quarta-feira, 1 de junho de 2022

A destruição da direita que inventou Bolsonaro.

 Tentam se livrar do genocida, com a ajuda da imprensa, para dizer que aqui a direita está viva, apesar de ter morrido no Chile, no Peru e na Colômbia. Por Moisés Mendes - 30 de maio de 2022

O tucano gaúcho que tentou aplicar o golpe em João Doria é orientado agora a voar em direção ao ninho precário que está sendo preparado para Simone Tebet. Eduardo Leite, o predador, não consegue parar.

Está em fermentação a ideia de que logo Simone será considerada inviável como nome da terceira via, e Leite ressurgirá como alternativa do PSDB, ocupando o lugar que ficou vago com a renúncia de João Doria.

Leite talvez seja o produto mais bem acabado da índole e da degradação da direita que ajudou a inventar Bolsonaro e tenta, no desespero, se reinventar.

O gaúcho é o candidato do ex-senador José Aníbal, citado como saída para o PSDB em entrevista ao Globo. Aécio Neves, o preposto de Leite desde a origem do golpe contra Doria, ganha um reforço de peso.

Em defesa da ideia de que Simone deve ser arredada para um lado, José Aníbal disse essa frase definidora de Leite:

“Ele não é polarizante; iria trabalhar com todos os brasileiros e não está com A, B ou C”.

Não estar com A, B ou C é um defeito que vira virtude. A questão não é estar ou não estar, mas de infidelidade mesmo.

Leite está e não está desde 2018, quando não estava com Bolsonaro, depois passou a estar fervorosamente. Elegeu-se e não estava mais.

No ano passado, estava com a ala que se preparou, muito antes das prévias, para dar o golpe em Doria, se o governador paulista fosse o vitorioso.

Leite e Aécio fizeram com as prévias do partido o que Bolsonaro tenta fazer com a eleição. Desqualificaram o sistema de escolha do candidato, para que pudessem golpear o colega.

O golpe falhou, Leite tentou se bandear para o PSD, não deu certo, retornou ao PSDB, fomentou a ideia do golpe de novo, desistiu da trama e passou a tentar raptar a candidatura de Ranolfo Vieira Júnior, seu vice-governador, ao governo gaúcho.

Leite não seria candidato a deputado federal ou a senador e se dedicaria a um golpe estadual contra o vice que ele mesmo indicara como pretendente à sua sucessão. Mesmo que tenha dito há muito tempo que jamais concorreria à reeleição.

Mas o golpe no ex-vice-governador ainda não é o desfecho dos seus voos circulares. Com Simone Tebet parada em 2% nas pesquisas, o moço é citado de novo por chefes do partido como nome que pode derrubar a candidatura da senadora do MDB.

E assim caminha a direita. Doria, Sergio Moro, Luiz Henrique Mandetta, Luciano Huck, Simone Tebet, Leite, Tasso Jereissati são sobras alquebradas de um espólio que só mobiliza dúvidas e traições.

Todos estiveram envolvidos no projeto de criação de Bolsonaro, desde antes do golpe de 2016 e da caçada e da prisão de Lula. Todos foram ou estão sendo pulverizados como opções da direita.

Tentam se livrar do genocida, com a ajuda da Globo, da Folha e do Estadão, para dizer que aqui a direita está viva, apesar de ter morrido no Chile, no Peru e agora na Colômbia.

Não há mais tons de cinza no que antes apresentavam como a direita liberal. A direita dessa turma está ameaçada na Bolívia e na Argentina, onde aos poucos vai sendo engolida pelas forças do fascismo.

E nem vamos falar, por falta de espaço e de paciência, de Ciro Gomes e de Luciano Bivar.

Se confirmado, o golpe em Simone Tebet seria o auge da canibalização. O PSDB, caindo aos pedaços, aguarda movimentos do MDB para que a candidatura da senadora seja considerada inviável e os tucanos fiquem com as sobras.

Leite, apresentado como o tucano que ainda pode voar, em meio a aves já sem condições de pouso e decolagem, seria o lego que o PSDB vai colocar de pé, mesmo que fique meio de lado.

 

A direita, e não só a dita terceira via, tenta fazer um candidato inteiro com pedaços dos que vão tombando. A velha direita é um desmanche.

A CEREJA DO BOLO

  A CEREJA DO BOLO

 Da Doutora (médica) Marcia Tigani:

"A cereja do bolo" dos neofascistas que foram eleitos por 58 milhões de idiotas, é acabar com o SUS. Isso eles estão deixando para o "Gran finale", caso ganhem essas eleições, mas já articulam a apoteótica ação genocida, sucateando a saúde pública, acabando com hospitais escolas, diminuindo o repasse de verbas ao SUS.

Como e por que querem isso? O neoliberalismo que é a bíblia econômica desse DESGOVERNO quer lucro, Estado mínimo, nada de responsabilizar se por saúde e educação que dizem " onerar" os cofres públicos e, não lhes interessa um povo que pensa e um povo saudável. Quanto menos educado o povo e mais doente, tanto melhor para os que ainda detém o poder nesse país.

