Neste domingo, 1º de maio, feriado internacional em
homenagem aos trabalhadores de todo o mundo. A comemoração no Brasil nos deixa
um gosto acre-doce na boca. A acidez de uma grande farsa golpista e o doce de
ver o povo na rua comemorando o seu dia, bem como pelo seu retorno as ruas, na
luta contra esse mesmo golpe que ataca a recente história democrática do país.
Essa acidez ficou-me mais sentida, depois que revi o
excelente filme “Chicago”, estrelado por Richard Gere, Catherine Zeta Jones,
Renée Zellweger. Daí a lembrança da frase do Oscar Wilde, que tomo emprestada
como título do texto - ”a vida imitando a arte”.
Basta-nos transportar para as personagens da Catherine e
Renée “os cunhas“ e “temers” de nosso mundo político, que respondem a
processos ou já são condenados. Richard Gere, o advogado de defesa, pode muito
bem encarnar os seus opostos - nossos juízes e procuradores. Não por suas
“finalidades” no circo, como bem colocado no filme. Mas, principalmente, pela “parecença”,
pela estratégia que os acusadores golpistas utilizam-se contra Dilma e o povo
brasileiro.
Como no filme, o julgamento e todo o processo, não passam de
uma grande farsa custeada por muito dinheiro em seus bolsos, sejam guardados
aqui, na Suíça ou qualquer outro paraíso fiscal. No filme, temos duas
assassinas de fato, sendo inocentadas. No Brasil o reverso, uma inocente sendo
culpada e julgada por notórios corruptos e juízes comprometidos como
patrimonialismo, a Velha República.
Ao contrário do filme, que, ao terminar, você sai satisfeito
pela beleza da arte e pela mensagem passada, na vida real, o que nos sobrará
será desgraça de ver a injustiça no comando de nossas vidas. Uma perspectiva de
um futuro onde Justiça e Direito, parafraseando Saramago, não nos servirá e não
nos respeitará.
Enganam-se os que pensam que o Golpe termina com a
pretendida saída da Dilma e o PT de Brasília. Isso não passa de estratégia na
busca do verdadeiro objetivo. Acabar com nossa soberania, desregulamentar toda
e qualquer lei trabalhista e entregar o que nos resta às grandes corporações e
seus prepostos. A inocência dos “cunhas”, é apenas um detalhe.
Sempre coloquei que o Golpe já foi dado. Temos é que
revertê-lo nas ruas. Fazer o que for necessário, e que seja na mesma medida em
que tentam nos quebrar.
Sérgio
Mesquita
Secretário
de Formação do PT-Maricá/RJ
https://www.youtube.com/watch?v=9EpaMmF9WVU
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