sábado, 13 de março de 2021

JOAQUIM PIÑERO: SEMPRE PRESENTE!

               Hoje, 13.03.21, talvez em um dos piores momentos do enfrentamento da pandemia, aconteceu em Maricá o velório do Valquimar, do Kima , do Joaquim Piñero. O velório de um homem que precisou de três identidades, tamanha sua grandeza e importância para vida daqueles que tiveram o prazer de conviver, lutar e/ou beber de seu conhecimento e ensinamentos. Daquele que o sorriso sempre chegava na frente, segundo a fala de João Paulo, liderança nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Maricá.

               Convivi pouco com o Joaquim aqui em Maricá. Foram poucos momentos juntos, mas sempre emblemáticos e marcantes. Tinha mais próximo o Mineirinho, também do Movimento do MST, que, quando juntos, nos atualizávamos. Mas em todos os momentos ou encontros com o Joaquim, seu sorriso realmente chegava na frente.

               Minha lembrança deste homem, deste internacionalista que visitou dezenas de países, sempre na construção da solidariedade, do combate à fome, e do reconhecimento internacional do MST, aconteceu na comemoração da reeleição do Fabiano Horta na Prefeitura de Maricá, cidade adotada pelo Joaquim.

               Entre um e outro gole, na frente da sede do PT, comemorando a vitória, escuto meu nome sendo chamado pelo Mineirinho. Viro e dou de cara com Joaquim Piñero, sentado na cadeira de rodas devido a doença, empurrado pelo Mineirinho. Ao nos vermos, primeiro o sorriso, confirmando o já falado, depois, o chamado do meu nome com os braços estendidos, na busca do abraço prontamente atendido por mim, apesar dos riscos por conta de sua doença e da pandemia. Era impossível me negar o prazer daquele momento que manterá vivo o Kima em minhas lembranças. Fica o sentimento de gratidão e, em especial, o respeito por um homem que até o final transbordou coragem por todos os seus poros.

               Coragem que me fez ir ao seu velório com uma máscara contendo uma frase do Graciliano Ramos onde se lia – “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e aí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem – do livro Grande Sertão Veredas. Coragem é o que não faltou ao Kima, nem ao Joaquim Piñero e nem para aquele que começou tudo, o rondoniense Valquimar.

               Siga em paz, chame o menino aí em cima para uma conversa, e prepare os lotes para quando for a nossa vez, os terrenos já estejam preparados para as novas sementes. Pois a luta continuará, desta vez, em outro plano.

               Há Braços.

               Sérgio Mesquita

                    DM-PT Maricá-RJ

              

               Transformar em imperdoável o que hoje é aceitável”

                    Délcio Teobaldo


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