segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Política Econômica na visão de quem não entende “xongas” de economia.

Pois é. Não entendo nada de economia. Leio um livro aqui, um blog lá e assim vai. Nada específico sobre economia, mas, dependendo do assunto, a economia é tratada com maior ou menor profundidade. Exceto no livro do David Harvey, “O enigma do capital – e as crises do capitalismo”, que estou lendo.
Porém, aprendi na vida, nas andanças políticas e outras, que existem posicionamentos e maneiras diferentes de se enxergar o crescimento ou não de um país. De afirmarmos se um país cresce ou não, dentro de um sistema capitalista, pois vivemos em um apesar da nossa mídia insistir em nos comparar a Cuba.
Assistindo hoje – tentando voltar a assistir aos jornais e programas televisivos que tratam do país e do mundo – o programa Painel da Globo News, onde Belluzzo e mais dois economistas debatiam o Brasil. Optei por desistir de continuar assistindo e fui escrever este texto. Aceito que tenho que ser mais aberto em relação a isso, mas dá enjoo. Parece que a eleição ainda não acabou e continuam as manipulações.
Assistia aos economistas defensores das “planilhas” com seus números e índices azuis contra os que utilizam a planilha como meio para um comentário analítico e não sintético. Que examinam a planilha para além dos números, atentos ao mundo em volta.
O assunto era a credibilidade do Brasil, e Belluzzo demonstrava que a credibilidade não é uma coisa que tem fórmula. O ter ou não ter depende de pontos de vistas. Como exemplo ele cita a recente eleição americana. Pequeno parênteses quanto à eleição americana. Foram mais de 100 plebiscitos realizados junto com as escolhas dos deputados. Fim do parênteses. O Partido Republicano (direita e oposição a Obama) ganhou de lavada do Partido Democrático e, no plebiscito que tratava do aumento do salário mínimo, ganhou a proposta do aumento. Os Republicanos são visceralmente contra o aumento e, a população que votou neles, também votou no aumento. O que isso significa? Como nossa mídia insiste em dizer que a crise acabou lá fora e os Estados Unidos estão em franco crescimento, por que dar “uma no cravo e outra na ferradura”? Beluzzo explicava, a população não vê e não sente esse crescimento. Acabam por desconfiar do Obama. Ela entende que só melhorariam de vida se o salário mínimo aumentar, pois, para eles, os números azuis na planilha não mudaram suas vidas.
Nesse ponto, o apresentador interrompe Beluzzo e diz que ele está depondo contra a Dilma, pois a Dilma não tem credibilidade, o Brasil não tem credibilidade. Foi quando desisti de continuar assistindo ao programa. Chegam às raias do absurdo quando precisam impor o pensamento de seus patrões, da classe dominante. Interrompem e tentam quebrar o raciocínio dos entrevistados. Com minha humilde inteligência, percebi o que o Belluzzo iria falar quando interrompido. A nossa mídia diz que o país está em crise, a economia a ponto de explodir e a maioria do povo vota na continuidade do projeto. Votam em Dilma. Porque sentem no seu dia a dia que a vida melhorou. Diferente dos EUA e da Europa, que continuam em crise. Aliás, a mídia deles afirma que a crise é pior do que a de 1929. Para nossa mídia, a crise acabou e todos crescem, à exceção do Brasil.
Os que enxergam somente números, falam que a arrecadação fiscal caiu. Verdade. Política de desoneração para se baixar custos, gerar empregos e incentivar a produção. A dívida pública aumentou. Verdade. Nunca se investiu tanto em infraestrutura quanto nesses últimos anos, gerando empregos e aquecimento do mercado interno. A Petrobras é a quarta empresa em investimentos no mundo. E para desespero deles, o governo mantem no Orçamento Federal as verbas para a manutenção de projetos como o Bolsa Família, Pronatec, FIES e outros.
Nos tempo dos economistas de Harvard, antes eram os Chicago Boys, a Planilha não teria nada disso. O país estaria em crescimento, pois não haveria déficit fiscal nem aumento da dívida interna. Pois não haveria emprego nem obras. Ouviríamos de novo que deveríamos apertar o cinto e dar nossa cota de sofrimento para que o país crescesse. Utilizando-se de termo um pouco mais antigo seria... “crescer o bolo para depois dividi-lo”. Alguém, em algum momento provou um pedacinho desse bolo?
Apesar de nossa democrática mídia dizer que o país não tem credibilidade, o índice do Risco Brasil na época de FHC era superior aos 2000 pontos. Hoje, está abaixo dos 200. Conclusão: vou continuar a frequentar os blogs e a mídia alternativa. Será melhor para a minha saúde mental.
Obs: Óbvio que essa política só foi possível por que tínhamos gerado reservas de capital para isso, ao longo dos governos do PT. Também é óbvio que um dia ela acaba. Se a crise continuar, teremos que pensar em outras soluções que, como a atual, entenderam que o melhor do Brasil, são os brasileiros.

Sérgio Mesquita

Nenhum comentário:

Postar um comentário