segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Quem controla a Internet?

Há tempos venho levantando questões sobre o poder da Internet. Em uma redação sobre o tema, escrevi que ninguém sabe a força real desse meio de comunicação e informação. Um chinês põe a alma em leilão e o subcomandante Marcos impede um massacre, pelo exército mexicano, com seu laptop nas montanhas de Chiapas. Duas ações distintas utilizando a mesma ferramenta.

Mas a dinâmica da rede também pode ser utilizada em favor de interesses pessoais ou de grupos econômicos/políticos. Assistimos a isso agora com o ataque à Coreia do Norte, quando a isolaram do mundo ao bloquearem seu acesso à rede. Agora não se tem mais dúvidas quanto ao poder de quem tem o conhecimento e os equipamentos para tal exercício. Ou seja: basta, literalmente, desligar o interruptor.

Essa discussão é alvo de intervenções minhas desde os tempos “das privatarias” do FHC e seus cúmplices. Em especial quando entregou todo o nosso sistema de comunicação ao mexicano Carlos Slim. Todos os nossos dados bancários, de segurança, ou simples recados de amor, nas mãos de estrangeiros que, se chateados ou incentivados por interesses econômicos, como a água ou o pré-sal, nos tiram da rede. O que fazer? Perguntem ao FHC.

Ora, o Brasil ganhou notoriedade mundial por conta da aprovação, um tanto quanto esquartejada, do Marco Civil da Internet, que, mesmo levando-se em consideração a falta de alguns pedaços, ainda é uma grande Lei e exemplo a ser seguido. Assim, o que aconteceu na Coreia (link ao final do texto) estava “previsto” na Lei, como proposta para amenizar o problema. Contudo, com o esquartejamento, promovido a serviço das Telcos (empresas de telecomunicação como Vivo, TIM, Claro – do Slim e outras) por Eduardo Cunha, essa cautela foi cortada. No texto original, existiam exigências de que os provedores da rede tivessem seus servidores e storages em solo nacional, numa tentativa de “amenizar” a espionagem estadunidense, tão ignorada por nossa mídia servil.

Eduardo Cunha venceu a batalha com apoio de seus pares no Congresso e, logo após, por conta da espionagem estadunidense, França e Alemanha anunciaram estudos para internalizar na Europa os seus servidores de Internet, a fim de dar mais trabalho ao serviço de segurança dos EUA, o National Security Agency (NSA), com o intuito de tornar mais difícil o acesso os dados europeus. Todo o tráfego da rede mundial passa pelos EUA, e eles, “democraticamente”, detêm o poder de acessar nossos bilhetinhos eletrônicos com ou sem nossa permissão.

Escrevo isso devido à única discordância minha em relação ao texto, quando diz que pode acabar fortalecendo a tendência à balcanização do universo digital com a criação de redes nacionais independentes. Trata-se de uma ideia alimentada por regimes autoritários em várias partes do mundo, porque lhes permite controlar o fluxo interno de mensagens entre usuários da internet”. Discordo porque a conta vai somente para os estados autoritários, quando o que testemunhamos recentemente foram países democráticos como Inglaterra e França (à época de Sarkosy), discutirem e defenderem a censura na rede. Enquanto isso, os EUA já o fazem abertamente, espionando os seus e a nós.

A Internet foi criada a partir de necessidade militar e, como quase todos os avanços tecnológicos, acabam beneficiando uma pequeníssima parcela da sociedade civil dos países que controlam o poder imperial no mundo. O mesmo se pode dizer dos conhecimentos científicos, de onde derivam a tecnologia, que deveria estar a serviço do bem estar social, e não do econômico/político, que é o que costuma acontecer na prática. O que ocorreu com a Coreia pode nos levar à balcanização do mundo sim, como bem alerta o texto, mas também não podemos ou devemos fechar os olhos e fingir que nada acontece ou poderá acontecer conosco. O mundo da fantasia só existe nas empresas de comunicação, que, de tanto fantasiarem, trocaram a realidade pelo fantástico.
Te abraço

Sérgio Mesquita

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Um fim de ano para não esquecer ─ idas e vindas que não têm preço

No dia seguinte ao dia em que o mundo inteiro se regozija por conta do fim do bloqueio estadunidense a Cuba (18.11.2014), pelo retorno dos três últimos “soldados da guerra fria”, segundo Fernando de Moraes (excelente livro que conta a história dos cinco cubanos presos nos EUA), Maricá comemora a entrada em funcionamento dos ônibus da Empresa Pública de Transportes (EPT), os já carinhosamente chamados de “vermelhinhos”, por conta da cor da bandeira do município, de predominância vermelha. Um coroamento de toda uma luta, que não se encerra, do único governo que, em Maricá, realmente se preocupou com sua população. Os “vermelhinhos” rodando sem cobrar um centavo sequer de passagem.

Quem não é do município, não tem ideia do que isso representa, e pode até não entender a alegria, a satisfação daqueles que sempre lutaram contra o domínio perverso de pouquíssimas famílias sobre um grupo de políticos servis e enganados, pois se achavam lordes quando na realidade não passavam de peões em um tabuleiro de xadrez onde só existia um jogador manipulando as peças.

Processo longo, de anos durante os quais alguns munícipes mudavam de calçada para fugir de um simples bom dia ou boa tarde àqueles ditos “comunistas do PT”. Eu ria internamente quando percebia o esbaforir de seus semblantes e seus olhos baixos. O simbolismo começou com a retirada de um busto, que representava o poder local, do Terminal Rodoviário, que, embora público, estava entregue a uma empresa de ônibus privada, símbolo do poder e do atraso do município. A simples retirada causou indignação dos servos e, por outro lado, um recado claro dos “comunistas do PT” à cidade,  tudo mudaria.

O Prefeito Washington Quaquá, em seus discursos ao povo, sempre deixava claro que a cidade só mudaria se a sua pequena classe que controlava a economia fosse quebrada em seu predomínio. Modernizou a cidade, abriu suas portas para novos empreendedores e empresas, coisa antes impossível de se pensar, pois para os donos da empresa de ônibus não interessava a geração de emprego local. Interessava somente o transporte desses trabalhadores para os outros municípios em seus ônibus. Novas empresas e novos empreendimentos chegam a Maricá e fecha-se o ano com os “vermelhinhos” interligando o município de norte a sul, de Ponta Negra a Itaipuaçu, forma de assegurar o direito de ir e vir, o que antes era impensável  sem que o munícipe que viaja de ônibus pagasse no mínimo duas passagens.

Os “vermelhinhos” vieram para ficar, e não têm por que não ficar. Na prática, patrões e empregados lucram quando os custos das passagens saem de suas planilhas. Lucra todo o morador que, empregado ou não, precisar se deslocar para ir a um médico, quando seus filhos ou eles próprios forem à escola e (por que não?) quando simplesmente quiserem se divertir em lugar afastado de suas casas.

A via principal (nosso rio Amazonas) está coberta, agora é começar a trabalhar seus afluentes para atingir o interior de nossos bairros, o que já está sendo pensado a partir do transporte alternativo. A ideia seria contratá-los diretamente para que essa passagem também venha a ser gratuita.

Parabéns ao governo Washington Quaquá. Parabéns a todos aqueles que sempre acreditaram que mudar era possível.
Te abraço.

Sérgio Mesquita

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Quando a luta é baseada no amor e respeito ao próximo

As diferenças, infelizmente, são gritantes quando da disputa política entre direita e esquerda no Brasil. Assistimos nossa “democrática” mídia, de maneira plácida, quase que suspirante, noticiar ou não dar as notícias nos “tons” que deveria dar se não estivesse atuando como verdadeiros partidos políticos. Refiro-me especialmente às empresas de notícias, que ignoram ou, mais precisamente se “lixam”  para o fato de serem detentoras temporais de concessão pública.

Pessoas como ”bolsonaros” vão armadas para comícios, escolhem quem deveriam ou não estuprar e, se não fossem as redes sociais, nada disso estaria sendo noticiado. Ou na melhor das hipóteses viraria, uma nota, esquecida no dia seguinte. Pedidos esdrúxulos pela volta da ditadura, julgamentos fantasiosos que ignoram o estado de direito, tudo acompanhado de discursos vazios, mas raivosos.

Máscaras nas frentes das câmeras lembrando antigos salvadores da pátria. Aliás, temos a figura do ex-governador de Minas, que governava o estado a partir das praias cariocas que, segundo um comediante, o Neves de seu nome deveria ser apelido, pois é sempre Natal em seu nariz. O indivíduo insiste no complô, no desejo de inverter o resultado de uma eleição democrática, por meio de um golpe apoiado por uma mídia canalha e alguns juízes suspeitos quanto à integridade. Pregam a violência utilizando-se de grupos fascistas ou mesmo suas polícias militares contra aqueles que não comungam com suas hipocrisias.

No campo da religião, os mesmos destemperos e atrocidades para com a democracia e respeito ao cidadão. Não importa se cristã ou islâmica, quando fundamentalista, cortam-se gargantas, põem-se na fogueira, apedreja e assim por diante. Não importa, “nós é nós e o resto é o resto”.

