domingo, 23 de dezembro de 2018

AMOR, ESPERANÇA, PAZ E MUITA LUTA...QUE VENHA 2019


O título acima teve como inspiração o espetáculo teatral, “O Acender das Luzes”, exibido nestas noites que antecedem o Natal em Maricá, além do livro do escritor argentino, falecido, Julio Cortazar, “História de Cronópios e Famas”.

No encerrar do espetáculo, Papai Noel apresenta os personagens “Amor”, “Esperança” e “Paz”, que se apresentam ao público. Logo após, inicia-se a contagem regressiva e toda a Praça Orlando de Barros Pimentel se ilumina, daí o nome do espetáculo.

Chamou-me a atenção a Esperança, que ao contrário do ser “Esperança” do livro do Cortazar, não está ali para esperar nada, e sim para apoiar e dar forças na busca de um mundo melhor. A Esperança estava mais para Cronópio do que Fama. Explico...

Cortazar apresenta em seu livro os três seres que habitam nosso mundo, segundo sua visão. Nos extremos de um lado, temos os Famas e do outro, os Cronópios. Os Esperanças ficam ali no meio termo, sem muita ação ou desejo de fazer alguma coisa.

Os Famas, são aqueles seres que, ao marcarem suas férias para daqui a um ano, ligam para o hotel para saberem o nome da camareira, a cor da roupa de cama. Ligam para Delegacia para saber quem será o delegado de plantão e, no hospital, quem serão os médicos e enfermeiras de plantão. Um “pé no saco”. Os Cronópios, não planejam, vivem cada momento como se único fossem, até porque são únicos. Se resolvem sair de férias, vão. Se não tiver vaga no hotel e ainda estiver chovendo, vão para rua e dançam curtindo as férias. As Esperanças, são aqueles seres que sentam ao sol ou chuva, e esperam que alguém os proteja contra o calor ou o frio.

Fica claro que temos dois tipos de Esperança. Aquela que não conquista seus desejos e anseios, e aquela que possui os mesmos desejos e anseios, mas não aceita ficar ao sol ou chuva sem fazer nada.

Crescemos ouvindo que o brasileiro vive de esperança, fica esperando um dia as coisas melhorarem. Ouvimos muito a frase “chegamos ao fim do poço, impossível piorar”, aí descobre que piora.

A Esperança da peça de Natal, não nos passa uma mensagem de apatia. Pela contrário. Nossa Esperança deve ser aquela que nos provoque o caminhar, nos provoque mudar o mundo a cada passo. Nossa Esperança deve partir da realidade do momento, somada ao entendimento de cada uma das realidades que já se passaram. A soma de todas as realidades é que devem ser o motor de nossas Esperanças, pois quando desesperançados, não caminhamos e não mudamos o mundo.

Que venha 2019 com suas previsões de chuvas de chumbo, gritos de terror e dor. O brasileiro é sim um esperançoso, mas não mais aquele que nos ensinaram a ser por mais de 500 anos. Nossas esperanças somam-se à realidade e fazem rodar o motor da transformação desse mundo em um mundo melhor. Inté 2019.

Ps: adoro os Cronópios

Sérgio Mesquita
Sec. Formação do PT-Maricá

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