quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cala-te (29.05.2009)

Puts... quarto número do Jornal, quarta semana. Tenho pena do Moisés, sei não ser fácil manter um Jornal semanal em Maricá. Na época do Outras Palavras, tentamos um período quinzenal e voltamos ao mensal. Agora, tenho que escrever a minha coluna semanal e, o que escrever?
Pensando no assunto, lembrei de um dos excelentes e-mail que recebi. Foram duas versões sobre “As Trés Peneiras”, uma do Sócrates e outra de Buda. Não me assustaria se recebesse mais uma versão, esta do Sr. Crayson. Internet tem destas coisas, o mesmo tema para vários personagens, você que filtre.
Como estou escrevendo em “real time”, lembrei da redação que fiz para Gama Filho ou Cândido em 2006 quando resolvi voltar a estudar. O tema era Internet.
Explorei em minha redação a falta de conhecimento que temos sobre a força da mesma. Sua capacidade e poder de inserção com mentiras e com verdades. Nós enquanto maioria, não nos percebemos o quanto nos tornamos totalmente dependente dela.
Como exemplo deste poder, citei duas situações distintas. A primeira quando o sub-comandante Marcos, líder da guerrilha Zapatista no México, impediu o avanço do exército e o possível genocídio índio com seu “lap top” e uma conexão internet. A segunda, foi sobre o chines que leiloou a alma na Internet e, recebeu lances até que o governo chines retirou do ar o sítio. Acho que só entregaria a alma depois de morto.
Estes dois exemplos servem bem para demonstrar o “tamanho do barulho” que é esta tal Internet. Daí, se seu Crayson escrever sobre as peneiras....
Voltando a falta de assunto e assumindo Sócrates, o texto trata de uma notícia que querem dar ao filósofo. Sócrates pergunta ao cidadão se a notícia passa pelas trés peneiras ou filtros (depende da versão). O filtro da “Verdade”: É fato o que vais narrar? Tens como comprovar? O filtro da “Bondade”: Vai fazer bem a alguém o que vais narrar? O filtro da “Necessidade”: É imprescindível que eu saiba o que vais contar?
Se o que você tem para falar passa nos filtros, por favor não guarde segredo! Mas, se ficar em algum dos três – não fale, pois será fofoca. Meu amado sogro, seu Manel, repete uma versão mais popular das peneiras: “se não tem nada de bom para falar, fica calado” ou ainda: “perdeste uma boa oportunidade de ficar calado”. Uma versão mais curta teve o rei da Espanha para o presidente venezuelano Hugo Chaves: “Cala-te”. Simples assim.
O fato é que muito projeto ou imagem pessoal podem ser destruídos por leviandade ou simples maldade. O tempo que temos para construir nossa história é infinitamente maior que o tempo que leva-se para destruir esta mesma história. Sejamos mais seletivos na recepção ou transmissão de ideias ou conceitos. Calemo-nos, se o que temos a dizer fica em algum dos filtros.
Te abraço.

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