A violência, o sectarismo, a criminalização dos movimentos sociais, a homofobia e outras formas de agressão à democracia, são comuns aos dois grupos, contra aqueles que são ou pensam ”diferente”.
Agora, o contraditório, normalmente é ignorado pela mídia.

Os movimentos, hoje ainda minoritários, contra o racismo, pela liberdade religiosa, respeito às mulheres, às minorias e a liberdade sexual, quando vão as ruas se manifestar, vão em busca do respeito e amor ao próximo. Quando se manifestam, podem ter certeza de que será como uma grande festa, seja em local público ou não.

Será que ninguém percebe essa pequena diferença que separa aqueles grupos raivosos e antidemocráticos, daqueles que só querem o bem do próximo?

Parabéns, Maricá, pela bela festa que foi a 2ª Parada do Orgulho LGBT.
Te abraço,

Sérgio Mesquita

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Quando o que importa é o equilíbrio

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Todos sabemos que a tecnologia existe e se desenvolve com o objetivo de facilitar e dar mais conforto em nossas vidas. Todo invento e suas futuras mutações, no papel, tem como objetivo a busca de uma melhor qualidade de vida, ou pelo menos assim deveria ser. Deveria por quê? Porque na realidade, o “lado negro da força”, que todos temos um pouco e em alguns se sobressai, acaba por transformar a tecnologia em um mal, e não um bem. Mantendo a linha cinematográfica, chegará uma hora já prevista nas telas de cinema, que a máquina cansará de nos ajudar e, por achar que será melhor para a humanidade, tomará o poder e nos guiará a partir de suas certezas matemáticas. Assistimos a isso em filmes “futuristas”, onde HAL (IBM) assume o comando em “2001 uma odisseia no espaço”, o “Caçador de Androides” e o aventureiro “Exterminador do Futuro”, entre outros. Filmes que nos alertam por conta do caminho escolhido por aqueles, que esfomeados por lucros e acumulação desenfreada de bens, destroem a vida humana e seu entorno, ou, quando bonzinhos, nos transformam em autômatos e ai trocamos de lugar com as máquinas. Porém, sem suas qualidades de velocidade e precisão, pois ainda somos humanos.

Agora por que esse “blablablá”? Porque temos o outro lado da moeda que, apesar de outro, sofre igualmente com o mesmo “lado negro da força”, que joga em todos os lados para não perder.
Nesse outro lado, o domínio deveria ser completamente nosso. No entanto, devido à mesma insensibilidade exposta anteriormente, prejudica-nos tanto ou mais. E infelizmente temos duas classes de homens e mulheres que representam bem esse ponto. Fica a ressalva de que não são suas totalidades, mas uma parcela dotada de visibilidade. São os médicos e juízes, que, a partir de opostos – mais ou menos humanos – prejudicam igualmente seus “clientes”.

Os médicos, principalmente os mais novos, já nascidos em meio à tecnologia, mais se preocupam com o resultado da máquina do que com o exercício do exame. Abandonaram o sexto sentido, que ficava em suas cabeças dizendo que existe algo mais a ser descoberto. Aos poucos vão se rendendo à máquina. E como quem as fabrica quer sempre mais lucro, não demorará o dia em que o médico só assinará a receita cuspida pela impressora, já indicando a qual farmácia ou laboratório o “cliente” deverá se encaminhar. Hoje, alguns já o fazem sem auxílio da máquina, mas os conglomerados, as corporações logo irão indicar automaticamente o remédio, a drogaria e/ou laboratório, por conta de seus acordos financeiros. Falta muito pouco para o fechamento do cerco. A tecnologia utilizada para benefício de alguns em detrimento do todo. E são esses profissionais que aos pouco vão perdendo sua humanidade, que passam a se manifestar politicamente sempre a favor do sistema que ignora os seres humanos, razão de suas existências e juramento.

Já os juízes, que por função deveriam ser os menos influenciáveis pelo meio, por seus sentimentos e, em vez de trabalharem com o “preto no branco”, à beira da insensibilidade, com imparcialidade, começam a deixar de fazê-lo, pelas mesmas causas que levarão as máquinas a nos guiar e os médicos a tornarem-se autômatos.

O lucro e a ganância de alguns, em detrimento da Justiça. Basta observar o comportamento recente de alguns deles durante a AP 470 (mentirão), na operação Lava Jato, no caso do “Trensalão” do PSDB e, agora, no voto de Gilmar Mendes em relação às contas de Dilma Rousseff. Declara seu voto pela aprovação, mas tem a certeza da existência de fraude muito bem-feita. Faz um discurso falando sobre irregularidades que não identificou e, diferente do comportamento adotado relativamente à AP 470, vota de acordo com o “preto no branco”. Deve estar com muitas saudades do Joaquim Barbosa, que, destemperado, chamou os holofotes para si, deixando os demais à vontade para rasgarem a Constituição.

Disso tudo que foi escrito acima, a única certeza que devemos ter, até como um norte a ser seguido, é que a falta de um equilíbrio, mesmo que tênue, nos levará ao caos. Nesse caso, o único sistema que não serve é a democracia.
Te abraço.

Sérgio Mesquita

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Recebidos entre palmas e sapateados

Aconteceu neste fim de semana (28 e 29.11), entre uma sexta e um sábado chuvosos, o 2 º Fórum de Cultura do Interior na cidade de Quissamã. Foi por si só uma proveitosa reunião onde gestores, parlamentares e fazedores de cultura trocaram ideias, receios e esperanças. Não as esperanças de Júlio Cortázar, apresentadas em seu livro “Histórias de Cronópios e Famas”, mas sim aquelas que nos levam a continuar na luta, a transgredir, colocar o pé para além da marca institucional na busca do bem comum. O encontro se deu no Centro Cultural Sobradinho, local aprazível que teria tudo para dar certo. E deu. O que não esperávamos eram as iguarias estéticas que nossa anfitriã, Marta Medeiros, Coordenadora de Cultura de Quissamã tinha preparado para aqueles que chegaram ainda na sexta-feira.

Fomos conhecer de perto, eu pela primeira vez, o Fado. Não o tradicional português, explorado com humor na música dos, infelizmente falecidos, Mamonas Assassinas. Conhecemos o Fado advindo da mãe África que, segundo Reinaldo Sant’Ana, é muito parecido com o de Cabo Verde. Um Fado onde os músicos pedem licença para adentrar ao ambiente antes da cantoria, sapateado e palmas. Em um ambiente tão rústico quanto rico em sabedoria e respeito às tradições. Moços, velhos e novos dividindo o prazer da dança em comunhão.

Uma viola de dez cordas e dois pandeiros feitos à mão e afinados ao fogo, literalmente. Essa simples formação fez a alegria de muitos. Conheci o mestre Antônio Morim, que, com uma das mãos tomava posse do pandeiro, e com a outra, ausente, tocava o instrumento, antes exposto na parede.

Humildemente, não deixava a “peteca cair”, acariciava seu pandeiro ao ritmo da alegria. Foi assim que conheci sua filha e neta, que, entre um “self” e outro, entrava na roda sem qualquer pudor, por conta de sua juventude e beleza. Até Marco De Dios, assessor da Secretaria de Cultura de Maricá, não resistiu e entrou na dança. Por outro lado, duro que sou, fiquei na admiração, emocionado por ver uma história que resiste à pasteurização global que nos impõem (peço desculpas ao Pasteur por utilizar de forma depreciativa seu nome). Assim começou o 2º Fórum, com muita energia e deixando claro que o dia seguinte seria ótimo, como foi. Obrigado Quissamã.
Te abraço.

Sérgio Mesquita

terça-feira, 25 de novembro de 2014

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”

Inicio pedindo licença ao velho e bom escritor, hoje falecido, José Saramago, para tomar emprestado o título de um dos seus livros. Utilizo-me da “cegueira” e não da “lucidez”, outro de seus livros, apesar do assunto ser a Política, tão bem tratada na “lucidez”. Explico.

A cegueira de que tratamos é consequência da “sanha” com que nossa mídia, nossa “democrática” mídia, vem tratando a política nacional na busca de satisfazer seus interesses e os interesses daqueles que ela representa. Seu objetivo é uno e seu foco é doentio. Doente a ponto de perder qualquer vestígio de ética ou reparar no entorno, nas consequências que poderão advir de seus atos, compartilhados por uma direita igualmente cega.

Doze raivosos anos para desconstruir o PT – que tem ajudado – no intuito de, além do poder, voltar a ter o controle da máquina estatal. Nem que, para isso, precisem destruir as instituições que definem o Estado Democrático, desqualificando os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como também investem no desacreditar da política, mola mestra de qualquer sociedade que tenha a intenção de se considerar civilizada. Pensam eles nas possíveis consequências de seus atos ou não conseguem mais tirar os “antolhos”, já enraizados em seus corações e mentes?

