quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

CHEGAMOS A POA, E DAÍ?

Existe no mundo, desde a Companhia das Índias Orientais no século XVII, um grupo de corporações que dominam a economia mundial. Estas corporações não personificadas, diluídas na mentira da falsa existência de um cidadão de nome Mercado, um ilustre desconhecido, atuam abaixo e acima da linha do Equador. Ocupam o planeta como se fosse brinquedo de uma criança mimada, cercada por suas babás e demais criadagem.
Aqui no Brasil assistimos, mais uma vez, estas corporações mudando a vida de uma população que já sofre há 500 anos. Por causa dessas corporações fomos o último país a abolir a escravidão; atacamos o Paraguai, sofremos Golpes, ditaduras e outras mazelas. Sempre subservientes aos interesses estrangeiros, nossos senhores, verdadeiras baratas (cucarachas, de acordo com os gringos), venderam e continuam a vender suas almas aos interesses de além mar. Não se preocupam com o povo e não possuem nenhum sentimento de nacionalidade, justiça e/ou solidariedade. Reproduzem aqui, de forma mais pernóstica, o que acreditam seja bom para as corporações.
No atual Golpe, na minha opinião, iniciado em 2003, formatado pela mídia a partir de 2005, foi executado em 2012 com as prisões do “mentirão”, capitaneado pelo juizinho Barbosa. De lá para cá, assistimos quase que passivamente o avanço do Golpe, hoje por conta de outra “mentirona”, a operação lava jato (minúscula mesmo). Operação que visa varrer da política nacional qualquer possibilidade de crescimento econômico e social, hoje personificada no Lula e amanhã, em qualquer outro, inclusive em você que está lendo, e tente trilhar caminhos na mesma direção.
Reproduzo o fragmento da letra de uma música composta para o musical Hair em 1967 (Aquarius/Let the Sunshine in), que cabe bem neste momento por que passa o Brasil e outros países acima e abaixo do Equador:

“Nós olhamos esfomeados um para outro sem fôlego
Andando orgulhosos em nossos casacos de inverno
Vestindo cheiros de laboratório
Encarando uma nação que morre
De uma estória escrita que é real
Ouvindo as novas mentiras contadas
Com supremas visões de músicas solitárias”

Sabemos da manipulação na mídia, sabemos o quanto são bandidos muitos que estão em Brasília e país a fora. Ainda que saibamos disso, quando saímos às ruas em manifestações massivas; estamos lá por festas ou para ser usados como em 2013, sequer chegamos perto das manifestações políticas que pipocam por esse mundão, especialmente as que ocorreram e ocorrem na nossa América Latina.
A verdade é que nós, brasileiros, nunca conquistamos nada com o sangue derramado, apesar de a nossa história estar marcada por fraturas expostas e sangrias  desatadas. Todas nossas conquistas foram negociadas de acordo com os interesses das corporações. Abolição, Fico, Independência, República e as “reconquistas” da democracia nos foram concedidas como, também, foi a Anistia.
Hoje, aguardamos pela “sentença de uma condenação anunciada” (apropriando-me de Garcia Marques), no dia 24.01 em Porto Alegre (estarei lá). Vamos como se fossemos a mais uma grande festa; chamamentos em todo o país; promessas de luta até o último homem e discussões sobre se os ônibus alugados possuem ar-condicionado ou não. Temos de tudo.

É certo que teremos lutas, possivelmente,  físicas, por causa dos provocadores de plantão. É certo que muitos que estarão lá, será por terem justas preocupações com o futuro do país.
É certo, também, que o exército, as polícias e milícias estarão lá para defender a manutenção do Golpe. Então, qual será nosso papel? Vamos oferecer flores para os soldados “...perdidos com armas na mão”, isolando o perímetro (na linguagem deles)? Palavras de ordem? Ou vamos enfrentar o gás, os cassetetes e bombas para tomar conta do TRF4?

Lembro aqui de uma história do Vladimir Palmeira em algumas das passeatas dos anos de chumbo. Ao saírem do Centro Acadêmico Candido de Oliveira – CACO, alguém sugeriu que fosse por outro caminho. Saíram em passeata pela contramão e paralisaram o Centro por conta do engarrafamento. Nem a polícia conseguiu chegar neles. No dia seguinte a mesma mídia democrática de hoje acusava os estudantes de utilizarem de técnicas de guerrilhas, assessorados por comunistas de Moscou. Alguém pensou em algo parecido? Ocupar a cidade e não o TRF4? Com certeza daríamos mais trabalho.

O fato é que estes merdas, esses juizinhos e outro “inhos”, não chegaram até aqui para entregar o que tomaram e desfazer o que fizeram. Muito menos as petrolíferas que já provocaram guerras e, possivelmente, patrocinaram muitos assassinatos, vão devolver o petróleo que nos tomaram.

Estamos indo para Porto Alegre para mais uma negociação ou na busca de fatos que possam, realmente, barrar o Golpe? Alguém acredita em reviravolta? Adoraria uma nova Constituinte com suas regras discutidas em Plenárias Populares. Que tal?

Encerro com mais um trecho da música:

“Harmonia e entendimento
Solidariedade e abundante confiança
Nada mais de falsidades ou menosprezos
Vidas de sonhos dourados de visões
Revelação mística de cristal
E a libertação verdadeira da mente”

Vamos à luta por que ela não termina.

Há braços,

Sérgio Mesquita
PT-Maricá-RJ


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