Sou médica, formada há quase 40 anos( completarei no fim deste ano esse  tempo ).Nesse período todo só vi crescerem os lobbies dos planos de saúde através de representantes destes ,  eleitos para o Congresso .Como também vi ruírem várias medicinas de  grupo pois a lógica desses planos é o "medical Care", controlar o médico para que este não exerça corretamente sua profissão .Nessas medicinas de grupo o médico ganha menos se pedir exames , se "der prejuízo" para a empresa em detrimento da vida humana . Vivem de explorar de um lado os médicos que não pensam e de outro os usuários que pagam altos valores mensais. Quando diante de exames sofisticados, muitos" planos" costumam recusar o pedido médico, alegando exame desnecessário, pois valem se de um médico que veste a camisa não da medicina, mas da empresa e de seus interesses: médico auditor. Ao recusar determinado exame ou procedimento cirúrgico alegando serem desnecessários (por serem caros) para onde vai o paciente? Ou morre ou vai para o SUS.

O SUS é o que de mais humano e inteligente sistema público de saúde já foi criado no mundo, inclusive copiado na ideia em alguns poucos países. O SUS acolhe a todos, pois seu lema é a " UNIVERSALIDADE DA DEMANDA”, ou seja, todos podem usar o sistema SUS, independentemente de serem ricos, pobres ou remediados.

As vacinas que todos nós tomamos para não morrermos de sarampo, difteria, gripe, pneumonia, Covid etc., são " gratuitamente" fornecidas pelo SUS. O usuário pensa que é gratuito, mas na verdade pagamos impostos que são (ou deveriam) ser aplicados no fortalecimento e manutenção do SUS

A ideia do Sr Guedes, é matar os pobres e forçar os remediados a ter um plano de saúde " baratinho" favorecendo os donos de Medicina de Grupo. Ora, em medicina o " baratinho" pode sair muito caro. Uma prótese de úmero, de má qualidade, feito por uma cooperativa de saúde, provocou num conhecido meu, uma nova necessidade de cirurgia e dessa vez quem o salvou foi o SUS, que usou a prótese devida.

Quem quiser entender melhor a ideia genocida deste DESgoverno no tocante ao SUS, vai lá no YouTube e baixe com legendas o documentário do cineasta norte-americano, Michael Moore, chamado SICKO (uma junção das palavras SICK em inglês ou doente com Company). Vocês verão lá o que vai acontecer com a saúde pública no Brasil e que já aconteceu há muito nos EUA, se não eliminarmos o fascismo do poder nas próximas eleições."

 

Marcia Tigani

FALO COM ANTÔNIO GRAMSCI

 Falo com Antônio Gramsci, filósofo, político e comunista italiano, (1891/1937)

Por Marino Boeira

- Você criou algumas expressões hoje consagradas nas discussões políticas. Por exemplo “hegemonia cultural”. Qual é o seu significado?

- “O poder das classes dominantes sobre o proletariado e todas as classes dominadas dentro do modo de produção capitalista não reside simplesmente no controle dos aparelhos repressivos do Estado. Este poder é garantido fundamentalmente pela “hegemonia cultural” que as classes dominantes logram exercer sobre as dominadas, através do controle do sistema educacional, das instituições religiosas e dos meios de comunicação. Usando deste controle, as classes dominantes "educam" os dominados para que estes vivam em submissão às primeiras como algo natural e conveniente, inibindo assim sua potencialidade revolucionária”.

- E “intelectual orgânico”, o que significa?

“O intelectual orgânico está conectado com o grupo social que representa, operando tanto na sociedade civil quanto na sociedade política ou estado, defendendo os interesses de uma parte da sociedade”.

- O que é Estado para você?

- “O Estado é a organização económico-política da classe burguesa. O Estado é a classe burguesa na sua concreta força atual. Todo Estado é uma ditadura”

- Como devemos ver os meios de comunicação na sociedade atual?

- “Os jornais são aparelhos ideológicos cuja função é transformar uma verdade de classe num senso comum, assimilado pelas demais classes como verdade coletiva - isto é, exerce o papel cultural de propagador de ideologia. Ela embute uma ética, mas também a ética não é inocente: ela é uma ética de classe.

E as crises em que vivem o mundo capitalista?

- “A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece.”

Algumas perguntas. O que você pensa dos indiferentes politicamente?

“Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.”

A importância de Karl Marx?

- “Marx significa e entrada da inteligência na história da humanidade, significa o reino da consciência”

- E a natureza do homem?

- “A natureza do homem é a sua história”.

As pessoas esquecem o passado e repetem os mesmos erros?

- “Na desvalorização do passado está implícita uma justificativa da nulidade do presente”.

- Qual é o nosso grande desafio, hoje?

 

- “O desafio da modernidade é viver sem ilusões, sem se tornar desiludido”.