Investiram pesados na operação “Lava Jato”. Manipularam, inventaram e agora, que ficou claro para todo, que mesmo antes do golpe civil militar a corrupção já existia, cresceu exponencialmente durante aquele período ditatorial e, hoje, continua firme e forte, não sabem mais como parar o que iniciaram. Não sabem como abafar dos escândalos, cada vez mais escabrosos, o nome do Aécio e dos membros do PSDB e PMDB. Acreditavam que ficariam somente no PT. Mas não interessa! O objetivo supremo é tirar o PT de Brasília e os antolhos não permitem ver outra coisa.

Relatórios apontam o número de até 250 parlamentares envolvidos de alguma forma no escândalo. Seja recebendo propina ou tendo a campanha “ajudada” pelas empresas envolvidas. Tentam colar os nomes de Lula e Dilma, tentam um golpe sem armas, apoiados nos favores de um Judiciário também comprometido, por conta de alguns de seus membros.

O que a cegueira não os deixa ver é que no “frigir dos ovos”, podem não sobrar candidatos e/ou partidos. Pode não existir mais a Política. Civilização sem Política é barbárie, é o caos. E nesses momentos é que se fabricam os salvadores da pátria.

Não irão apoiar o que sobrar da extrema esquerda e só sobrarão aqueles da outra extremidade, a direita reacionária. Apoiarão os bolsonaros da vida na próxima eleição. Pois serão eles que cairão no colo de uma mídia que, em recente passado, ajudou a assassinar muita gente para ter suas regalias e o crescimento de seus “negocin” a ditadura. Marinhos e civitas pulando de alegria em seus caixões, enquanto seus seguidores estarão fumando charutos cubanos regados a scotch.

Na realidade, quem tem que lutar para que não deixem que se coloquem os antolhos, somos nós, os mais de cem milhões de brasileiros que vão votar mais à frente. Porque, se depender deles, a mídia e seus representados, só nos restarão os bolsonaros, malafaias e outros elementos que desconhecem o verdadeiro valor da palavra DEMOCRACIA.

Que a Polícia Federal continue a fazer seu trabalho com a tranquilidade que nunca teve. Que o Judiciário lembre que o Brasil é bem maior do que o mundo privilegiado em que vivem. Que o PT pare de compor com a classe dominante, pois para eles somos inimigos e, como inimigos tentarão sempre nos destruir, nunca conciliar. Continuar compondo após doze anos de governo, é entregar para o bandido a próxima eleição.
Te abraço.

Sérgio Mesquita

domingo, 23 de novembro de 2014

QUEM NÃO SE COMUNICA...

Ao longo de nossa história, como seres pensantes, desde o tempo das cavernas que a comunicação é importante e, se não dita nossos rumos, nos dá uma ideia do que esperar. A comunicação foi importante em todas as lutas da raça humana, em especial naquelas que se colocavam e se colocam contra as injustiças. Simón Bolívar levava, junto com suas tropas, uma “prensa”; Solano Lopes, o “ditador” paraguaio massacrado pela Tríplice Aliança, que na realidade era quádrupla (Brasil, Uruguai e Argentina – sob comando da Inglaterra), editava jornal  nos campos de batalha com charges sobre os soldados brasileiros, escravos em busca da alforria.
Durante toda a nossa história, existiu informação e contrainformação. E no final, valia a história dos heróis vencedores contra a covardia da malta dos vencidos. O problema é que a situação não mudou. Desde os idos tempos até os dias de hoje. Normalmente quem detém o território físico, detém a informação. Foi-se o tempo em que a religião era a detentora, depois os reis. Com a chegada da burguesia, ela passou a dominar as terras e as comunicações. O Deus continuou inatingível fisicamente, mas desceu do Céu para a Terra. Hoje, quem domina as comunicações é o tal deus mercado.
Como já disse anteriormente, a “luta continua” e a informação é hoje a arma mais importante, mais que a própria bomba. Quem determina qual guerra lutar e onde, é a tal da comunicação afinada com o deus mercado. Quem a detém, sem sujar as mãos de sangue – no máximo suja de tinta – é quem realmente toma as decisões. Não é mais a política de Estado, pois quem define quais serão os políticos do Estado, são os donos dos meios de comunicação através da “prevalência” dos seus interesses pessoais e dos grupos ou corporações dos quais fazem parte ou representam.
Hoje no Brasil, vivenciamos na carne esse poder. A eleição presidencial, que estava definida em primeiro turno, foi para o segundo, e a vitória do PT veio apertada, quase deu Aécio. Mas mesmo ele é produto dessa mídia e engana-se quem lê e acredita ser ele um novo líder. Bastaram menos de um mês e ninguém mais sabe dele. Continuam as faltas no Senado e faltam suas explicações quanto ao aparecimento de seu nome e do PSDB na operação “Lava a Jato”. A verdade nua e crua é que a mídia conseguiu levar a eleição para o segundo turno e quase a venceu. No final, valeu a força de uma velha militância, já cansada e sem entender com clareza o que está acontecendo internamente.
Inspirado no ditado, ”para os amigos, tudo; para os inimigos, a Lei”, podemos dizer que hoje, para os amigos, tudo; para os inimigos, as mentiras, as manipulações, e não a Lei. Basta vermos as manipulações no julgamento da AP 470 e o que acontece hoje na “Lava a Jato”.
Encerro aqui com uma simples pergunta aos nossos camaradas do “establishment”. Quando iremos reagir a essa situação? Quando vamos nos organizar para combater esse poder? Por que não investimos na Lei das Mídias? Vamos ou não regulamentar essa pouca-vergonha que é a comunicação brasileira nas mãos de poucos? Há anos, durante um treinamento sobre imprensa sindical, ouvi do Vito Giannotti no começo dos anos 90: se a CUT organizasse a imprensa sindical, seus sindicatos filiados, nossa tiragem seria muitas vezes maior que toda a tiragem privada. Copiando o Vito, se o PT se organizar sua comunicação será bem maior e mais eficiente. Para dentro e para fora principalmente, pois não nos basta falar para nós mesmos. O que nos falta? Perder a próxima eleição para acordar?

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Teoria de conspiração ou mais um crime de corrupção

Assistindo recentemente ao filme de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, lembrei-me da fala de um garoto de Maricá, de 18 anos, já um monstro em sabedoria, Bernardo Farias, filho do professor de história e filosofia, e amigo, Marcos De Dios.
Antes um porquê da citação da animação. Trata-se de um filme que narra vários casos de amor ao longo da história do Brasil. Desde o descobrimento até um futuro próximo que me inspirou o texto. A história acontece em um Rio de Janeiro com prédios de centenas de andares, Trens suspensos em vários níveis e naves de transportes como nos desenhos dos Jetsons. O que chamou a atenção foi o problema da água. O personagem principal, que está presente em todas as histórias de amor e fúria, comenta que meio copo de água custa mais caro que uma garrafa de whisky. Uma observação, os enredos das várias histórias temporais da animação passa pela luta contra a injustiça. Daí a questão da corrupção fazer parte do título do texto.
Lendo nas mídias alternativas as notícias sobre a operação “Lava a Jato”, da polícia Federal, e a recente e esperada prisão, pela primeira vez, dos corruptores envolvidos com negócios públicos, com o dinheiro público, também senti aquela leve sensação de alívio. Claro, sem deixar de atentar para a prática da nossa “democrática” mídia e da nossa direita que deseja mais um golpe contra a democracia. Como já fizeram em 54, 64 e outras datas, quando deturpam e criam notícias de acordo com seus interesses.
O que um garoto de dezoito anos falou para seu pai: “Não perceberam o que está por trás das prisões dos empresários? Trata-se de luta entre segmentos da classe dominante”. E explicou o por quê. O que tento traduzir a seguir.
As empreiteiras brasileiras, a exemplo da Petrobras, estão se ramificando, realizando negócios para além das fronteiras brasileiras. Estão ganhando mercado internacional em consequência direta da política externa do governo do PT. A Petrobras hoje é a quarta empresa em tamanho no mundo e uma das que mais investem em pesquisa. Nossas empreiteiras estão com obras espalhadas pela América Latina e África. Ganhando cada vez mais mercado. E isso incomoda as empresas estrangeiras, os governos das metrópoles e a nossa direita, que deseja a volta do Brasil Colônia e seus status de senhores feudais. Senhores aqui e vassalos das metrópoles. Desejam a volta do Brasil como exportador de matéria prima.
  • A partir daí, vamos à teoria da conspiração:
  • A água, em breve, será mais valiosa do que o petróleo ou qualquer outra coisa;
  •  As enormes reservas do pré-sal em nossas águas territoriais;
  •  A Amazônia como a maior reserva de água;
  • A suspeita queda do avião do Eduardo Campos – caixa preta não grava nada;
  • Jornalista americano denuncia a CIA como envolvida na queda do avião do Eduardo Campos;
  • Os presidentes do Uruguai e Venezuela denunciam documentos que colocam a Marina como projeto dos EUA para a presidência do Brasil;
  • O Brasil investe, na medida do possível, na indústria bélica para defesa do pré-sal e da Amazônia (para piorar... os caças comprados não foram americanos);
  • Os diretores das empresas denunciadas na operação Lava Jato foram presos;
  • Os diretores das empresas estrangeiras envolvidas no “trensalão paulista”, que confessaram o esquema com o PSDB, estão soltos e não são incomodados, bem como os dirigentes do PSDB.

