiada ou não) e ser rebatido.
Como exemplo, vou apontar duas fontes que podem levantar questionamentos em matérias já publicadas sobre os índios guaranis e sua ocupação territorial. Fonte: Enciclopédia Barsa: “(...) O grande tronco tupi-guarani se estendia do Rio Paraná à bacia amazônica e chegava aos limites da Guiana, incluindo a maior parte do leste brasileiro, com ramos para o oeste que chegavam até os Andes. Antes do descobrimento, houve uma forte migração dos guaranis para as proximidades do rio Prata, onde se estabeleceram.(...)”. Fonte: “As Demarcações Guarani, a Caminho da Terra Sem Mal”, trabalho de Maria Inês Ladeira, antropóloga do Centro de Trabalho Indigenista – CTI, “(...) Na região costeira do Sul e Sudeste do Brasil, entre os estados do Rio Grande do Sul e Espírito Santo, existem, atualmente, 53 aldeias guarani e incontáveis locais de parada provisória. As considerações apresentadas no presente artigo fundamentam-se na dinâmica de ocupação territorial dos Guarani que vivem atualmente nessa região litorânea do Brasil, cuja maioria é constituída pelos Mbya, seguidos dos Nhandeva (estes e os Kaiová compõem os três subgrupos guaranis no Brasil). Entretanto, muitas das situações que serão aqui mencionadas são também vivenciadas pelos Guarani no interior do Brasil, da Argentina e do Paraguai (...).
Boa leitura e discussão sobre a coluna.
Te abraço.