quinta-feira, 4 de junho de 2009

Consternação: Até onde e por quem? (05.06.2009)

Antes de qualquer formação de juízo sobre minha pessoa, em consequência ao texto a seguir, vou deixar bem claro que passei uma segunda-feira de merda em consequência do voo da Air France. Uma amiga de trabalho perdeu o marido.
A observação acima, quanto a formação de juízo, é porque farei alguns questionamentos, na linha dos textos anteriores mas, desta vez talvez um pouco mais antipático.
Questiono por exemplo porque um caderno inteiro no jornal O Globo sobre o desastre. Segundo o mesmo jornal, em matéria de 2007, nos 10 anos (87-97) morreram em média 98 pessoas/dia em acidente de trânsito, um acidente aéreo a cada dois dias. Fora o interesse estatísticos, onde não se leva em consideração os familiares e a vida dos mesmos a partir da tragédia, estes dados só repercutem em período eleitoral ou, se alimentam escândalos políticos.
No jornal de hoje, 02.06.09, também era assunto o retorno do garoto Sean para viver com o pai biológico nos EUA. Na matéria, uma foto de uma das passeatas para que o menino ficasse no Brasil. Pergunto eu: alguém viu passeata para que se adotem meninos/as de rua ou, para que os mesmos voltassem para as favelas para viverem com seus pais? Isto me lembra passagem do filme Tropa de Elite. Deve ter doído a muita gente, as verdades que o policial de preto, falou para os participantes de branco. O filme não inventou a situação. Muitos daqueles que participam dessas passeatas, estão lá para ficar “bem na fita”. Depois vão beber ou cheirar e pegar seus carros para mais uma aventura.
Em Maricá lembro quando através da Ação da Cidadania, promovemos cursos de alfabetização de jovens e adultos. Nosso prefeito estava junto. Tivemos a excelente participação da professora Alrenice, que esteve junto com Paulo Freire nos idos e não esquecidos anos de chumbo (década de 60/70). Montamos turmas que iam de evangélicos (Ubatiba) a pedreiros (Caxito). Na época o empresariado de Maricá (maioria esmagadora) não contribuiu com nada. Mudavam de calçada porque era coisa de comunista petista. Reclamam de que hoje? É verdade que com a eleição do Washington, muitos passaram a estar “juntos”. A dúvida é se estão juntos da ideia ou querem apenas ficarem bem na fita. O tempo dirá.
Tentando limpar um pouco minha barra, fico emocionado a cada notícia de bala perdida, assassinatos gratuitos ou não, deslizamentos e etc. Resumindo, a cada desgraça que alguma família sofra, independente de conhecer ou não. Quando se é próximo pior ainda. Segundo meus filhos, me emociono em filme de Rambo – total exagero da parte deles.
Meus pêsames a cada família do voo 477 da Air France, em especial a Sueli a quem conheço. Meus pêsames a cada família vítima de atropelamento (por deputado ou não), bala perdida e outras desgraças.
Com todo o exposto acima, não perco a esperança e muito menos a vontade de lutar por ela. O ser humano vale a esperança! Espero que todos pensem parecido.
Te abraço.
Ps: Parabéns Délcio pelo livro Pivetim. É Maricá bem na fita por merecimento.

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