Deixo claro que os diretores presos merecem a prisão, e só foram presos por conta da mudança política pela qual o Brasil passou com Lula e Dilma. Se nada tivesse mudado, o governo fosse do PSDB, só Deus, coitado, é quem saberia.
Mas como, historicamente, o Brasil sempre sofreu influência maldita das metrópoles, primeiro Inglaterra e depois os EUA, que além de financiarem políticos aqui, planejaram e executaram o golpe civil militar de 64, nada é impossível na lógica capitalista. Por que o que interessa para eles é que voltemos a ser colônia.
Agora, durmam com esse barulho.

Sérgio Mesquita

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Assassinato em Iguala

Uma barbárie que não teve a devida repercussão na mídia ocidental. Quarenta e três estudantes assassinados por ordem do Prefeito e sua mulher na cidade de Iguala, no México.
O que fazer agora? Devem estar se perguntando as autoridades mexicanas e o mundo capitalista. Como reagir ou tentar retomar a vida, quando países ocidentais começam a incluir em seus PIBs, a receita advinda das drogas e da prostituição? Assim procedeu a Itália, e estuda seguir o exemplo, a Inglaterra, entre outros. O que fazer com a população mais carente, quando o Estado assume esse papel? A legalização às avessas.
Como reagir no México, país mais que exaltado por FHC e os seus como um dos exemplos a serem seguidos, se hoje ele apresenta todos os seus índices sociais abaixo da marca de há 20 anos? País que assinou o NAFTA, a ALCA e mais de trinta acordos bilaterais, chegar ao ponto em que chegou! O que fazer, quando os cartéis das drogas se apossam da Polícia, Justiça e do Parlamento? Como chegamos a esse ponto?
Chico Alencar, há muito tempo, falou sobre a guerra das drogas no Rio. Recusava a denominação dada pela mídia de guerra civil. Dizia ele que era uma guerra por mercado, uma guerra capitalista. Loucura? Claro que não. Primeiro a Inglaterra, quando, ainda Império, as drogas foram de suma importância para sua dominação na China. Os EUA as usou para “alimentar” seus soldados no Vietnã, e depois para financiar as guerrilhas de direita na América Latina, África e outros recantos. No Brasil, é ou será diferente?
A milícia, o tráfego e os comandos controlam áreas e decidem, após acordo, quais candidatos podem ou não fazer campanha eleitoral ali. E depois de eleitos? Serão cobrados na hora de votar em projetos de segurança ou de combate ao tráfego?
Já foi notícia que o crime organizado investe na formação de advogados, juízes e policiais. Quais as contramedidas por parte do Estado? Vamos esperar o que aconteceu no México? Pior. E depois que acontecer? Manda os tanques? Joga-se napalm? Qual será o resultado para além do surgimento de um novo “Beira Mar”, um novo comandante? E povo da “favela”? Baixa de guerra?
Aumento da repressão apenas, não resolveu e não resolverá. Baixar a maioridade e prender menores, não deu resultado onde foi aplicada. A Alemanha voltou atrás em sua Lei. E agora? O que fazer se chegamos aonde chegamos?
Agora mais do que nunca, lembrando uma propaganda da FIAT, “está na hora de rever seus conceitos”. Para tal, que elejamos um Congresso Constituinte e reformemos a Política, a Justiça, a Polícia e regulamentemos a mídia. Caso contrário, entraremos em guerra, e nosso inimigo comum, receberá apoio das “forças democráticas” ocidentais, como recebeu a Ucrânia, e nos tornearemos oficialmente fascistas. Já existem alguns brasileiros que, segundo Leonardo Boff, não moram no Brasil, moram no Leblon, Ipanema, Jardins e outros, e desejam essa ajuda ardentemente, quase que “trincados”.

Sérgio Mesquita

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Política Econômica na visão de quem não entende “xongas” de economia.

Pois é. Não entendo nada de economia. Leio um livro aqui, um blog lá e assim vai. Nada específico sobre economia, mas, dependendo do assunto, a economia é tratada com maior ou menor profundidade. Exceto no livro do David Harvey, “O enigma do capital – e as crises do capitalismo”, que estou lendo.
Porém, aprendi na vida, nas andanças políticas e outras, que existem posicionamentos e maneiras diferentes de se enxergar o crescimento ou não de um país. De afirmarmos se um país cresce ou não, dentro de um sistema capitalista, pois vivemos em um apesar da nossa mídia insistir em nos comparar a Cuba.
Assistindo hoje – tentando voltar a assistir aos jornais e programas televisivos que tratam do país e do mundo – o programa Painel da Globo News, onde Belluzzo e mais dois economistas debatiam o Brasil. Optei por desistir de continuar assistindo e fui escrever este texto. Aceito que tenho que ser mais aberto em relação a isso, mas dá enjoo. Parece que a eleição ainda não acabou e continuam as manipulações.
Assistia aos economistas defensores das “planilhas” com seus números e índices azuis contra os que utilizam a planilha como meio para um comentário analítico e não sintético. Que examinam a planilha para além dos números, atentos ao mundo em volta.
O assunto era a credibilidade do Brasil, e Belluzzo demonstrava que a credibilidade não é uma coisa que tem fórmula. O ter ou não ter depende de pontos de vistas. Como exemplo ele cita a recente eleição americana. Pequeno parênteses quanto à eleição americana. Foram mais de 100 plebiscitos realizados junto com as escolhas dos deputados. Fim do parênteses. O Partido Republicano (direita e oposição a Obama) ganhou de lavada do Partido Democrático e, no plebiscito que tratava do aumento do salário mínimo, ganhou a proposta do aumento. Os Republicanos são visceralmente contra o aumento e, a população que votou neles, também votou no aumento. O que isso significa? Como nossa mídia insiste em dizer que a crise acabou lá fora e os Estados Unidos estão em franco crescimento, por que dar “uma no cravo e outra na ferradura”? Beluzzo explicava, a população não vê e não sente esse crescimento. Acabam por desconfiar do Obama. Ela entende que só melhorariam de vida se o salário mínimo aumentar, pois, para eles, os números azuis na planilha não mudaram suas vidas.
Nesse ponto, o apresentador interrompe Beluzzo e diz que ele está depondo contra a Dilma, pois a Dilma não tem credibilidade, o Brasil não tem credibilidade. Foi quando desisti de continuar assistindo ao programa. Chegam às raias do absurdo quando precisam impor o pensamento de seus patrões, da classe dominante. Interrompem e tentam quebrar o raciocínio dos entrevistados. Com minha humilde inteligência, percebi o que o Belluzzo iria falar quando interrompido. A nossa mídia diz que o país está em crise, a economia a ponto de explodir e a maioria do povo vota na continuidade do projeto. Votam em Dilma. Porque sentem no seu dia a dia que a vida melhorou. Diferente dos EUA e da Europa, que continuam em crise. Aliás, a mídia deles afirma que a crise é pior do que a de 1929. Para nossa mídia, a crise acabou e todos crescem, à exceção do Brasil.
Os que enxergam somente números, falam que a arrecadação fiscal caiu. Verdade. Política de desoneração para se baixar custos, gerar empregos e incentivar a produção. A dívida pública aumentou. Verdade. Nunca se investiu tanto em infraestrutura quanto nesses últimos anos, gerando empregos e aquecimento do mercado interno. A Petrobras é a quarta empresa em investimentos no mundo. E para desespero deles, o governo mantem no Orçamento Federal as verbas para a manutenção de projetos como o Bolsa Família, Pronatec, FIES e outros.
Nos tempo dos economistas de Harvard, antes eram os Chicago Boys, a Planilha não teria nada disso. O país estaria em crescimento, pois não haveria déficit fiscal nem aumento da dívida interna. Pois não haveria emprego nem obras. Ouviríamos de novo que deveríamos apertar o cinto e dar nossa cota de sofrimento para que o país crescesse. Utilizando-se de termo um pouco mais antigo seria... “crescer o bolo para depois dividi-lo”. Alguém, em algum momento provou um pedacinho desse bolo?
Apesar de nossa democrática mídia dizer que o país não tem credibilidade, o índice do Risco Brasil na época de FHC era superior aos 2000 pontos. Hoje, está abaixo dos 200. Conclusão: vou continuar a frequentar os blogs e a mídia alternativa. Será melhor para a minha saúde mental.
Obs: Óbvio que essa política só foi possível por que tínhamos gerado reservas de capital para isso, ao longo dos governos do PT. Também é óbvio que um dia ela acaba. Se a crise continuar, teremos que pensar em outras soluções que, como a atual, entenderam que o melhor do Brasil, são os brasileiros.

Sérgio Mesquita

domingo, 2 de novembro de 2014

O espanto da morte.

