terça-feira, 22 de março de 2011

OBAMA, DEMOCRACIA E VISITA AO BRASIL

Há pouco, escrevi um texto baseado no posicionamento de um dos grandes nomes da intelectualidade mundial, Eric Hobsbawm (sergiomesquita.blogspot.com – Eleição como alegoria). Ele coloca que as eleições hoje não passam de meras formalidades, uma festa. Justifica sua linha de pensamento através do processo de privatização do estado, que domina a linha de pensamento liberal de nossas democracias. O que isso tem haver com Obama e sua visita?

Obama foi eleito nos EUA como “o cara” que levantaria a economia nacional e “pacificaria” o mundo, por ser o oposto de seu antecessor. O negro que humanizaria o sistema de Saúde. Passada a festa, não mudou nada, tem um Congresso retrógrado (bem ao estilo da moral americana), popularidade em baixa e já se envolveu em sua primeira guerra em nome da democracia e, a Saúde, continua a mesma.

Em relação ao Brasil, ao contrário do que pensam aqueles que continuam com Lula atravessado na garganta, sua visita não foi por que Dilma tem estilo diferente ou política diferente do Lula. Sua visita foi para tentar recuperar seu prestígio (EUA) e um mercado que sempre foi cativo ao americano. O Brasil diversificou seus parceiros comerciais e isto prejudicou a balança americana. Obama não veio para ser um igual. Nosso suco, aço, sapato e outros continuam e continuarão sobretaxados lá. Exaltou a democracia e iniciou uma guerra do hotel em que estava hospedado.

E por falar em democracia (qual?). Apoiaram Mubarack por trinta anos. Quando a população egípcia foi para as ruas, ficaram quietos. O ditador era aliado.

Já em relação ao Kadafi, quando o pêndulo tendeu para o ditador, os mesmos da guerra do Iraque (aquela da mentira das armas de dizimação em massa) a exceção da Alemanha, estão bombardeando o país em apoio a população que quer democracia. E no Barem? País sem democracia onde o rei (que na Inglaterra perdeu o poder) nomeia o primeiro ministro (o mesmo há quarenta anos) e demais políticos. Quando a população foi para as ruas, o “não ditador” recebe ajuda militar de outro rei “não ditador”, da Arabia Saudita, para combater a população que, a exemplo do Egito, Tunísia e Líbia, foram para as ruas pedirem democracia. Lá, a ONU e os paladinos da democracia estão quietinhos. Não estão bombardeando nada e a imprensa democrática, só da destaque para o lado que interessa a eles economicamente.

E por falar em população na rua, os tunisianos e egípcios foram para as ruas desarmados. De onde vieram as armas dos “rebeldes” líbios?

Infelizmente, de acordo com a história intervencionista americana (com ou sem armas), com certeza seus políticos e empresários devem estar adorando a tsunami japonesa. Economicamente será um alento para economia americana a ajuda que oferecerão.

Te abraço.