A ideia é transmitir aos participantes do PIDLF
algumas preocupações que me ocorrem.
Nada que se oponha a necessidade, ao acerto, ao “o
tiro na mosca”, que entendo ser a viabilização deste Pacto. Pacto que será
benéfico para os municípios participantes, bem como para o Estado do Rio em sua
totalidade, e porque não, para o Brasil. Pode vir a ser um exemplo, como o
consórcio do NE na Saúde.
Passamos por um momento que não é privilégio do
Estado do Rio, ou mesmo do Brasil. Ainda sofremos com a continuidade da crise
de 2008 e seus fantasmas.
Na questão nacional, está claro para o mundo, que
as medidas tomadas pelo governo federal somada a pouca lucidez de muitos de
seus dirigentes, faz com que a luz no final do túnel não seja alcançada. Pelo
contrário, nos leva a crer que o túnel se alonga em seu tamanho. Ao contrário
da Utopia, que nos serve para a caminhar, segundo Galeano, este alongamento nos
leva a mais miséria, perda de soberania, injustiças e um retorno criminoso a
Idade Média.
Na questão estadual, temos seus problemas
aumentados pela questão nacional. Navega em mares revoltos, alinhado com
Brasília. Não tem demonstrado capacidade de enfrentamento da crise e das
questões políticas. Segue a corrente, torcendo para que o “pibinho” anunciado
com pompas pela Globo, realmente seja um alento.
Por outro lado, os grandes meios de comunicação,
continuam pulando de galho em galho e, de acordo com seus interesses ou verbas
de publicidade, no geral, mantêm as mesmas práticas de 50 anos. São contra a
democracia e soberania do país. Funcionam para menos de 10% da população do
país. O restante só serve para manipulação.
Mesmo com todo esse quadro, e claro, pelo clã de
Brasília não ter encontrado ainda uma fórmula que leve a uma nova distribuição
dos “royalties” ou mesmo ao seu fim, enquanto riqueza distribuída. Cidades como
Maricá e outras poucas, pensam em sua utilização como indutor de um crescimento
regional e não local. Não por ser boazinha, madre Tereza. Mas sim, por entender
a necessidade, a urgência de um crescimento regional e não como uma ilha de
prosperidade cercada de pobreza. Como é comum acontecer com empreendimentos em
que só são levados em questão, planilhas financeiras e não a sua população.
Não repitamos os erros de muitos estados e
municípios, que por conta de uma guerra fiscal, distribuíram ao léu isenções
fiscais por decênios e decênios. O resultado são uns poucos bolsões de
prosperidade cercados de vários bolsões de pobrezas, pois os municípios ficam
sem arrecadação fiscal para cuidar de seu povo.
Uma região que tem em seu território estruturas
como o COMPERJ, um Parque Tecnológico nascendo, um futuro Porto e acesso a um
Anel Rodoviário, deve é cobrar contrapartidas das empresas que aqui se
instalarem, em prol de sua população empobrecida.
Fazer como nos conta Requião. Quando governava o
Paraná e uma fábrica de tratores agrícolas queria isenções absurdas para se
instalar no estado. O empresário ameaçava ir para Minas, que cedia as suas
exigências. Requião pega o telefone e dá os parabéns ao Hélio, pois ele havia
ganho uma fábrica de tratores. Passados dois meses, a fabrica se instala no
Paraná sem as benesses exigidas. O Porto de exportação de grãos era no Paraná,
a produção agrícola era no Sul, porque o empresário iria montar uma fábrica no
interior de Minas para depois vender os tratores no Sul?
Vamos ao exemplo de minha querida Santa Rita do
Sapucaí, MG, o vale da eletrônica, nosso vale do silício. Cidade pujante, uns
dos melhores “hacktown” do Brasil. Várias empresas de ponta e faculdades
instaladas. Pobre. Sem orçamento.
Lá trás aprovaram uma Lei de incentivo onde, as
empresas quando cresciam em faturamento e tamanho, poderiam se subdividir em
empresas menores...
São vários os exemplos e várias as mentiras como a
geração de emprego, pois a automação está aí e devemos estar preparados, não
para os empregos que serão criados, mas para os empregos não criados. E sem
orçamento, não teremos solução.
Há braços.
Sérgio Mesquita
Secretário de
Ciência, Tecnologia e Comunicações de Maricá-RJ