“A verdade é que a única coisa que me espanta são os humanos”.
É com esta frase que a morte termina de narrar sua história no livro “A menina que roubava livros”: espantada com os humanos. Como coloca durante sua narrativa, serviu a vilões, viu coisas ruins e coisas belas, mas resume toda a sua experiência, seu “viver”, em um único sentimento, o espanto com os humanos.
Escrevo isto agora porque, apesar de ter lido o livro há algum tempo, só vi o filme hoje. E apesar da máxima, verdadeira, de que o filme nunca é igual ao livro, não sei. O fato é que o filme me tocou e fiquei meio que emocionado ao final, ao ouvir a morte encerrando sua narrativa. Quem me conhece sabe o que quero dizer, olhos um tanto quanto marejados.
O fato primeiro é que adoro livros e o livro é quase o personagem principal da história, onde, como dizem, podemos viajar sem nos locomover. No caso da história, não só ajudava a menina a sobreviver ante o caos, como também a ajudou a crescer para entender ou tentar entender o mesmo. Coisas que a literatura faz sem que percebamos.
O ponto, porém, não é o livro e sua magia. O ponto é o espantar que podemos causar à própria morte através de nossos atos. Este foi o motivo que me levou a escrever este texto.  A capacidade irracional que, nós racionais, temos de nos ferir e ferir o entorno por onde passamos.
Talvez, esta capacidade de espantarmos a própria morte é que nos leva a presenciar o que estamos presenciando nestes momentos pré e pós-eleitoral. Como do nada, são colocados para fora nossos preconceitos, raivas e desprezo para com o próximo. Nossa irracionalidade à frente do racional, como bem aconteceu durante a II Guerra, palco da história.

Até quando vamos sobreviver a nós mesmos? Não sei! Mas assumo como meu papel neste mundo procurar sempre pelo bem estar do próximo, seu crescimento e cidadania. Não vejo outra maneira de tirarmos da morte seu espanto. E quando ela chegar para nós, e todos estarão em seus braços um dia, que venha sem espanto, quase com pena de executar seu trabalho.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quando a preocupação é para com os pequenos

Todos conhecemos como é bela a vista do alto da Serra do Camburi. Quem ainda não conhece, deve visitar a rampa de parapente e saborear a deliciosa comida da dona Neusa, feita no fogão a lenha. Mas a serra não tem só sua beleza paradisíaca não. Tem suas fábricas de farinha, alguns moradores e a Escola Municipal Rodrigo Monteiro. Sim, no alto da serra, ao lado da fábrica de farinha de seu Simião, encontra-se a E.M. Rodrigo Monteiro com professora, merendeira, merenda, servente e o enorme número de quatro estudantes. Sim, toda uma escola para atender quatro filhos de moradores do local (ano passado formaram-se doze).
Por isso o título do texto. Toda uma estrutura montada para que seus beneficiários não tivessem que viajar diariamente até a escola mais próxima, subindo e descendo uma serra ainda de acesso difícil. Era assim até o ano de 2010. Sua professora/diretora, dona Clarivaldina, passa a semana ocupando um lugarzinho na casa da Marlene, a merendeira da escola e moradora do local. É assim que as crianças do lugar recebem seus livros, uniforme e passam o dia na escola, muito bem equipada por sinal e com aquele jeitinho do sítio da vovó.
Foi com esse clima que os intrépidos trabalhadores da Secretaria de Cultura subiram o morro em duas camionetes 4X4, cedidas pela Defesa Civil e pela Secretaria de Educação. Fomos contar história para um dos melhores públicos por que passamos. Violoncelo, flauta, saxofone, cajon e violão acompanharam Perseu e seus personagens maravilhosos. Personagens estes, construídos a partir de sua interpretação e expressões faciais. Com uma simples troca de chapéu, transformava o Coronel no Boi Barroso ou na esposa Cantilina do capataz Chico. Um Romeu e Julieta de final feliz dividiu a atenção com a história do Boi Barroso. Uma festa para a criançada que, inicialmente desconfiadas, passaram aos sorrisos soltos e sinceros. Após a apresentação, fomos brindados com um belo almoço, reforçado com os alimentos produzidos na própria Serra. De novo o clima do sítio da vovó toma conta de nossos corações.
Ao começarmos a descer a serra, a certeza de um dever cumprido à altura dos esforços da Secretaria de Educação e da Prefeitura de Maricá, que traduzem na prática a opção pelo crescimento humano aliado ao crescimento econômico.
Violão – Ronaldo Valentim
Violoncelo – Pedro Szygethy
Cajon – Paulo Ernani
Saxofone e Flauta – Gustavo Gibi
Perseu – Contador de História

sábado, 25 de outubro de 2014

Ainda sem medo da Papuda ou... com cada vez mais raiva da Papuda.

Após lermos o excelente texto do Tarso Genro, atual governador do RS, ficamos inspirados e com a certeza de que nem tudo está perdido, apesar das aparências (http://www.viomundo.com.br/denuncias/tarso-genro-uma-explicacao-para-a-ofensiva-midiatica-da-turma-da-petrobrax.html).
A esquerda no país vem sofrendo ataques diários de uma classe que não admite perder o status de “dominante”. São massacres diários pela mídia, que já confessou ser a única oposição ao governo petista no Brasil, em consonância com uma estratégia de escala mundial, comandada por países como o EUA, Alemanha e Inglaterra e França. Estratégia esta que visa acabar com qualquer possibilidade de distribuição de renda ou soberanias nacionais. Tarso explica bem este ponto em seu texto. O nosso, quer discutir o comportamento das esquerdas no Brasil, que mais parecem cordeiros esperando pela hora do abate.
Calamo-nos durante quase todo processo da AP 470 (mentirão) e continuamos calados em relação às tentativas de destruição da Petrobras e de algumas personalidades não neoliberais, da esquerda. O STF e a mídia estão fazendo o que querem e, salvo por algumas vozes dissonantes, assistimos intimidados as maiores baixarias e faltas de qualquer ética ou dignidade por parte deles.
É verdade que parte da culpa é nossa. A partir do momento em que o oportunismo toma conta da política, quando a governabilidade passa ser mais importante que as transformações tantas vezes exaltadas nos discursos, não se pode esperar tanto assim dos que estão à frente, encastelados em seus cargos. Podemos citar aqui Eduardo Galeano: “Hoje as torturas são chamadas de “procedimento legal”, a traição se chama “realismo”, o oportunismo se chama “pragmatismo”, o imperialismo se chama “globalização” e as vítimas do imperialismo se chamam “países em via de desenvolvimento”. O dicionário também foi assassinado pela organização criminosa do mundo. As palavras já não dizem o que dizem ou não sabemos o que dizem”.
Abrimos mão das campanhas calcadas na militância para priorizar o marketing, o parecer bom moço. A consequência não poderia ser outra para além de Lampedusa, “mudar para deixar tudo como está”.
Sabemos não ser a regra, mas se não “radicalizarmos” na discussão, como tentar entender o silencio da esquerda, seu bom comportamento frente às manipulações e mentiras tanto colocadas pela imprensa em apoio aos neoliberais e ao capital estrangeiro.
Estramos deixando companheiros serem rifados sem que ninguém saia em suas defesas, mesmo sabendo serem falsas e de interesse de uma classe que só pensa em aumentar seus lucros. Porque nos calamos?
O STF tira Hitler da tumba (apesar de não sabermos onde foi enterrado) para condenar José Dirceu sem provas, como admitiram não tê-las durante o julgamento. Já o Collor é absolvido devido as provas serem insuficientes. O julgamento da AP 470 não foi desmembrado, o julgamento do PSDB foi. São vários os exemplos que poderiam ser citados aqui. E a esquerda brasileira, o que fez para combater isso?
Esquecem eles que uma coisa não se pode negar, a direita é organizada e corporativa. Já nós esperamos o que? Herdarmos os cargos dos que forem sendo abatidos paulatinamente pela direita? Nunca permitirão.
Ainda não perceberam – o que é difícil de acreditar – que o processo em andamento é como as peças do dominó alinhadas, depois da queda de uma, inicia-se a queda da seguinte. Se omitir agora por que é de outro partido ou é seu desafeto que está sendo agredido, irá levar todos para o mesmo exílio, e quem perde é a população como um todo. Quando Freixo foi atacado pela Globo, Lindberg e o PT saíram em sua defesa, atentos ao que acontecia e acontece. Este talvez seja o único exemplo de solidariedade pela classe e pelos ideais de transformação.
Zé Dirceu, Genuíno, Cunha e outros foram linchados sem que ninguém se levantasse com horror, por conta do pano de fundo. Fomos tímidos e quase complacentes com a mídia e a direita. Quando muito, partimos para o embate do quem mais “rouba”. Nivelamos por baixo, mesmo sabendo que, nosso Caixa 2 na AP 470, confessado, foi com dinheiro privado conseguido através de empréstimos, que foi cobrado posteriormente pela Justiça mineira – apesar de Barbosa dizer serem fictícios. O do PSDB, que envolve FHC, Azeredo e mesmo o Gilmar Mendes, foi com dinheiro público, das empresas mineiras, da Saúde e outros órgãos públicos. Mesmo sabendo disso, ficamos caladinhos ou timidamente se manifestando. Há bravas e honrosas exceções, mas infelizmente poucas se comparadas com o tamanho da movimentação da direita reacionária.
Este quadro não mudando, perderá o Brasil, perderá a população mais necessitada e ganharão aqueles que sempre defenderam as torturas, os assassinatos e a concentração de renda. Se este quadro não mudar, o país será levado paulatinamente a um estado de caos, com a direita indo para a rua defender a violência e a derrubada “democrática” do governo, como já aconteceu em outros países. Como bem colocou Tarso: “A desmoralização de um ativo público da dimensão da Petrobras, os ataques ao seu “aparelhismo” político, a crítica aos gastos públicos excessivos (programas sociais, na verdade), os ataques às políticas do BNDES – de forma combinada com um permanente processo de identificação da corrupção com o Estado e com os Partidos em geral — fecham um quadro completo do cerco ao país: liquidem com a Petrobras e teremos o Estado brasileiro pela metade; acabem com os gastos sociais e teremos uma crise social mais profunda do que a das jornadas de junho; restrinjam o BNDES e o crescimento – que já é pífio — se reduzirá ainda mais; desmoralizem os partidos e a política e a técnica neoliberal substituirá o contencioso democrático”.
Como os militares estão aferrados às suas funções profissionais e constitucionais e não estão para aventuras, o golpismo pós-moderno vem se constituindo através da direita midiática. Esta, se bem sucedida no convencimento a que está devotada, encarregaria um novo Governo social-liberal da desmontagem do atual Estado Social “moderado”, obtido no Brasil num cenário mundial adverso.
O problema, para os que estão quietinhos, é que a direita ao reassumir o governo, não vai se contentar somente em nos tirar dos cargos, vai continuar trabalhando nosso massacre (de toda a esquerda), na busca da perpetuação de seu domínio e do governo. Não se iludam.

