sexta-feira, 22 de maio de 2020

Algo deve mudar para que tudo (NÃO) continue como está. Giuseppe Tomasi di Lampedusa


Não sei por desesperança ou muita esperança, mas me impressiona como a esquerda, que sempre denunciou a falta da memória de nosso povo, esquece com muita facilidade, o quem é quem?

A quantidade de viúvas do Bolsonaro só cresce, e cada novo “comunista” que surge, segundo os seguidores do fascista alojado em BSB, aplaudimos e os adotamos como paladinos da Justiça e da inclusão social. Não é que seja contra alguém mudar de opinião, não se trata disso. Eu já mudei de opinião também, mas não mudo de princípio e nem a minha ética, combinação que sempre deve nortear nossas ações.

Abraçamos, passamos a seguir nas redes, número de seguidores passou a definir a importância do da pessoa, não a sua linha de pensamento. Não ficaria surpreso se alguns não fossem indicados como candidatos da esquerda, em detrimento dos nossos e de outros das forças próximas. Se quer perguntamos se hoje, ainda acreditam que destruímos o país? Se somos os criadores da corrupção? Se acreditam na distribuição de renda? Nem como maneira de sobrevivência daqueles que nos servem com mão de obra aviltada ou como forma de transformação e melhora da qualidade de vida? Não! Simplesmente abraçamos e ignoramos o quanto fomos chamados de ladrões, assassinos, comedores de criancinha e outros tantos adjetivos.

Alguém parou para pensar que, alguns sim se arrependeram do Boso, como ouve arrependimento em relação ao Collor. Outros, por serem “liberais”, acabaram perdendo seus empregos... Nada contra, se eu fosse liberal ou conservador, algumas das atitudes do governo me incomodariam também, e acabaria por somar às fileiras de viúvas do Bolsonaro.

Alguém acredita que os Mainards, Vilas, Olavos (peguei pesado – como em tribunal - peço para os leitores ignorarem este exemplo), Netos, os globais e outros, votariam em nosso retorno a BSB? São de direita e continuarão sendo com ou sem Bolsonaro. Não defenderão o imposto para os mais ricos e a distribuição de renda (salvo para manter viva a mão de obra). Votarão na Marina, no Ciro no PSDB, no queridinho da Globo ou outro qualquer que esteja alinhado com o sistema. Mas não votarão no candidato/os da esquerda. Neste momento vale parafrasear Churchill, nos aliemos ao demônio, mas daí a colocá-lo dentro da nossa casa....

E as instituições? STF, Câmara, Polícias, Promotorias e outras... Agora vai... agora o STF vai tirá-lo... Vai é substituir por outro mais palatável. STF e STE se fossem justos, não tinha mentirão, Dilma terminaria o mandato e Lula estaria em BSB, mas como priorizamos o pragmatismo eleitoral e abandonamos as ruas e a sociedade civil... O problema agora é como resgatar este trabalho, utilizando a tecnologia que está aí, para o bem comum e não pessoal.

Devemos sim sermos republicanos e trabalhar uma frente contra o fascismo e o neoliberalismo. Mas daí a declarar amor nas redes sociais? Lembrem-se do “i love you” do Boso para o Trump.

Sérgio Mesquita
Secretário de Ciência, Tecnologia e Comunicações de Maricá-RJ
Diretório Municipal do PT-Maricá

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