Texto postado no blog de discussão do curso “CURSO DE PARCERIAS EM
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO: compras públicas de inovação e encomendas
tecnológicas. Promovido pela Prefeitura de Maricá, através do Instituto
de Ciiência, Tecnologia e Inovação de Maricá, em parceria com a escola de
Administração de Maricá.
INOVAR A INOVAÇÃO
O maior perigo em tempos de turbulência,
não é a turbulência em si, mas agir com a lógica do
passado.
Peter Druker
Vivemos há mais de
400 anos sob o domínio do poder do capital. Neste interim, aconteceram “n”
crises por conta de sua incoerência. Foram “n” crises não resolvidas, todas
contornadas por novas facetas do mesmo. Primeiro o Mercantil, depois o
industrial, e o atual, financeiro, que ainda não se recuperou da crise de 2008.
Ao longo de suas fases e séculos, sempre se pautou a partir da escassez, para
que poucos acumulassem capital.
A grande
desigualdade que foi sendo criada ao longo do tempo, e a destruição do planeta,
seus recursos e clima, só recentemente começou a ser entendida e também negada
pelos defensores do sistema, mais radicais. A surpresa, não tão surpresa assim,
da pandemia causada pela Covid-19, fez com que a máscara da prosperidade sem
fim, caísse. A ponto de alguns grandes, hoje pensarem em até, voltarem a fazer
alguma concessão ao velho “Estado de Bem Estar”. Tentam inclusive se apropriar
da Agenda 2030 da ONU.
O que isso tem a ver
com a inovação? Começo lembrando a citação do Peter Druker colocada acima.
Segundo o relatório
Oxfam de 2019, 2.153 bilionários detém a mesma riqueza que 60% da população da
Terra, algo próximo a mais de 4 bilhões e 600 milhões de pessoas[i]. E continuamos a pensar em Tríplice Hélice,
e achar que inovação é aquilo que chega ao mercado e a sociedade. Pergunto:
qual mercado e qual sociedade?
Aprendi o
significado do mundo VUCA, que em uma das características, da Complexidade, por
exemplo, é baseada no enxergar o todo, no contexto e ambiente em que se dá o
problema. Se é para abrir o campo de visão, não devemos ignorar o ambiente e no
que vai mudar a vida das pessoas como um todo, e não somente daquela parte que
dizem ser necessária para manter o sistema, aqueles 20% da população mundial.
Transformemos a
Hélice em Quíntupla: Academia, Empresa, Governo, Sociedade e Ambiente. Com
certeza poderemos atingir mais do que os tradicionais 20% da população. Pois se
assim não for, as chances do novo capitalismo bater à porta, são fortes: o
capitalismo da vigilância. Esse poderá vir a ser o Novo Normal.
Que as inovações
sejam auto disruptivas.
Há braços.
Sérgio Mesquita
*Transformar em imperdoável o que hoje é aceitável*