Sérgio Mesquita              PT – Secretário de Cultura de Maricá

Marcos de Dios                PT _ Assessor da Secretaria de Cultura de Maricá

Regulamentação da Mídia

Lixo jogado no prédio da Abril em São Paulo, é muito pouco para o que representa aquela revista para a democracia. Mas é esta mesma democracia que nos faz pensar que tá de bom tamanho a reação popular. Qualquer medida para além poderia nos trazer consequências ruins para todos. Com certeza as dependências da Abril fedem mais do que o lixo lá jogado. O nosso trabalho agora deverá ser, enquanto militantes, tirar o partido e o governo da falta de atitude quanto a Regulação da Mídia. Não dá para entender o porquê de se ficar FINANCIANDO estas empresas, através de publicidade oficial enquanto usam o nosso dinheiro para desvirtuar qualquer conceito de democracia e liberdade de imprensa. Já demos mostra como trabalhar contra estas forças, através do Marco Civil da Internet, lei que mesmo com os retrocessos que lá foram impostos, é a melhor Lei sobre o assunto no mundo. Devemos e podemos fazer o mesmo com a imprensa. Sabemos que vão trabalhar tão ou mais sujos do que estão fazendo agora, com destaque para o Barbosa  e o rasgar da Constituição, quando do julgamento da AP 470. Tiveram um gostinho de vitória e querem tornar isso prática em nossa Justiça.
Todos lembram as baixarias de nossa imprensa quando provocaram o suicídio de Getúlio em 54, quando mentiram para a população no apoio ao Golpe de 64, levando-nos há 21 anos de escuridão, assassinatos e roubos. Depois mentiram para que não acontecesse a campanha pelas Diretas Já. A Globo anunciou o comício de São Paulo como uma atividade pelo aniversário da cidade, como se no Brasil inteiro só tivessem idiotas assistindo ao seu Jornal Nacional. Depois veio a farsa da doença do Tancredo, a farsa das eleições de 89 com ápice na edição do último debate entre Collor e Lula, a farsa do FHC e hoje a farsa de Mensalão que nunca existiu, de um desvio de dinheiro público que nunca existiu, no caso do PT, mas existiu no caso Tucano.
Está na hora do enfrentamento de verdade. Não podemos continuar financiando estas empresas com o dinheiro público, para em troca recebermos mentiras e manipulações. A direita está desesperada. A América Latina está mostrando para o mundo que existe um outro modo de governar, diferente do que os de lá, das Europa e dos EUA querem nos impor. Estamos mostrando que, mesmo dentro do mundo capitalista, é possível melhorar as vidas das pessoas, com pequenas ações de distribuição de renda e investimentos públicos. Eles nem isso aceitam. Querem é o domínio do capital especulativo em detrimento da democracia, do desenvolvimento e do bem estar das pessoas. Capital especulativo só rima com repressão, fome e péssimos serviços.

Esta campanha foi a mais radical e suja que a direita nos impôs na busca de recuperar o governo, para juntar de novo em suas mãos, o poder e o governo. O governo será nosso e o poder continuará com eles, a serviço das baixarias, das mentiras, desvios e outros crimes. Para mudarmos isso, o primeiro passo é tornarmos nossa imprensa realmente livre e democrática e, somente Regulamentando é que conseguiremos isso.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Fraude nas urnas

Infelizmente tenho que concordar com as preocupações do Sérgio Amadeu (http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/10/sergio-amadeu-lisura-das-eleicoes-esta-nas-maos-de-empresas-privadas/). O que não é difícil, pela pessoa que é, mas sim pelos riscos que denuncia.
Lá trás, ainda antes da primeira eleição eletrônica, O Globo publicou carta minha, que discordava do posicionamento da imprensa e do governo. Lá, coloquei que o processo eleitoral americano, era melhor (o processo e não a convulsão que são suas eleições) pois a contagem era eletrônica e o voto existe fisicamente. Por lei, se a contagem ficasse menor que 5% (acho ser esse o número), as urnas eram abertas e o voto contado em espécie. O que em nosso processo, é impossível de acontecer.
Hoje a situação me é mais grave ainda. Pois como coloco que estamos vivendo um processo golpista sem armas, exacerbado a partir do julgamento da AP 470, onde Constituição foi rasgada pelo Barbosa, nossas urnas estão nas mãos de empresas privadas e não mais da Justiça Eleitoral. E como nossa iniciativa privada, com exceções, gosta de receber benesses e defende claramente um projeto distinto do atual governo, o que poderá acontecer?
Ainda antes das eleições, há alguns meses, começaram a aparecer na mídia notícias sobre a possibilidade de fraudes nas urnas. Após as eleições em primeiro turno e, principalmente após as eleições de São Paulo, as matérias começaram aparecer com um pouco mais de intensidade. Não ficaria surpreso se, após a vitória da Dilma, a mídia não começasse um trabalho “informativo” de que as urnas não são confiáveis e que as eleições estariam sobre suspeita e, apoiariam sua anulação – estão desesperados.
Teorias da conspiração a parte, acredito que a direita hoje, seria capaz de queimar o Alkmin em São Paulo, para em nome deum “bem maior” - a retirada do PT, anular as eleições. Até porque os paulistas não suportam a ideia do Aécio e apresentariam outro candidato, caso consigam impedir a posse da Dilma. Atenção!

Que o TSE retome o processo; que as urnas sejam modificadas e imprimam seu voto; que nós o depositemos em outra urna. No caso de dúvida, abra-se a urna específica, e que seja feita a contagem manual.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Texto baseado em matéria do L´Humanité

Como bem coloca o jornal francês L`Humanité, a direita brasileira é a pior que existe no mundo. Diferente das direitas reacionárias e retrógradas da Europa e EUA, a nossa é entreguista, subserviente e não gosta do povo. Basta uma rápida passagem pela nossa história para identificarmos que, nossas "conquistas" sempre aconteceram através de acordos, onde os senhores de sempre eram os beneficiados.
Nossa Independência, a República, os Golpes de 54 e 64, a abertura política, a eleição do Tancredo (leia-se Sarney) e a implantação do neoliberalismo, são alguns exemplos. Se passarmos nossa história em uma peneira, sobrará em sua tela os mesmos de sempre: nosso empresariado que só tem fome de lucro e nossa mídia serviu.
Se você não gosta do PT e de sua política para com o Brasil, é um direito seu. Mas na hora de votar, pensa no que poderá voltar a ser nosso país. Um país que voltará a dizer "sim senhor" em vários idiomas, em contrapartida do Brasil que hoje é respeitado e ouvido internacionalmente. Um país que, mesmo com a continuidade da crise mundial de 2008 (considerada a pior desde 1929), conseguiu manter seu crescimento positivo, baixar a taxa de desemprego a quase zero, sair do mapa da fome mundial e melhorar a Educação e a Saúde, apesar de todas as mentiras e tentativas de golpes contra a democracia, que tem no julgamento do mensalão com Barbosa, o seu ápice.
Votar em Dilma é votar em uma política que é foco de estudo e adaptação em outros países no mundo. Votar em Dilma é não voltar a depender do FMI e do beneplácito norte-americano.
Por isso voto em Dilma para presidente e no Rio, Lindiberg para governador, Fabiano Horta para Federal, 1303, e Zeidan para Estadual, 13103.

domingo, 27 de julho de 2014

Comentário inspirado a partir da matéria publicada em "http://tijolaco.com.br/blog/?p=19446"
Assim trabalha nossa mídia, Mas enganam-se os que pensam que estas atitudes são por conta das eleições somente. Também são por contas das eleições! Mas o buraco é muito mais em baixo, ou em cima, uma vez que as causas estão acima da Linha do Equador.
Se formos analisar o comportamento dos maiores e mais ricos meios de comunicação do mundo, verificaremos que a prática é mesma, acima ou abaixo da Linha. Nossa "democrática" mídia trabalha aliada a FOX, CNN e parte da BBC londrina, para não entrarmos de muito no continente europeu. Pois teríamos que citar a Espanha, França (com exceção do Le Monde), Alemanha e outros.
Na prática, a prática é a mesma...
Fabricam mentiras, deturpam verdades e nós... acreditamos no "ouro de Moscou", nas "armas químicas" do Iraque, na "invasão de Israel pela Palestina", "no avião que atingiu o Pentágono", apesar de não se encontrar nenhum destroço, no ataque Alemão aos nossos navios na II Guerra, no Collor, FHC e atualmente, como o Santander, em mensagens aos seus clientes VIP, informaram que se a Dilma ganhar o dólar subirá a estratosfera. O Lulometro do passado, virou Dilmometro.
Na realidade, o que não falam, é que o modelo capitalista selvagem se esgotou. E as tentativas de se dar sobrevida a ele também. Não existe mais o que fazer além de reinventar o que já tentaram. Até fascistas de volta no poder os EUA colocaram na Ucrânia. Bill Gates (Microsoft) e Soros (o mega especulador) são considerados comunistas pelos republicanos americanos, por defenderem para os EUA as políticas sociais brasileiras. Viche!!!
A bela Manuela, citada na matéria, se tivesse guardado um ano de salário no Congresso, teria muito mais dos que os 1200% apontados como escândalo pela filial Globo no Rio Grande do Sul. E perguntamos nós, comunistas e comedores de criancinhas: E os 500 Kg de cocaína que pousou nas terras do Aécio? Foi em seu aeroporto particular? Quem está respondendo pelo crime de tráfico? O Avião que foi atingido na Ucrânia, no mesmo dia que Israel atacou o restinho da Faixa de Gaza, foi coincidência ou estratégia para desviar a atenção, via mídia, de mais um crime contra a humanidade?
Republicanos americanos e seus lacaios sul-americanos não aceitam e não admitem, que povos até então pertencentes a seu quintal se "rebelem", e passem a olhar mais para suas populações e menos para os lucros irresponsáveis. Por isso não aceitam o sucesso das medidas sociais aplicadas aqui, hoje referencias mundial. São contra a distribuição de renda, mesmo que isso na prática de sobrevida ao sistema capitalista, só que um pouquinho menos desumano. A fome pelo lucro é maior do que a inteligência e, por conta dessa fome, se tiverem que apoiar o retorno de fascistas, ditaduras e assassinatos (com ou sem VANT), o farão. E a nossas mídias, daqui e de lá, se calam por que na realidade são vira-latas sim.

Adaptando a piadinha da matéria: a nossa mídia é como a minissaia, quanto mais escreve menos verdade aparece.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Uma análise de conjuntura acertada.


(Texto construído para o curso de Difusão Política-RJ da FPA)

Vou falar sobre Maricá e como foi traçada luta de mais de 20 anos até a chegada a Prefeitura e seu andamento hoje.

Desde tempos idos que se elegeu como o principal entrave, para o crescimento da cidade o monopólio da empresa de ônibus, Nsa. Sra. do Amparo. A empresa sempre teve na mão a política local. Independente do candidato que se elegesse, nada mudava para ela. Em segundo lugar, identificávamos o empresariado local que, por sua vez, também bebia nas águas da empresa de ônibus. 

Sempre nos colocamos, acertadamente, como a única força política – mesmo quando pequeninos – que poderia mudar esta história e colocar Maricá no mapa do Brasil. Decisão que nos custou muitos anos de luta e insistência na mesma tecla.

Em 2004 quase nos elegemos, em 2008 ganhamos e nos reelegemos agora em 2012. Foram vários os momentos ruins no primeiro mandato, a Prefeitura estava mais “pelada” que nossa Mata Atlântica. Dívidas para pagar, HDs “apagados” e muito mais. Assumimos literalmente a luz de vela o governo municipal. 

Mas mesmo com todos os problemas, a linha de atuação foi mantida, brigar pelo fim do monopólio do transporte e mudar e “elite” econômica da cidade. Ou seja, cortar o mal pela raiz. 

Mantida a linha, hoje, agora em maio, começam a rodar os primeiros ônibus da Empresa Municipal de Transporte Público, dotados de ar condicionado, Wi Fi, GPS, acessibilidade, circuito de TV e sistema de segurança, com transmissão “on line” para a central de controle. 

Em relação ao empresariado local, a Prefeitura investiu pesado – aproveitando a proximidade do COMPERJ – na “venda” do município para os empreendimentos afins com o complexo petrolífero. Inclusive participando Feiras de Negócios na Itália e França, o que redeu reuniões com os governos japonês e chinês para tratar da questão do transporte sobre trilho. 

Outras empresas de várias nacionalidades procuram o governo municipal para tratar de possíveis instalações em Maricá. Não só na área do Petróleo, mas também na área do turismo e lazer. 

Mas ao contrário do que acontece normalmente, as contrapartidas não são só por parte do governo, mas principalmente são cobradas pelo governo às empresas que aqui pretendem se instalar. Estas contrapartidas estão permitindo ao município, praticamente, ter pela primeira vez, coleta de esgoto, seu tratamento e futuro descarte no emissário submarino que também será construído.

Estes e muitos outros benefícios estão acontecendo, em consequência direta do que foi planejado há 20 anos pelo menos. 
O impacto da empresa municipal de transporte, que começará a rodar com passagens inferiores ao cobrado pelas privadas, mais a promessa de em quatro anos, a passagem ser gratuita, quebrou e muito o poder dos donos do monopólio (mas a luta continua acirrada). Somando-se aos ônibus, também estão planejados e em estado avançado de estudo, os transportes aquaviario e sobre trilhos.

Em relação à “elite” econômica, seu poder já quase não existe. As chegadas de novos empreendimentos e de lojas de varejos com nome no mercado estão fazendo com que muitos dos negociantes de Maricá passem a ver o governo com outros olhos e, aqueles mais contrários, estão ficando isolados, no limbo. 

Ainda temos muitos problemas e muito por fazer, mas o bom levantamento da conjuntura local, feita ainda no final da década de 80 e inicio da de 90 ajudou e muito na hora de decidir qual o rumo de nossa atuação no município. É claro que com o passar dos anos, houve mudanças nas estratégias, mas a linha central se manteve a mesma. O que nos deu força e credibilidade junto á população. 

Sofremos no poder o que todos sofrem. Mentiras e intrigas são criadas e/ou forjadas, mas nunca falaram que recebemos dinheiro da empresa de ônibus.

domingo, 6 de abril de 2014

Redução da idade penal

Discussão aças interessante esta da diminuição da idade penal para o menor no link: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/04/reducao-da-maioridade-penal-professora-rebate-senador-em-rede-nacional.html
Enquanto devemos à Educação e Saúde, os “cidadãos” que defenderam a ditadura, os assassinatos e torturas são os primeiros a quererem diminuir a idade penal. Por quê?
Em um evento “não muito interessante em um cemitério”, encontrei Vladimir Palmeira. Saudade “matada” iniciaram-se várias conversas e, em uma delas, Vladimir colocou que o país está envelhecendo, o número de jovens está diminuindo. Concordamos todos e, coloquei que apesar disso, falo para minha filha só pensar em filho quando estiver estabelecida profissionalmente – está na faculdade hoje. Vladimir rindo, me chamou de reacionário de direita, pois quem faz revolução são os jovens, velhos não vão para rua. Imediatamente lembrei-me de uma fala de meu sogro, hoje nos seus 80 e tal anos. Diz ele que sua geração se acovardou e ficou vendo a estudantada apanhando e morrendo na ditadura sem fazer nada.
Voltando ao texto da reportagem, quando a professora fala dos exames que alguns estados dos EUA fazem em menores para avaliar se possuem atitudes de adulto – ela discorda do método. Lembrei imediatamente do livro do Cid Benjamin, “Gracias a la Vida”, na parte que ele lembra o julgamento do César, seu irmão que também pegou em armas. Cesinha era menor de idade e não poderia ser julgado, muito menos por um Tribunal Militar, o que fazer? Chamaram um psiquiatra que atestou a idade mental de Cesinha como a de um homem de 35 anos. Cesinha foi julgado e condenado (já havia sido torturado).
Pergunto eu, não será essa luta pela diminuição da idade penal, mais uma manobra para que se mantenha o status quo da classe que ainda é dominante? As manifestações de junho do ano passado foram puxadas por jovens. Depois apropriada pelos fascistas e pelas mentiras das mídias. Mas foram os jovens que através da rede iniciaram o processo.
Aliás, isto me leva a outro assunto... o Marco Civil da Internet.

Assisti aos debates antes da aprovação e doía ver o “comunista” do Roberto Freire dizendo que teríamos uma internet “cubana” no Brasil. Ele só esqueceu que foi o Sarcosy na França e o Cameron na Inglaterra que defenderam a censura na rede, depois que tiveram que enfrentar manifestações. Esquece ele (esquece nada, ele sabe) que o Obama é que espiona as redes. Aliás a França e Alemanha estudam criar os datacenters europeus, para que os dados da Europa não passem mais pelos EUA. Já aqui, a desculpa para não fazermos o mesmo, era que iria encarecer o serviço para o usuário. Podemos conviver com a espionagem sem problema, principalmente se reduzirmos a idade penal para prender os jovens “terroristas” que se utilizam da Rede.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Fazer o obvio é buscar o Estado de Direito

De forma bem simplificada poderíamos dizer que política pode ser definida como o “como nos relacionamos com o entorno”. Tudo é política, até o fato de dizer-se não político. Mas como o ponto é a política na política, falemos sobre ela.
Relendo o bom e velho Maquiavel, entendo que ser político é simplesmente ser óbvio no trato das coisas e com as pessoas. Nosso problema é não entender que basta fazer o obvio. Mário Covas, aquele do PSDB, já dizia que as vezes, para se fazer a coisa certa, é preciso desagradar muita gente – sem entrar no mérito do que é certo para ele. Situação obvia, pois nunca agradaremos a todos. Daí os ensinamentos do Maquiavel, ser temido, mas justo.
Sempre falo que a maneira mais fácil de resolver qualquer situação, está na Ditadura. Basta a sua vontade e, quem não concordar vira carta fora do baralho. A democracia é difícil, dá trabalho, tem que engolir sapo, estar sorrindo e outras “coisitas”. Mas acredito ser a melhor maneira de se resolver e co-dirigir um governo, uma associação, etc. Um verdadeiro Estado de Direito, deve ser pautado na cooperação e no respeito entre os que estão no aparelho e os que mantêm este aparelho e/ou dependem dele.
Não podemos abrir mão da participação popular e devemos sempre provocar a mesma. A burocratização e o afastamento das bases, podem nos levar no máximo a sermos bons síndicos. Mas bons síndicos só administram bem o que já está estabelecido. Se nosso objetivo é transformar, devemos sempre trabalhar com um pé para além das fronteiras estabelecidas. Nosso dever é levar a fronteira para onde o pé está e, não manter o pé dentro da ordem. Manter o pé dentro é a mesma coisa de mudar para deixar como está.

Nosso governo hoje está sendo um ótimo síndico, mas acredito que a distribuição da renda deva ir além da distribuição pela distribuição. Corremos o risco de aumentar o voto da burguesia, uma vez que os que hoje estão ascendendo estão agradecidos, mas sonhando em fazer parte de uma classe superior e, para tal irão reproduzir o pensamento da mesma – tiro no pé. Por tanto, precisamos avançar para além da ordem estabelecida, vamos ganhar os corações como estamos fazendo, mas não podemos abrir mão das mentes. Como disse, democracia é difícil, mas sem ela nunca teremos um estado de “direito”, participativo.

domingo, 30 de março de 2014

Marco Civil da Internet... a discussão que não existiu

Marco Civil da Internet... a discussão que não existiu
Por ter trabalhado 30 anos na área de informática, em televisão (TVE-RJ, hoje TV Brasil) acompanhei de perto as discussões, falsa do lado da oposição raivosa e as respostas e os porquês da necessidade da aprovação do Marco.
O que não assisti, nem no Congresso, no dia da votação, foi o que para mim, salvo total equívoco meu, foi a exposição da real intenção da teles com fim da neutralidade; as intenções daqueles que defenderam as teles; e a torcida que a nossa “democrática” mídia, quietinha fazia pelo fim da neutralidade.
Acredito que a discussão do fim da neutralidade começa na fome por mais dinheiros das teles. Venderam o que tinham para vender, cobram o absurdo aqui no Brasil e, chegaram à encruzilhada: para manter o modelo atual, vão ter que investir mais na infraestrutura – está além da capacidade instalada. Para não precisar investir e aumentar os ganhos precisam do fim da neutralidade.
Acabando-se com neutralidade, iriam aumentar os preços dos pacotes, pois ali estaria embutida a prioridade de tráfego. Os mais ricos pagariam mais, sem reclamar e, teriam seus filmes, fotos e mensagens com mais “velocidade”. Os mais pobres ficariam restritos ao tráfego de textos. Com isso, sem gastar um centavo, arrecadariam mais. Fazendo um paralelo com o que acontece no Canal do Panamá: O navio de bananas, que não pagou pela prioridade de tráfego, só poderia atravessar o canal depois do navio de transporte de carros, que pagou. Sem o aumento  da capacidade do Canal, ganharam mais dinheiro. Exatamente a lógica das teles.
Já, políticos como Eduardo Cunha, possivelmente teria uma boa ajuda de custo em sua campanha. Ele e os que defenderam a “democracia” na Rede.
E nossa “democrática” mídia, que foi achincalhada recentemente, devido a exposição de suas mentiras, como aconteceu na questão das manifestações de junho/2013. Qual o interesse em manter as manchetes contra o Marco? Com o aumento dos custos dos serviços na “WEB”, as redes sociais teriam menos influência devido seu esvaziamento, Blogs e organizações como a MÍdia Ninja perderiam poder de penetração, o que reestabeleceria seu poder de influencia – não que o tivessem perdido – por ausência da contraposição.
A exemplo da AP 470, fomos tímidos e nos deixamos pautar pelo discurso “democrático” deles. Nenhum parlamentar levantou qualquer das questões acima. Pelo menos não os vi.
São vários os exemplos que poderíamos usar em contraposição: Freire, o ex-comunista, dizia que queríamos censurar a Internet. Transformá-la na Internet cubana ou do Irã. Ninguém ao defender o contrário, citou os exemplos dos governos inglês, francês e americano, que defenderam abertamente o controle da rede, em especial das redes sociais.
Quando se discutiu a questão dos datacenters no Brasil, ninguém falou que a Alemanha e a França, iniciaram discussão para criação dos datacenters da União Europeia, pois não querem mais seus dados passando pelos EUA.

É certo que nosso modelo de fazer política está esgotado, mas se não o querem mudar, que pelo menos não nos deixemos pautar por ele.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Neutralidade da Rede - Marco Civil da Internet

Vou tentar simplificar um pouco a questão da neutralidade da rede e tentar explicar àqueles que adoram reproduzir os discursos de nossa “democrática” mídia que vive da publicidade das teles e dos favores políticos. Por outro lado, nossas teles precisam de um mercado mais “livre” para ganhar mais. Então, junta-se as teles, os “comentaristas” de plantão de nossa mídia e a fome do PMDB e....pronto. O Marco Civil da Internet vira tentativa de censura do PT. Não acham estranho?
O Marco está muito além da neutralidade, mas porque a neutralidade é tão combatida? O bravo e valoroso Eduardo Cunha: “Não é que o projeto provoque prejuízo às Teles. O que está em jogo ai é que o projeto provoca uma necessidade de investimento maior para manter o nível de serviço igualitário, que acarretará, ao fim, no aumento do custo para o usuário”.
Mentira deslavada. O que está em jogo é a exclusão de uma parcela grande da população, com a melhora do serviço para aqueles 10% que concentram 90% da renda. Isto feito, as teles vão ganhar mais, sem precisar investir, nossos políticos não precisarão se preocupar tanto com as redes sociais e, nossa amada mídia, poderá mentir mais tranquilamente, sem medo das mídias alternativas da rede, que não terão dinheiro para se manter. Este é o viés político da manobra.
Ou seja... mudar para deixar tudo como está!
O que é a neutralidade.... By eu mesmo...rsrs
Minha vizinha maravilhosa tem uma conexão de 10MB. Eu, não tão maravilhoso e com menos dinheiro, tenho uma conexão de 2MB.
Ambos querem “baixar” o mesmo filme lá da China para nossos computadores. De acordo com a neutralidade que existe hoje – que querem acabar – nossos filmes chegarão juntos à portaria de nosso prédio. Como nossa conexão possuem velocidades diferentes (chamada de” última milha”), o filme chegará mais rápido no computador de minha maravilhosa vizinha. O meu irá demorar um pouco mais.
O que querem as teles... cobrar prioridades na rede. Ou seja... durante o percurso da China até nossa porta, por algum milagre, eu poder pagar por essa prioridade, meu filme chegará primeiro na portaria. Eu paguei mais caro tenho prioridade. Lembram do Eduardo Cunha... “(...)uma necessidade de investimento maior para manter o nível de serviço igualitário”(...). O termo “igualitário” dá urticária neles.
Qual a consequência do fim da neutralidade? Os 10% mais ricos, além de uma melhor “última milha”, terão toda a estrada a seu favor. A maioria dos 90% restantes não poderão desfrutar da estrada, pois não possuem “dindim” para tal. As teles vão ganhar mais dinheiro – para apoiarem o PMDB – sem qualquer investimento físico na rede. As teles mais ricas, os ricos mais felizes e que se dane o resto da população.
O pior problema é a consequência política. Os donos das mídias voltarão a ser os maiorais e a verdade será mais manipulada do que é hoje.

Te abraço.